AHRESP diz que encerramento de restaurantes intensifica “sufoco” dos empresários

Por a 20 de Março de 2020 as 12:48

O encerramento de todos os espaços de restauração com serviço ao público, à exceção dos que oferecem um serviço de comida para fora, anunciado ontem pelo governo, foi recebido com preocupação pela  Associação de Hotelaria e Restauração e Similares de Portugal (AHRESP). Apesar de acreditar que as medidas foram tomadas “porque são essenciais serem tomadas”, Ana Jacinto, secretária-geral da associação, diz que os empresários do setor ficam agora num cenário de sufoco.

“Nem todos os estabelecimentos vão ter capacidade para estarem a funcionar em take-away ou entregas ao domicilio. E, apesar de ser uma forma de tentar minimizar as receitas nos seus espaços, a verdade é que nem todos têm essa capacidade para o fazer porque não têm condições para o fazer e, portanto, obviamente que se já estavam num sufoco, esta medida da restrição completa obviamente que vem intensificar esse sufoco”, referiu esta sexta-feira, 20, em entrevista à RTP3.

Associação de pé atrás relativamente às linhas de apoio cedidas ao setor

A linha de apoio à tesouraria para microempresas do turismo, no valor de 60 milhões de euros e que inclui a disponibilização de 750 euros por trabalhador pelo período de três meses, foi elogiada ontem, dia 19, em comunicado pela associação. Apesar de satisfeita, a AHRESP mostra alguns receios relativamente à forma de acesso ao crédito. “Sabemos como é que funcionam esses mecanismos, são sempre mecanismos que acarretam alguma complexidade, porque já disse e bem, os intermediários são os bancos, e portanto tudo isto se complica quando estamos a falar de um tecido empresarial tão micro como é o caso da restauração e hotelaria”, adiantou Ana Jacinto em declarações à estação pública televisiva.

A representante afirma que 95% do setor é composto por  microempresas “que têm alguma dificuldade nesta relação com intermediários, designadamente a banca, que às vezes não facilita os processos”, justifica. “Primeiro há aqui um compasso de espera para as medidas serem disponibilizadas. Depois os bancos também têm que as disponibilizar e têm de as operacionalizar. E depois saber até que ponto é que elas são, efetivamente, acessíveis por parte dos nossos microempresários”, conclui.

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