Raúl Ribeiro | SWOT
Oportunidade: As pessoas
Entramos em 2017 com expectativas muito positivas para o turismo em Portugal.
Por outro lado, os turistas que nos visitam são cada vez mais ativos e exigentes, pelo que a qualidade global da oferta de serviços deverá ser objeto primordial da nossa atenção. Além de toda a requalificação que se tem verificado no parque hoteleiro é necessário e urgente darmos a devida importância aos principais responsáveis pela qualidade de serviço.
Sendo o turismo, hotelaria e restauração sectores de serviço os mesmos dependem das pessoas e, está a chegar a hora de vermos os recursos humanos como um ativo e não como um custo, reconhecendo a sua importância. A aposta na sua qualificação e reconhecimento do seu trabalho é um primeiro passo importante.
Uma forma desse reconhecimento é a criação de uma área dedicada aos recursos humanos no sistema de qualificação turística, medida que desde o início do 2016 a ADHP propôs ao setor e às entidades oficiais do Turismo tendo tido bom acolhimento, mas que tarda em ser implementada.
Já no Congresso da ADHP em Abril passado a SET Ana Mendes Godinho afirmou que “acredito num sistema de classificação que valoriza as pessoas que trabalham nos hotéis com indicadores relacionados com a formação, com o levantamento das necessidades de formação, com o sistema de avaliação associado à própria qualidade do serviço prestado”, posição que reiterou novamente em Novembro no Congresso da AHP onde deixou o repto para que, “na revisão da portaria da classificação dos empreendimentos turísticos, passemos a ter uma área dedicada aos recursos humanos no sistema de classificação turística”.
Esperamos que tais alterações sejam efetivas ainda no inicio do presente ano.
Ameaça: As taxas municipais
A tentativa de criação de taxas turísticas sem sustentação e enquadramento que prove a sua necessidade e que mais não são do que um subterfúgio para o arrecadar de mais receita, são uma ameaça ao natural equilíbrio da oferta hoteleira. Estas mesmas taxas deverão, a serem criadas, ser alocadas exclusivamente ao financiamento de projectos de relevante interesse turístico sendo que a gestão destas verbas deverá sempre ser executada por uma comissão de gestão em que tenha assento executivo o único setor que vai contribuir para esta taxa, a hotelaria.
Pontos fortes: Rede de ensino politécnico
O trabalho conjunto que se tem vindo a construir entre os Directores das Escolas Politécnicas e Universidades e o Governo (salientamos a disponibilidade e empenho da Senhora Secretária de Estado do Turismo e da Senhora Secretária de Estado do Ensino Superior) , demonstra hoje uma vontade de fazer a diferença para melhor neste setor em crescimento.
Deste trabalho já resultou a criação da Rede de Instituições Públicas do Ensino Politécnico com o propósito de aproximar as necessidades do setor com a oferta formativa na área.
Pontos fracos: Competências sociais
É importante que os nossos quadros diretivos estejam cada vez mais preparados para juntar à sua formação na área da direção uma nova e não menos importante área – as competências sociais e comportamentais – soft skills.
A par dos conhecimentos técnicos e de gestão necessitamos que todos adquiram competências em áreas como: saber comunicar, saber trabalhar em equipa, resolução de problemas, versatilidade, só para mencionar algumas.
Tão ou mais importante é necessário que estas competências sejam transversais a toda a estrutura da empresa desde os quadros diretivos até aos estagiários.
* O autor escreve segundo o novo Acordo Ortográfico