Alojamento Local impacta economia em 1.6 mil M€

Por a 19 de Setembro de 2017 as 14:43

Entre 1.335,9M€ e 1.664,7M€. São estes os valores referentes ao impacto económico total do Alojamento Local na Área Metropolitana de Lisboa, em 2016, segundo o mais recente estudo feito pela AHRESP, o ISCTE, a Sítios e com o apoio do Turismo de Portugal.

De acordo com os resultados apresentados esta terça-feira, este impacto divide-se pelo contributo directo, no valor de 285,9 milhões de euros e que respeita os gastos directos nas unidades de Alojamento Local; o impacto económico indirecto, num total de 549,6 milhões de euros relativos a gastos durante a estadia, como seja entretenimento e deslocações; e, por fim, o contributo induzido, que variou entre os 500,4 milhões de euros e os 829,2 milhões de euros, que dizem respeito ao contributo a “montante e a jusante”, nomeadamente os gastos dos empresários do sector com fornecedores e o emprego gerado e consequente aumento de rendimento das famílias.

O contributo do sector para o PIB terá sido de 97,4 milhões de euros, dos quais 51,4 milhões de euros dizem respeito a valores pagos em salários e outras retribuições.

Relativamente ao emprego, estima-se que o Alojamento Local tenha criado cerca de 5706 postos de trabalho directos.

Os valores em causa dizem, contudo, respeito a um ano atípico, em que o número de unidades subiu 94,8% e a capacidade de alojamento 75,1%, o que “espelha a dinâmica” do sector.

Numa segunda vertente da análise efectuada, os investigadores elaboraram cenários de desenvolvimento para o alojamento local no período 2017/2020. Foram criados três cenários, o pessimista, o base e o optimista, segundo os quais, o impacto económico do Alojamento Local poderá variar entre os 2.705,8 milhões de euros (valor mínimo do cenário pessimista) e os 4.120,8 milhões de euros (valor máximo do cenário optimista).

O cenário tido como mais realista, o base, aponta para um contributo entre os 3.017,4 milhões de euros e os 3.735,4 milhões de euros, divididos entre os 624,3 milhões de euros de benefícios directos, os 1.300,5 milhões de euros de impacto indirecto e entre 1.092,6 milhões de euros e os 1.810,5 milhões de euros de benefícios induzidos.

Segundo o cenário base para o período 2017/2020, o sector entrará em velocidade cruzeiro, com a taxa de crescimento médio anual a situar-se entre os 7% nos estabelecimentos de hospedagem e os 12% nos apartamentos; o preço a aumentar cerca de 6% ao ano e uma manutenção dos níveis actuais de ocupação e sazonalidade.

O contributo para o PIB deverá rondar os 212,5 milhões de euros e a criação de emprego os 12.665 pessoas ao serviço.

QUALITY

Na apresentação do estudo Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP, alertou para que esta actividade não é nova, pelo contrário, tem “décadas” e que é preciso ter em atenção os empresários que se dedicam a ela, referindo o contributo do Programa Quality na legalização e melhoria do serviço das unidades de Alojamento Local.

A responsável mostrou, ainda, a sua indignação para com o aproveitamento político e das polémicas em torno do Alojamento Local, afirmando que apenas duas freguesias em Lisboa e uma no Porto se encontram em situações que carecem de maior atenção.

Ana Jacinto indicou, ainda, que o Programa Quality responderá a estas situações, descartando a necessidade de uma intervenção ao nível da legislação.

Recorde-se que o Programa Quality da AHRESP, que pretende uma qualificação das unidades de Alojamento Local em todas as vertentes, desde a segurança, higiene e integração urbana.

O ISCTE está a realizar o estudo sobre o impacto económico sobre outras regiões do País. nomeadamente o Algarve, Norte e Centro, que serão apresentados mais tarde. A AHRESP pretende, ainda, levar o estudo até às regiões da Madeira e dos Açores.

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