Hotelaria portuguesa lidera tabela em termos de ocupação e recuperação de preços

Por a 17 de Novembro de 2022 as 8:34

No primeiro dia do 33.º Congresso da AHP, esta quarta-feira, o foco recaiu nas perspetivas de desempenho da hotelaria em Portugal, numa análise apresentada por Robin Rossmann, Managing Director, STR Global, uma divisão da CoStar Group que fornece dados de mercado sobre a indústria hoteleira mundial.

Na sua apresentação, o profissional deu conta dos valores globais da procura hoteleira, do preço dos quartos, as tendências de viagens de lazer e negócios e da dicotomia entre unidades de luxo e budget.
Relativamente à procura hoteleira em termos globais, Rossman dá conta que esta recuperou 94% e continua a fortalecer-se.

No caso da América do Norte (67%), Médio Oriente (62%) e América Central (59%) os valores de procura hoteleira “estão praticamente recuperados” quando comparados com os valores de 2019. No caso da Europa, a procura só está abaixo 5% dos valores verificados em 2019, cifrando-se nos 77% atualmente.
As únicas zonas que dão mostras de ainda não ter recuperado são a Ásia, com 61% de procura hoteleira, 14% abaixo dos níveis de 2019, e a China, com 51%, ou seja, 18% abaixo dos valores anteriores à pandemia – o que o profissional aponta dever-se à política de zero Covid da China.

Neste cenário, Portugal lidera a ocupação entre agosto e novembro de 2022, seguido pela Irlanda, Reino Unido e Itália.

Passando para o preço médio por quarto ocupado (ADR), Rossman aponta que além de qualquer recessão, assistimos a uma enorme recuperação de preços – enquanto noutras alturas eram necessários quatro a sete anos para que os preços regressassem aos valores pré-recessão, desta vez demorou apenas um ano. Como demonstra, o ADR nominal – referente ao valor praticado em 2019 comparado com o que é colocado atualmente – está a crescer, enquanto o real – que tem em conta a inflação – está a entrar num planalto de recuperação.

Neste campo, Portugal encontra-se “no topo da tabela em termos de crescimento e recuperação de preço” na Europa, apenas com Itália a somar uma taxa mais elevada, seguida por Irlanda e França.

“Olhando para o futuro, estes são os quatro países que creio que vão verificar o maior crescimento de taxa”, declara Robin Rossman, acrescentando que “Portugal está a mostrar uma tendência de crescimento maior desta taxa do que a Europa no todo. Talvez não tão alta nos meses de verão, mas verificou-se no outono e tem continuado a crescer”.

Hotelaria portuguesa de luxo lidera na ocupação e recuperação do ADR
Reportando-se às viagens de lazer, o profissional aponta que apesar da tendência das “staycations” no Reino Unido, Alemanha e outros países nórdicos, estes marcaram menos ocupações e preços médios mais baixos em 2022.

No caso de Portugal, entre julho e agosto de 2022, a ocupação cifrou-se entre os 71% e 86%. No entanto, comparado com 2019, não recuperou totalmente.

“Temos de ter em conta que estes valores se verificaram apesar das restrições de capacidade de voos, dificuldades em obter voos, vários cancelamentos, atrasos e razões pelas quais as pessoas optaram por não viajar”, afirma o profissional, lembrando que “estes constrangimentos na procura em 2022 não devem verificar-se no próximo ano”.

Num outro ponto, Rossman afirma que as viagens de negócios estão de volta, apesar dos receios trazidos pela COVID-19. Como resultado, a ocupação em zonas de cidade, em detrimento das rurais, também tem recuperado.

A fechar a análise, o profissional aponta que o segmento de luxo tem superado o seu desempenho, com as unidades hoteleiras portuguesas deste campo a liderar tanto na ocupação como na recuperação do ADR.

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