Alojamento turístico com quebras de 90% em janeiro e perspetiva de ocupação zero em fevereiro

Por a 8 de Fevereiro de 2021 as 12:32

Mais de metade dos estabelecimentos de alojamento turístico (56%) registaram quebras acima dos 90% no passado mês de janeiro. A informação é avançada pela Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) que acaba de divulgar os resultados do mais recente inquérito realizado a mais de mil empresários.

Ainda sobre o primeiro mês de 2021 no alojamento turístico, das empresas com atividade em funcionamento, 42% não registou qualquer ocupação, e 32% indicou uma ocupação até 10%. Já para o mês de fevereiro, 65% das empresas estimam uma taxa de ocupação zero, e 19% das empresas perspetivam uma ocupação máxima de 10%.

Uma das consequências destes números é refletida no quadro de pessoal das empresas. Os despedimentos são já uma realidade para 28% dos inquiridos que tiveram de dispensar trabalhadores. Destes,  34% reduziram em mais de 50% os postos de trabalho a seu cargo.

A AHRESP alerta para o facto de muitas empresas estarem excluídas dos apoios anunciados pelo governo.  “Face aos resultados apresentados, é evidente a insuficiência dos apoios até aqui disponibilizados e a necessidade urgente do seu reforço. Por outro lado, as mais de 95% de micro e pequenas empresas da restauração e alojamento não têm capacidade para aceder à complexidade destes apoios”.
A associação explica, ainda, que apresentou a executivo de António Costa uma proposta para “a criação de um Mecanismo Único de Apoio às Empresas, que permita um acesso ágil, simplificado e concentrado, através de uma única candidatura, aos apoios disponíveis”.

Metade da restauração está de portas fechadas

Do lado da restauração e similares as contas também não são animadoras. Mais de metade dos inquiridos (51%) admite estar com a atividade totalmente encerrada, sendo que 36% das empresas ponderam avançar para insolvência, dado que as receitas realizadas e previstas não permitirão suportar todos os encargos que decorrem do normal funcionamento da sua atividade.

“Para as empresas inquiridas, a quebra de faturação do mês de janeiro foi avassaladora: 79% das empresas registaram perdas acima dos 60%. Como consequência da forte redução de faturação, 18% das empresas não conseguiram efetuar o pagamento dos salários em janeiro e 18% só o fez parcialmente. Perante esta realidade, 44% das empresas já efetuaram despedimentos desde o início da pandemia. Destas, 19% reduziram em mais de 50% os postos de trabalho a seu cargo. 19% das empresas assumem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do primeiro trimestre de 2021”, enumera a AHRESP.

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