“As equipas mais disruptivas serão as mais capazes de criar neste tempo novo”

Por a 13 de Setembro de 2021 as 12:02

“Turnaround em Hotelaria: Recomeçar” é o título do livro que foi escrito pela Filipa Vinha e pelo André Romeiro, que visa abordar as oportunidades e tendências depois da crise pela qual  o setor hoteleiro passou.

Assim, os autores, ao analisar os sinais do mercado, tentaram compreender a realidade que o setor vive, bem como a sistematização do conhecimento que têm vindo a adquirir, contribuindo desta forma para criar um legado, colocado agora à disposição de todos os hoteleiros.

O livro tem como objetivo  ser usado, no dia-a-dia, como uma ferramenta de trabalho dos hoteleiros, para que estes se possam sentir motivados a recomeçar e a repensar o caminho que encetaram.

O “Turnaround em Hotelaria: Recomeçar” divide-se em três partes. A primeira faz um enquadramento do contexto em que o livro é publicado, nomeadamente a explicação do conceito de ‘turnarond’, o contexto do mercado atual e das tendências, bem como uma análise de como se chegou aqui.

Já a segunda parte apresenta o modelo de ‘turnaround’, ou seja, como é possível recomeçar. Os vectores People, Purpose e Performance, conjugados com a análise do tempo, curto, médio e longo prazo, sistematizam um modelo de gestão, prático, possível de ser implementado a partir de amanhã, numa qualquer unidade hoteleira, em qualquer parte do mundo.

Na terceira e última parte foi dada voz a  um conjunto de atores do setor, que trazem “uma visão mais ampla e pessoal sobre a situação atual, e em que é possível observar que o conceito de recomeçar é uma característica comum a todos”.

À Publituris Hotelaria, os autores explicaram o que motivou a conceção desta ferramenta que pretendem partilhar com os hoteleiros nacionais. “A pandemia virou tudo do avesso: os produtos mais rentáveis são hoje os menos rentáveis. Os que apresentavam uma menor volatilidade são agora os produtos com mais risco e de futuro mais incerto. Os produtos de maior densidade são preteridos pelos de menor densidade. Os operadores “gigantes”, de repente, são ingeríveis e parecem elefantes na sala. A fragilidade dos mais pequenos, outrora uma fraqueza, de repente transforma-se numa enorme força, pela sua agilidade. E o mais importante: os clientes mudaram para sempre e não vão mais comportar-se como se comportaram até hoje, algo que todos dávamos como garantido.”

Assim, realçam, também “o decréscimo da dinâmica turística, enquanto fenómeno gerador de fluxos de visitantes e de investidores, exporá o sobredimensionamento da oferta hoteleira nacional face ao volume de clientes que a procurarão no curto e médio-prazo, bem como, a dificuldade das equipas de gestão em repensarem modelos, definirem novas metas e reencontrarem recursos estratégicos e soluções capazes de inverter a situação”.  A par destes e de tantos outros constrangimentos que se colocam ao setor hoteleiro, aos autores inquieta ainda “a cristalização das equipas de gestão, sobretudo das mega-estruturas”. “As crises obrigam-nos a um tempo de pontes, mais do que de corredores. A gestão baseada na confiança pessoal, não corresponde necessariamente à gestão informada e habilitada. A gestão competente é ágil, vertical, íntegra e ponderada – única capaz de superar processos de turnaround com determinação, visão e verdade. As equipas mais disruptivas, que mais depressa percebem o sector, mas que mantêm uma distância suficiente para manter um sentido de perspectiva, serão as mais capazes de criar neste tempo novo”, defendem.
O desafio que se coloca aos hoteleiros será assim o de “compreender que haverá um novo turismo, mais sustentável, mais tecnológico, mas também mais humano”. Para Filipa Vinha e André Romeiro, vão surgir novas palavras-chave  na mente do consumidor, como “ético, ecológico, biológico, sustentável, humano, experiencial, autêntico, entre tantas outras que foram apontadas neste livro. Embarcaremos num novo mundo de turismo”.

O livro em questão pretende “facultar uma matriz de tendências para hotelaria e um quadro analítico que identifica áreas sensíveis, vectores de análise e orientações de apoio à gestão de unidades hoteleiras em dificuldade, no modelo que se apelidou de Turn on Care, Turn on Cash – People, Purpose, Performance, e apontar as principais tendências do setor”.

Autores:

André Romeiro – Alentejano de Ourique, Mestre em Gestão de Empresas (MBA), pelo ISCTE – Business School (Instituto Universitário de Lisboa) e Licenciado em Economia pela mesma Universidade. Em 2005 completou também um Curso de Gestão Internacional através do ICEP – Instituto de Comércio Exterior de Portugal. Finalizou em agosto de 2020 o projecto de reposicionamento do Hotel Pestana Vilasol, o qual culminou com a nomeação para “Best Performance Hotel” do Pestana Hotel Group, pelos resultados alcançados em 2019.

Filipa Vinha – Detém um Master in Business Administration (MBA) pela Porto Business School e Licenciatura em Economia pela Universidade de TrásosMontes e Alto Douro. Em 2002 completou um curso em Gestão Internacional pelo ICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal. A sua principal experiência no sector turístico está relacionada com Estratégia, Marketing e Vendas, com especial enfoque em Hotéis Boutique, tendo-se dedicado nos últimos 12 anos à sua empresa Milestones, Strategic Thinking in Tourism.

Deixe aqui o seu comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *