Opinião: “O associativismo como impulsionador de carreira”

Verificando ao longo dos anos menor interesse nas formas de ensino convencionais, é imperativo para o setor formar profissionais que se consigam introduzir no mercado com segurança e que se sintam à vontade para ter uma voz ativa, ajudando as empresas a crescer e a alcançar os seus objetivos e vice-versa.

Se queremos continuar a crescer, é fundamental unirmo-nos – governo, associações e universidades – para perceber que tipo de bases precisam os jovens que estudam turismo e hotelaria em Portugal, e definir um plano de ação.

Por um lado, temos o ensino formal, escolas e universidades, onde adquirimos a maioria das nossas hard skills. Este é fundamental porque dificilmente as soft skills, por si só, nos permitem chegar aos nossos objetivos. No entanto, apesar de adquirirmos um conjunto incrível de conhecimento, se não o conseguirmos pôr em prática quando entramos no mercado, é provável que seja esquecido.

Por outro lado, temos o ensino não-formal e, em específico, o associativismo. Na minha opinião, é uma das ferramentas mais importantes da democracia, mas tem caído no esquecimento ao ponto de muitos jovens não saberem em que consiste.

O associativismo juvenil é uma ótima forma de voltar a envolver os jovens na hotelaria e de os ajudar a ter voz e evoluir nas suas carreiras. Organizar projetos em prol de algo comum estimula o espírito de união e de entreajuda, e é nestes momentos que desenvolvemos o trabalho em equipa, a capacidade de liderança e assimilamos os valores da indústria: respeito e responsabilidade para com os outros. Precisamos de aprender a lidar com pessoas, seja em ambiente social ou profissional, principalmente na hotelaria, em que as pessoas são o centro.

Já começámos a construir este caminho, tendo estruturado e posto em prática o projeto “Embaixadores da Hotelaria” da ADHP Júnior. Este projeto visa dar aos jovens oportunidades para experienciar o associativismo durante um ano e dotá-los de recursos para organizarem o próprio evento em conjunto com a escolas onde são discentes.

Desta forma, não só teremos um conjunto de jovens mais formados e completos aquando da sua entrada no mercado, como os introduzimos à diplomacia e à política, mostrando a importância e o potencial que as associações têm na tomada de decisões a nível governamental.

Estamos confiantes de que os embaixadores e os seus eventos, bem como a sua progressão de carreira, vão suportar a nossa convicção de que o associativismo pode ser um pilar fundamental para os jovens e para a hotelaria. Não temos qualquer dúvida que algo tem de mudar para que esta indústria seja atrativa para os jovens e que o associativismo é umas das formas.

Leonardo Simões
Presidente da ADHP Júnior