“A aceitação de pagamentos digitais tornou-se num requisito obrigatório em qualquer negócio na área do turismo”

Por a 17 de Março de 2021 as 10:48

A REDUNIQ, que atua no setor das soluções de pagamentos, tem aumentado a sua pegada junto dos players do turismo. É uma das empresas presentes na quarta edição do Programa The Journey que este ano se foca na recuperação do setor através da colaboração entre ‘startups’ de todo o mundo e empresas de diversas áreas e que arranca em maio.

Atualmente, a REDUNIQ diz ter no portefólio grande parte das unidades hoteleiras do país e tem vindo a apresentar inovações de pagamentos direcionados para hotéis. Inês Saltão, Communication and Digital Manager da REDUNIQ, explica a importância dos pagamentos digitais para o turista que visita o país e de que forma estes se podem traduzir num maior consumo. A responsável fala ainda das novidades da empresa e dos próximos projetos.

Qual o retrato da evolução transacional do setor da hotelaria?
Em 2020, o setor de hotelaria e atividades turísticas teve uma queda abrupta de 65% na sua faturação. Consequentemente, os distritos de maior atividade turística foram os que mais sentiram o impacto da pandemia nos seus negócios, com uma quebra de 26% em Faro, 24% em Lisboa, 20% na Madeira, e 15% no Porto. De referir que estes valores resultaram da descida da faturação de cartões estrangeiros em Portugal em 55% em 2020, contra apenas 6% no caso dos cartões portugueses – de notar que avaliámos aqui as transações feitas na REDUNIQ com cartões, e sabendo que os pagamentos digitais ganharam maior tração, estas dinâmicas não consideram assim uma possível queda mais expressiva na utilização de numerário.
Já em 2021, neste novo confinamento geral, tanto a nível de pontos de venda ativos como de faturação no setor, é evidente que o impacto foi estruturalmente menor (medido ao fim de três semanas): menos 94% em 2020 contra menos 64% em 2021, uma diferença significativa de 30 pontos percentuais. No entanto, há dois aspetos que devemos considerar: por um lado, que alguns negócios fecharam em 2020 e não voltaram a abrir; por outro, e apesar do impacto agora não ser tão expressivo como no primeiro confinamento, ainda assim o setor está 79,9% abaixo dos valores alcançados no mesmo período do ano anterior, quando a COVID-19 ainda não tinha sido identificada no país.

Que tipo de inovação se está a registar no setor financeiro, e de que forma esta contribui positivamente para o setor turístico?
O setor financeiro tem vindo a alterar significativamente em todo o mundo. Com a digitalização de pagamentos como uma evidência já global, os players desta área têm vindo a evoluir e a investir bastante em melhores, mais robustas e mais eficientes soluções de pagamento. Especificamente em Portugal, soluções como o ‘contactless’ ou as compras online têm vindo a fazer, cada vez mais, parte do dia a dia de todos nós. O ‘contactless’ cresceu 142% em 2020 em número de transações e 242% em valor de faturação. Já assistíamos a um crescimento constante desta tecnologia há alguns anos, mas foi no ano passado que esta solução mostrou ser a mais eficaz, rápida e segura forma de pagamento. E, naturalmente, quando uma experiência corre bem, temos tendência a repeti-la e incorporá-la no nosso dia a dia.
Naturalmente que o turismo, como um dos grandes pilares da economia nacional, tem sido alvo de variadas, e muito positivas, evoluções e mudanças tecnológicas. Não só a aceitação de pagamentos digitais se tornou, cada vez mais, um requisito obrigatório em qualquer negócio na área do turismo – com enormes vantagens para o turista, que experiencia as compras no nosso país de forma mais cómoda, evita o levantamento de grandes quantias de dinheiro, o que aumenta a sua segurança, potenciando assim um consumo mais significativo – como ainda as soluções para hotéis foram alvo (e continuam a ser) de enormes desenvolvimentos, tais como as soluções integradas de pagamentos para a hotelaria. A REDUNIQ tem uma solução de pagamentos que integra diretamente com o software de gestão hoteleira do comerciante, permitindo que um cliente possa fazer toda a sua jornada num hotel, sem necessidade de pagamento a cada serviço contratado, apresentando apenas o cartão no início da sua estadia e sendo feitos, consecutivamente, top ups (aprovação de aumentos de cativo no cartão do cliente) no seu cartão, para maior comodidade. Isto permite uma jornada cada vez mais ‘seamless’ e ‘moneyless’ dos turistas nos nossos hotéis e, consequentemente, uma experiência mais simples e positiva.

Qual a importância do turismo para o negócio da UNICRE, sendo este um dos seus pontos core?
O turismo é um dos grandes vetores de atuação e investimento da REDUNIQ. Orgulhamo-nos de trabalhar com a maioria dos hotéis em Portugal, tentando sempre oferecer as melhores e mais avançadas soluções de pagamento aos mesmos. Em 2021, migrámos muitos dos nossos clientes para uma solução de integração de pagamentos ainda mais tecnológica, num projeto que tem vindo a ser desenvolvido ao longo dos últimos meses, e tentámos trabalhar com diversos parceiros para avaliação das necessidades do setor e desenvolvimento de mais ferramentas de capacitação do turismo, como é o caso da parceria com a Beta-i, no programa The Journey, no qual startups e empresas relacionadas ao setor do turismo se juntam para pensar e co-criar soluções tecnológicas de apoio ao desenvolvimento do turismo em Portugal.

Que soluções/projetos têm sido desenvolvidos pela UNICRE na área dos pagamentos que impactam o turismo?
Estamos, neste momento, em fase de implementação de uma evolução tecnológica na solução de pagamentos integrados, por forma a que os sistemas de gestão hoteleira e pagamentos estejam totalmente integrados, de forma mais ágil para hoteleiros e clientes. Além disso, estamos também em fase de piloto de um projeto para transportes, em parceria com a Visa e os Transportes Intermodais do Porto, que irá possibilitar que o cartão contactless de débito ou de crédito permita o acesso e pagamento à rede de transportes públicos da cidade. Com o lançamento desta solução, pioneira em Portugal, permitimos uma simplificação da mobilidade dos nossos turistas e, consequentemente, uma melhor experiência na visita ao nosso país.

Qual a importância que projetos de inovação como o The Journey têm para o negócio da UNICRE?
Projetos como o The Journey são de importância fundamental para o setor em várias vertentes. Antes de mais, permitem que startups imprimam a outras empresas, como a UNICRE, já instituídas no mercado, uma maior aceleração na inovação, pela agilidade com que as mesmas trabalham, pelas ideias muitíssimo inovadoras que encontramos neste projeto. Permitem, naturalmente, que estas startups apresentem os seus projetos, altamente inovadores e ágeis, a várias empresas que com eles podem trabalhar, auxiliando o seu crescimento e a entrada no setor do turismo de uma forma mais rápida e consistente. Finalmente, este tipo de projetos promove também a parceria entre várias empresas do setor com um objetivo comum que, em última análise, permite desenvolver uma melhor oferta ao turismo.

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