Opinião: “À atenção de operadores hoteleiros”

Por a 11 de Maio de 2024 as 11:11

Os últimos anos têm sido dinâmicos ao nível do desenvolvimento de novos conceitos imobiliários ou disrupções importantes face aos já existentes. Cowork, coliving, student housing, senior living, serviced apartments, glamping… são alguns exemplos mais mediáticos.

E as oportunidades para operadores hoteleiros instalados são inúmeras, com importantes efeitos multiplicadores e economias de escala a partir das suas operações. Assim, vejamos:

  • Um fator comum à maioria destes conceitos é, simplificando, a existência de camas. A sua venda – em estadas mais ou menos prolongadas ou em ativos mais ou menos sofisticados – constitui um elemento nuclear da oferta, sendo este negócio a atividade core dos operadores hoteleiros. Ninguém se encontra mais bem preparado para antecipar as necessidades dos clientes, definir os programas de áreas e equipamentos necessários e operacionalmente eficazes, bem como prever com exatidão os proveitos e custos operacionais (incluindo manutenção e reservas de posicionamento) decorrentes;
  • Outro fator é a existência/necessidade de providenciar serviços adicionais mais ou menos completos, seja ao nível do Food & Beverage (F&B), de desporto e lazer, wellness, concierege ou “gestão de condomínios”. É difícil indicar um setor mais bem preparado que o hoteleiro para dar esta resposta.
  • Um terceiro fator relaciona-se com o efeito marca. A marca é a face visível do produto, aporta identificação e, principalmente, confiança. As bases de dados, histórico e visibilidade dos operadores do setor são fatores de competitividade acrescida face a outros players do mercado. Acresce a capacidade de criação de marcas por segmento e de parcerias com outros intervenientes para acrescentar valor ao produto.
  • Por último a promoção/distribuição. O mercado todos os dias, off e online, a vender em várias geografias, a diferentes perfis socioeconómicos ou nacionalidades e com programas de fidelização ativos, a experiência e know how adquiridos são de alavancagem inquestionável para evoluir para novos conceitos, ainda mais relevante para a parcela – crescente – de clientes internacionais que procuram Portugal.

Ou seja, não será de estranhar assistirmos nos próximos anos a uma extensão por parte dos principais operadores nacionais à promoção e/ou gestão de conceitos desta natureza, constituindo também uma oportunidade de diversificação e crescimento do negócio de alguns players nacionais.

Eduardo Abreu
Sócio Neoturis

*Artigo de opinião publicado na  edição 215 da Publituris Hotelaria.

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