Opinião: “A Aposta nas Pessoas”

Por a 21 de Maio de 2024 as 11:08

A presente crise que estamos a viver, de contornos incertos e complexos, vai trazer novos desafios à nossa economia e sociedade – o grande factor chave no nosso futuro colectivo será cada vez mais a aposta no capital humano e na sua capacidade central de renovar a cadeia de valor e as redes globais dos negócios. Precisamos por isso em Portugal de uma agenda estratégica para os talentos, centrada na mobilização de um espírito colectivo que dê às prioridades da economia portuguesa um contexto de estabilidade estratégica com uma participação social equilibrada e justa. O capital humano deve ser assim a chave de uma agenda de valor para a hotelaria e o turismo.

Mudar a agenda para agendar a mudança é um desafio colectivo no qual a participação individual se configura como estrategicamente mais do que necessária. O objectivo de consolidação da sociedade do conhecimento em Portugal não se pode fazer por mero decreto e face à dimensão estratégica assumida pelos objectivos da sustentabilidade torna-se fundamental que o Estado, as universidades e as empresas firmem um verdadeiro pacto estratégico sobre as parcerias a desenvolver para a implementação de plataformas em que os cidadãos se revelem nesta nova lógica participativa que cada vez mais é o novo desafio.

É aqui que entram os talentos. Compete a estes actores de distinção um papel decisivo na intermediação entre as grandes multinacionais e outros centros globais de conhecimento e os diferentes pólos de competitividade nacionais. Só com um elevado índice de capital social se conseguirá sustentar uma participação consistente na renovação do modelo social e na criação de plataformas de valor global sustentadas para os diferentes segmentos territoriais e populacionais do país. A renovação do modelo competitivo nacional passa muito por esta nova intermediação estratégica muito virada para a criação de valor e integração do país em redes globais altamente dinâmicas.

A construção duma agenda de inovação e valor é um desafio complexo e transversal a todos os actores e exige um capital de compromisso colaborativo entre todos. Em 2024, Portugal é já claramente um país da linha da frente em matéria de infra-estruturas de última geração, essenciais na perspectiva estratégica de aposta num novo modelo de economia sustentável, centrada na inovação e criatividade. Implica por isso saber dar resposta às solicitações das várias frentes e, acima de tudo, tomar de forma consciente opções sobre qual as melhores soluções a adoptar para o futuro. Teremos assim uma área da hotelaria e turismo com mais futuro.

Francisco Jaime Quesado
Economista e gestor – especialista em inovação e competitvidade

*Artigo de opinião publicado na edição n.º 215 da Publituris Hotelaria

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