A qualificação como futuro do turismo e da economia

Por a 14 de Agosto de 2020 as 14:53

Por João Serrano, coordenador da Licenciatura e do CTeSP em Gestão Hoteleira do ISEC Lisboa

O turismo tem sido o motor da economia portuguesa nos últimos anos, resgatando a mesma da última crise financeira. A pandemia causada pelo vírus SARS-CoV-2, vulgo COVID-19/Coronavírus, apanhou tudo e todos desprevenidos e atirou o setor turístico – mundial – para um período conturbado e uma nova realidade: a restrição nas viagens internacionais e a necessidade de garantir uma segurança sanitária contra um vírus sobre o qual ainda há muito por descobrir.

Dia após dia, surgem notícias sobre o desenvolvimento da COVID-19 no mundo e, embora mais animadoras do que há dois meses, a verdade é que o futuro ainda é uma névoa difícil de dispersar. Contudo, mais uma vez, o setor turístico português tem-se manifestado resiliente, dinâmico e voltou a abrir portas, dando as boas-vindas aos turistas, na sua maioria originários do mercado interno, que tem funcionado como um balão de oxigénio neste período.

Os últimos anos provaram que Portugal tem um lugar de topo entre os destinos turísticos mundiais e a aposta crescente na qualidade do serviço tem sido um dos elementos diferenciadores da nossa oferta. Numa fase de reinvenção, como a que o sector turístico vive, volta-se a afirmar como chave para o sucesso, a qualidade do serviço prestado. E, para tal, afigura-se como fundamental a qualificação dos recursos humanos de forma transversal, desde a gestão à operação.

A oferta formativa no mercado tem sido desenvolvida para responder às necessidades do setor e é assente numa componente muito prática, o que possibilita aos futuros profissionais integrar o mercado de trabalho de forma célere. Mas a oferta formativa tem sido igualmente pensada na perspetiva da qualificação dos recursos humanos, permitindo aos atuais profissionais turísticos aprofundar conhecimentos e adquirir novas competências, aproveitando a sua experiência. São exemplo as áreas da gestão e da manutenção hoteleira, do desenvolvimento estratégico de produtos turísticos, da gestão da qualidade e da segurança e higiene do trabalho.

Em 2019, o setor turístico gerou 336,8 mil empregos, um peso de 6,9% na economia nacional; e as receitas turísticas contribuíram em 8,7% para o PIB nacional. A qualificação transversal dos profissionais do turismo português assume-se como elemento essencial para o futuro do setor, que retomará o seu papel preponderante na recuperação da economia portuguesa.

Porque o turismo é um negócio de pessoas, para pessoas e com pessoas, é essencial incrementar a qualidade dos recursos humanos e do serviço prestado pelos mesmos neste setor de atividade. Agora mais do que nunca, temos que estar conscientes que, nos tempos atuais de incerteza, a valorização e a formação dos profissionais de turismo, proporcionando o aumento das suas qualificações, são um dos principais fatores de diferenciação e sucesso deste setor.

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