AHETA considera que medidas do Governo não garantem a recapitalização das empresas

Por a 18 de Março de 2021 as 11:54

Para a Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), as novas medidas de apoio anunciadas pelo governo na semana passada “sabem a pouco”.

A associação liderada por Elidérico Viegas considera que as medidas de apoio à economia são “pouco ambiciosas e não garantem a recapitalização das empresas”. E dá como exemplo o anúncio da prorrogação das moratórias até ao próximo mês de setembro que, aponta a AHETA, “não só não resolve os problemas das empresas hoteleiras e turísticas do Algarve, como as deixa mergulhadas num mar de incertezas e, por conseguinte, sem perspectivas de futuro”.

A AHETA recorda que as empresas turísticas do Algarve “enfrentam uma gestão deficitária desde o final do mês de outubro de 2019, o que conduziu à sua descapitalização, sendo que as previsões para o próximo verão não permitem arrecadar receitas suficientes para suportar os elevados custos fixos dos empreendimentos turísticos regionais durante a próxima época baixa”, que se prevê novamente prolongada. “A retoma para níveis dos anos anteriores só é previsível a partir da época turística de 2022, pelo que as moratórias fiscais e financeiras devem ser prorrogadas até setembro do próximo ano”, defende a associação.

No que refere ao lay-off simplicado, que foi alargado, a associação também aponta que é “pouco ambicioso e muito burocrático”. Já as  linhas de crédito são consideradas “empréstimos que terão de ser pagos com encargos e, os eventuais fundos perdidos”, que se revelam “insuficientes face à dimensão e impacto da crise no sector empresarial do turismo, assim como o Programa APOIAR e APOIAR RENDAS passem a contemplar as Cessões de Exploração, uma prática corrente nos estabelecimentos hoteleiros e turísticos, mas cujos plafonds e vigência são insuficientes e desajustados das necessidades do sector empresarial do turismo, enquanto as linhas de crédito para apoiar as empresas exportadoras não foram reforçadas”.

A AHETA refere ainda que “o governo insiste em continuar a exigir um Pagamento Especial por Conta sobre Lucros, (IRC), sabendo que as empresas hoteleiras e turísticas registaram quebras superiores a 70% nas suas receitas e, portanto, não contabilizam quaisquer lucros durante um período superior a 2,5 anos”.

As medidas são caraterizadas  “de curto prazo, pouco consistentes e, por conseguinte, sem uma visão estratégica”, o que vai, segundo a associação, “impedir as empresas de responder, eficazmente, aos desafios competitivos na fase de retoma”.

A AHETA apela, mais uma vez, ao governo para implementar o “prometido” Plano Específico de Emergência para Recuperar o Turismo do Algarve, “instrumento sem o qual as empresas hoteleiras e turísticas e a região não terão condições para enfrentar a situação de enormes dificuldades em que se encontram”.

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