Hoteleiros antecipam taxa de ocupação de 82% para o Ano Novo

Por a 15 de Dezembro de 2022 as 16:32

Por enquanto, as reservas para território nacional realizadas entre 2 e 12 de dezembro para o Ano Novo apontam para uma taxa de ocupação de 62%. No entanto, os hoteleiros portugueses antecipam uma ocupação de 82%. Os dados foram adiantados pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) em conferência de imprensa esta quinta-feira, 15 de dezembro, após um inquérito realizado a 407 estabelecimentos.

Para o Ano Novo, a Região Autónoma da Madeira lidera a taxa de ocupação nacional (81%) tendo em conta as reservas atuais, esperando atingir uma taxa de 89%. Segue-se a Região Autónoma dos Açores, que com base em reservas regista uma taxa de ocupação de 76% para este período, mas espera chegar aos 86%.

Nas restantes regiões do país, a diferença entre as reservas atuais e as previsões para o Ano Novo é maior – algo que não acontece nas regiões autónomas porque “quando os hóspedes fazem a reserva, também marcam o voo”, de acordo com Cristina Siza Vieira, vice-presidente da AHP.

De momento, Lisboa regista uma taxa de ocupação de 65% para o Ano Novo com base nas reservas, esperando chegar aos 86%. Já no Alentejo, as reservas apontam para uma taxa de ocupação de 63% para este período, com os hoteleiros a anteciparem uma ocupação de 84%.

Tanto o Algarve como o Centro marcam uma taxa de 53% para o Ano Novo, no entanto, enquanto o primeiro espera chegar aos 83%, a região Centro antecipa uma ocupação de 74%.

Por fim, o Norte tem neste momento reservas para o Ano Novo que apontam para uma taxa de ocupação de 55%, no entanto, espera atingir os 77%.

Neste âmbito, 92% dos hoteleiros perspetivam que a taxa de ocupação deste ano para este período vai superar ou igualar os valores de 2021, com 62% dos inquiridos do Algarve a assegurar que a taxa será “muito melhor” que a do ano passado.

Por outro lado, 83% dos inquiridos considera que a taxa de ocupação para este período vai igualar ou superar os valores de 2019, com 66% dos inquiridos da Madeira a afirmar que será “melhor” ou “muito melhor” este ano.

Preço médio por quarto em Lisboa no Ano Novo supera média nacional

Para este Ano Novo, o preço médio por quarto a nível nacional fixa-se nos 167 euros, com Lisboa a liderar a tabela de preços, a 218 euros. Segue-se o Alentejo, com um preço médio por quarto a 193 euros e a Região Autónoma da Madeira, a 184 euros – o que, para a vice-presidente da AHP, vem mostrar que “em períodos off the season [o Alentejo] tem uma performance interessante”.

Dos restantes preços médios por quarto, a região Norte fixa o preço médio por quarto nos 142 euros, o Algarve nos 140 euros, o Centro nos 129 euros e a Região Autónoma dos Açores nos 100 euros.

Neste contexto, 90% dos hoteleiros inquiridos consideram que os preços médios de 2021 serão igualados ou superados este ano, sendo que 90% dos inquiridos de Lisboa considera que este ano será “melhor” ou “muito melhor” que 2021 e 85% dos inquiridos do Norte que será “igual ou superior”.

Já em comparação com os valores de 2019, 84% dos inquiridos acredita que os valores relativos ao preço médio este ano vão ser “igualados ou superados”.

No que diz respeito aos mercados emissores para este Ano Novo, 86% dos inquiridos aponta Portugal como um dos seus principais mercados, enquanto 44% refere Espanha e 31% o Reino Unido e França.

Mais uma vez, e à semelhança do que foi apontado para os dados do Natal deste ano, Cristina Siza Vieira ressalva que apesar do destaque dado a Portugal, “quando se considera mercado interno falamos de residentes em Portugal, que também incluem franceses, americanos e espanhóis a residir no país.

“Vai haver muitas horas extraordinárias a serem praticadas”

Quando questionada sobre se será necessário o reforço de pessoal para dar conta desta procura para o período do Ano Novo, Cristina Siza Vieira aponta que “fácil, não vai ser e vai haver muitas horas extraordinárias a serem praticadas”.

“É sempre um período um bocado difícil porque há que jogar com as expetativas dos trabalhadores efetivos. Neste momento, a questão continua como a conhecemos, embora a expetativa possa vir a ser de [integrar trabalhadores], quer por via dos circuitos de emigração, quer por via da reentrada no mercado de trabalhadores de hotelaria que estavam noutros setores”, refere a vice-presidente da AHP, apontando que, por enquanto, essa expetativa não se está a concretizar.

Cristina Siza Vieira reforça ainda que esta necessidade também se verificou no verão deste ano: “Vai-se fazer o melhor com os trabalhadores que se tem”, termina.

O inquérito levado a cabo pelo Gabinete de Estudos e Estatísticas da AHP foi realizado entre 2 e 12 de dezembro de 2022 junto de 407 estabelecimentos nas regiões de Lisboa (25,8%), Norte (18,2%), Centro (17,2%), Alentejo (12,3%), Algarve (12%) e regiões autónomas da Madeira (8,9%) e dos Açores (5,5%).

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