Verão: Hotéis entraram em saldos mas Alentejo vendeu mais caro

Por a 22 de Outubro de 2020 as 13:04

Depois de vários meses de paragem, a praça hoteleira nacional começou a reabrir em junho, ainda que a medo. Neste que foi o primeiro mês da considerada época alta, 51.84% das unidades estavam ainda encerradas. Já em setembro só 24,65% dos hotéis é que mantinha as portas fechadas. Os preços caíram, em média, 25% nos hotéis do território nacional, entre junho e setembro com a exceção do Alentejo, que vendeu mais caro do que em 2019.

Os dados foram divulgados pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), esta quinta-feira, 22, na apresentação da IV fase do Inquérito AHP ‘Impacto da COVID-19 na hotelaria’. De acordo com a associação o Alentejo revelou-se uma “surpresa” no período de verão, registando uma taxa de ocupação média em agosto de 71%, de acordo com os 43 hotéis inquiridos.

Leia também: Hotelaria nacional pode perder 46 milhões de dormidas e 3,6 mil milhões de euros em receitas

A elevada procura traduziu-se também num aumento das tarifas que se fixaram numa média de 158 euros (150 euros em 2019). O segundo destino nacional com uma performance positiva foi o Algarve, com uma ocupação, no mesmo período, de 63% e um preço médio de 127 euros (150 euros no período homólogo).

Ainda em agosto, o centro atingiu uma ocupação de 52%, a região Norte de 42%,  os Açores de 27% e a Madeira 28%. Já a Área Metropolitana de Lisboa (AML) encerrou o verão com uma taxa de ocupação média de 18% (90% em 2019).

O mercado interno foi o principal cliente da hotelaria nacional, seguindo-se Espanha, França e os Países Baixos.

A maioria dos hotéis inquiridos (60%) retomou a operação com uma redução na sua oferta de unidades de alojamento entre os 11% a 30% .

Hotéis esperam um inverno negro

Depois daquele que foi um verão que deu “um balão de oxigénio à hotelaria nacional”, conforme analisou a vice-presidente executiva da AHP, Cristina Siza Vieira, as perspetivas de ocupação até ao final do ano não são otimistas. Para o último mês do ano, os hoteleiros inquiridos da AML e do Algarve esperam uma ocupação de 9%, o Norte de 21% e o Alentejo de 12%. “Nem sei como olhar para estes números, O ano está mesmo perdido”, confirma a também CEO da associação que representa os hoteleiros nacionais.

Leia também: “Mais de 90% dos hotéis não vai falir”

A responsável adianta que “os melhores alunos do verão  são os que têm uma melhor expectativa para o resto do ano. A hecatombe maior são os Açores e a AML”, adianta explicando que, no caso da capital, a grande ferida deve-se ao cancelamento dos congressos agendados para estes meses bem como a não realização da cimeira tecnológica Web Summit.  Cristina Siza Vieira alerta que os dados recolhidos pela associação (entre 21 de setembro e 15 de outubro) são anteriores ao anúncio do estado de calamidade, no passado dia 14 de outubro e que, por isso mesmo, estas previsões deverão ser mais pessimistas.

Deixe aqui o seu comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *