Lisboa, Porto e Algarve são cada vez mais atractivos para os investidores, diz a JLL

Por a 11 de Maio de 2017 as 10:42

O bom desempenho dos hotéis em Lisboa, no Porto e no Algarve atrai cada vez mais os investidores, uma tendência que deverá manter-se em 2017 face às boas perspectivas de evolução da actividade turística e reforço da oferta hoteleira prevista para os três mercados. A conclusão é da consultora JLL, na sua mais recente iniciativa de research para Portugal, a publicação trimestral Hotel Intelligence.

“As perspectivas para a actividade turística nestas três regiões são muito positivas para 2017, prevendo-se mais turistas, e principalmente turistas com maior capacidade financeira, com impacto direto nos proveitos e RevPAR. A par deste aumento da procura, também a oferta hoteleira será reforçada, além de ser mais diversificada e qualificada”, comenta Karina Simões, Vice-President Portugal, do Hotels & Hospitality Group da JLL. “O mercado de investimento em hotéis já beneficiou desta conjuntura positiva em 2016 e os investidores estão cada vez mais atentos a Portugal, mostrando-se muito confiantes no potencial de evolução da procura turística. Isso, associado às oportunidades que se abrem com a nova oferta de hotéis prevista para as três regiões, vai impulsionar ainda mais o investimento em activos deste género”.

Lisboa é, de acordo com a JLL, uma cidade cada vez mais atractiva para investimento hoteleiro, tendo registado um ano recorde a nível de RevPAR, que cresceu 8,1% para os 74 euros. Este aumento foi impulsionado sobretudo pela subida de 7,1% no preço médio por quarto para os 100 euros, num cenário em que a taxa de ocupação atingiu os 74,3%, com uma subida marginal de 0,9%. Em 2016 abriram 10 novos hotéis em Lisboa, com a oferta em funcionamento a atingir as 246 unidades, e este número deverá aumentar consideravelmente nos próximos dois anos, com 21 novos hotéis previstos num total de 2.040 quartos, especialmente nas categorias de 4 e 5 estrelas.
Também o Porto está a despertar o interesse dos investidores, depois de um crescimento de 16,9% no RevPAR (para os 61 euros) em 2016. A ocupação hoteleira subiu 4,3% para os 73,7%, acompanhada por um aumento de 12,1% no preço médio por quarto (82 euros). A oferta hoteleira foi reforçada com 15 novas unidades (são 86 atualmente) no ano passado e só em 2017 deverão abrir portas 6 novos hotéis na Invicta, trazendo uma oferta de cerca de 620 novos quartos, que, tal como em Lisboa, são sobretudo de 4 e 5 estrelas. Além destas, pelo menos dez outras unidades aguardam aprovação da autarquia, o que reflete bem a dinâmica turística da cidade.

O potencial de crescimento do turismo no Algarve é também um factor de crescente interesse para investidores estrangeiros, especialmente players de capitais privados, high net worth individuals (ou seja, os particulares com rendimento líquido superior a 30 milhões) e investidores institucionais. Em 2016, os hotéis na região voltaram a registar uma performance excepcional, com a ocupação a crescer 5,3% para 60,6% e o preço médio por quarto a aumentar 11,7% para os 113 euros, o que impulsionou em 17,5% o RevPAR (para os 69 euros). A oferta actual é de 138 unidades num total de 18.000 quartos, com 80% dos hotéis nas categorias de 4 e 5 estrelas.

Para Karina Simões, “o mercado turístico nacional tem tido resultados excepcionais, com crescimentos recorde, conquista de prémios e com a afirmação do destino na rota dos grandes eventos internacionais. Ainda que todas as políticas e estratégias colocadas em prática pelos players nacionais tenham sido, nos últimos anos, preponderantes e em grande parte responsáveis por este crescimento, não nos podemos também esquecer da existência de factores exógenos que acabaram por nos favorecer, nomeadamente do lado da procura, como seja por exemplo, a situação política, económica e social difícil em que se encontram alguns dos nossos principais concorrentes da Bacia do Mediterrâneo. A este nível creio que o grande desafio este ano passa por fidelizar os turistas de modo a não nos ressentirmos quando estes destinos voltarem a estar novamente “no mapa”.

Relativamente ao investimento, “o grande desafio passará por conciliar a oferta e a procura. Toda a euforia em torno do turismo teve impacto obviamente no valor dos activos e alguns proprietários começam a exigir yields em linha com países como Espanha, França e Reino Unido, quando do ponto de vista operacional, os indicadores ainda estão distanciados dessas realidades, apesar de registarem um forte crescimento. Este desencontro de expectativas pode inviabilizar a realização de algumas transacções”, termina Karina Simões.

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