“Sem ovos não há omoletes e as infraestruturas de que precisamos no Algarve custam dinheiro”

Por a 12 de Novembro de 2021 as 11:39

A falta de financiamento é apontada pelo presidente da Entidade Regional de Turismo do Algarve como o principal constrangimento da região. João Fernandes assegura que há respostas desenhadas para os vários problemas do Algarve mas que sem dinheiro não é possível a sua concretização.

“Há uma  quantidade de planos  para abordar questões desde sustentabilidade até às questões da mobilidade, da habitação. Não há é recursos financeiros. Esse é um dos grandes problemas do Algarve é o financiamento do planeamento que já está desenvolvido.”, referiu esta sexta, 11, enquanto falava no Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, no painel sob o mote ‘Algarve: onde estão as ameaças e oportunidades?’.

“Isso acontece há três quadros comunitários porque somos uma região em ‘phasing out’ porque, supostamente, temos um PIB per capita superior a 75% da média europeia mas, como sabendo, havendo, mais de 200 mil residências secundárias no Algarve, que não são de residentes, isso acaba de conferir ao PIB um valor que não traduz a riqueza de cada habitante e que inflaciona a condição do Algarve e que impede o dispor dos recursos financeiros para adereçar os problemas, nomeadamente infraestruturais. Por isso é que não temos um hospital central quando ele está há décadas no topo das prioridades identificado como uma necessidade. Ainda estamos a eletrificar uma linha numa região que é altamente internacional, é um processo básico e já deveria estar concluído há muito tempo”, justificou.

O presidente da Entidade Regional de Turismo do Algarve lamenta ainda a discrepância nos valores dos quadros comunitários entre as várias regiões do mapa nacional. “Quando queremos ter uma região que seja capaz de intervir ela tem de ter recursos alocados. Num quadro regular nós [Algarve] temos cerca de 300 milhões de euros para sete anos. O Alentejo tem 1200 milhões de euros, o centro tem três mil milhões de euros e o Norte tem cinco mil milhões de euros. É esta a proporção. E para onde é que vai o Orçamento do Estado? Para a contrapartida nacional destes investimentos. Nós somos penalizados duas vezes do ponto de vista dos recursos”, assegura.

Para João Fernandes a carência financeira da região é o maior entrave ao seu desenvolvimento. “Mesmo com os quadros ainda estamos muito aquém do que as outras regiões têm num quadro comunitário normal e sem ovos não há omoletes. As infraestruturas que precisamos custam dinheiro”, conclui.

O 32º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo que está a decorrer no NAU Salgados Palace, em Albufeira, no Algarve, termina esta sexta-feira, 11. O encontro contou  com um total de 600 participantes: 560 congressistas e 40 membros da organização.

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