“Os empresários viram na pandemia uma ocasião para requalificar, fazendo com que hoje a oferta hoteleira da Madeira seja melhor do antes de 2020”

Por a 14 de Fevereiro de 2022 as 15:09

Requalificação foi a palavra-chave da praça hoteleira madeirense durante os últimos anos pautados pela pandemia. A ausência de hóspedes e as portas fechadas abriram a janela de oportunidade para a aposta em remodelações e atualizações das unidades de alojamento turístico. Hoje a oferta hoteleira da Madeira é melhor quando comparada com 2020, diz o Secretário Regional de Turismo e Cultura da Madeira que garante que o setor se conseguiu adaptar e ultrapassar as contingências da pandemia.

“Os empresários do setor turístico da Região estão muito atentos à evolução das oportunidades que surgem. Estamos perante um tecido empresarial com forte tradição neste setor presente e consome da na Madeira há mais de 200 anos, habituado, por isso, a ciclos bons e a outros menos positivos. Com alguma resistência e saber acumulado, consegue gerir esta vulnerabilidade causada pela pandemia. O setor reagiu muito positivamente aos efeitos pandémicos, adaptando-se às circunstâncias, mas procurando sempre uma resposta que fosse interessante para os mercados de origem, fazendo corresponder a oferta com o desejo do viajante. Os empresários viram na pandemia uma ocasião para requalificar as suas unidades, modernizá-las, fazendo com que hoje a oferta hoteleira da Madeira seja melhor do que aquela que existia antes de 2020”, atesta Eduardo Jesus.

O governante sublinha que durante os últimos dois anos a “quase totalidade dos estabelecimentos turísticos efetuaram obras de manutenção, de adaptação à realidade COVID-19, e de outros trabalhos mais substanciais de requalificação”.

“[Entre 2019 e 2021] ocorreram diversas ampliações de empreendimentos turísticos que visaram melhorias qualitativas efetivas, nestas se incluindo o reequipamento total ou a requalificação geral, bem como medidas de incremento da sua sustentabilidade, dos quais destacamos as intervenções nos hotéis ‘Enotel Lido Madeira’, ‘Quinta do Furão’, ‘Aqua Natura Bay’, ‘Les Suites at Cliff Bay’ e o ‘Next’ que praticamente é um empreendimento novo onde antes existiu o “Madeira Regency Club”, enumera.

No capítulo das novas aberturas, o governante destaca a abertura de nove hotéis na região.

Sem querer adiantar o número exato de unidades em pipeline para os próximos anos, Eduardo Jesus garante que os investimentos estão a acontecer. “Têm surgido projetos para toda a Região, a maioria dos quais para unidades de turismo no espaço rural e pequenos hotéis. De maior monta, destaca-se o futuro hotel ‘Barceló Funchall Oldtown’, um investimento estimado em 25 milhões de euros que vai dinamizar uma das zonas fulcrais da baixa da cidade do Funchal, com início da atividade previsto no decorrer do presente ano, em novembro. Importa destacar outros projetos em curso que permitirão a captação de cadeias internacionais (…) [Há ainda] a possibilidade de reabertura do hotel de cinco estrelas Choupana Hills, destruído nos incêndios em 2016, o qual foi recentemente adquirido pelo grupo português Lux Hotels, que prepara a reconstrução do empreendimento”, aponta.

O Secretário Regional de Turismo e Cultura da Madeira adianta ainda que os principais investimentos estão a ser desenvolvidos por “grupos já instalados na RAM [Região Autónoma da Madeira] e outras cadeias hoteleiras que se estreiam na RAM”.

“No entanto, para investimentos de menor envergadura, de um modo particular no turismo no espaço rural, constata-se que os promotores são essencialmente famílias, e que acabam por ser essenciais para desenvolver as economias locais, fixar população e fomentar a cultura e as tradições regionais”, acrescenta.

O crescimento da praça hoteleira madeirense, incluindo o Alojamento Local, entre 2018 e 2020, situou-se nos 3,3% ao ano. ”Nos últimos dois anos, mesmo com o efeito pandemia, constatou-se um crescimento de cerca de 1,8 % no número de camas. Tendo em consideração estes números, verifica-se que este crescimento está dentro dos valores previstos nos cenários que deram origem ao Programa de Ordenamento Turístico da Região Autónoma da Madeira”, conclui Eduardo Jesus.

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Desafios
“Por sermos duas ilhas, a dependência da acessibilidade aérea apresenta-se como o maior desafio. Estamos permanentemente a trabalhar no sentido de incrementar as operações que têm aumentado, mesmo nestes tempos de pandemia. Em dezembro último, os aeroportos da Região registaram ligações diretas a 24 países, um valor recorde alcançado pelas infraestruturas aeroportuárias da Madeira e Porto Santo. Aquele registo é revelador de como o destino Madeira continua a evoluir no mercado externo e a intensificar o seu posicionamento, não só ao nível europeu, mas também global”.

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Mercados à vista
“Pretendemos consolidar a retoma sustentada dos mercados tradicionais estratégicos (Reino Unido, Alemanha e França), recuperando e superando os valores de 2019. Quanto ao mercado nacional, continuaremos a apostar fortemente para que continue a responder positivamente, tal como tem acontecido nos últimos anos. Por outro lado, temos o objetivo de crescer, face a 2019, nos mercados da Europa Central e, simultaneamente, apostando nos novos mercados no continente americano, nomeadamente dos Estados Unidos da América e do Canadá, sem nunca perder de vista o Brasil, na América do Sul”.

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