Soft Time ganha concessão do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova em Coimbra

Por a 11 de Abril de 2024 as 14:49
Mosteiro de Santa Clara-a-Nova | Créditos: Revive

A empresa Soft Time venceu o procedimento público para transformar o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, em Coimbra, num hotel. A notícia foi avançada esta quarta-feira, 10 de abril, pela  Lusa, que recorda que a empresa ganhou anteriormente o concurso para o Mosteiro do Lorvão, em Penacova.

A empresa “Soft Time é a vencedora do concurso, cuja fase pré-contratual está assim encerrada”, afirmou à agência Lusa fonte oficial da Turismo de Portugal, numa resposta escrita.

O concurso foi lançado no âmbito do Revive, programa de requalificação de património para fins turísticos, que visa, no caso do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, transformar uma área edificada de cerca de 13 mil metros quadrados num hotel de cinco estrelas, prevendo, para isso, um contrato de concessão de 50 anos.

O procedimento público contou com duas propostas, mas a empresa que ficou em primeiro lugar desistiu do processo, tendo sido posteriormente contactada a Soft Time.

“A concorrente Soft Time, empresa ordenada em segundo lugar no concurso em causa, foi notificada da sucessão na adjudicação da concessão após a declaração de caducidade da adjudicação inicial”, explica a Turismo de Portugal.

Segundo a resposta à Lusa, esta empresa, constituída em 2019 e detida pelo madeirense Sérgio Aleixo, “concluiu o processo de habilitação, estando agora em curso o procedimento de assinatura do contrato de concessão”.

A empresa unipessoal Soft Time venceu em 2021 o concurso para a transformação do Mosteiro do Lorvão, em Penacova, num hotel, com a plataforma do Revive a indicar que estava previsto um investimento na ordem dos sete milhões de euros e início de exploração em 2024.

O processo esteve parado cerca de um ano à espera de parecer favorável da Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC), que chegou em 2023.

Segundo o portal do Ministério da Justiça com as publicações de atos societários, a Soft Time, quando foi constituída, tinha como objeto da sua atividade diversas e distintas áreas, como consultoria em segurança e higiene no trabalho, marketing, intermediação na compra e venda de empresas, compra e venda de imóveis, administração de condomínios e importação e exportação de automóveis.

Em 2020, de acordo com o mesmo portal, a empresa passou também a incluir no objeto da sua atividade áreas como a exploração de empreendimentos turísticos, comércio eletrónico, venda de reboques e moldes, entre outros.

A agência Lusa tentou contactar o empresário Sérgio Aleixo, mas sem sucesso.

A transformação daquele espaço num hotel tem sido contestada, nomeadamente pelo Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), uma das entidades organizadoras da bienal de arte contemporânea Anozero, que tem tido naquele monumento o epicentro da sua atividade.

Apesar de o concurso prever a possibilidade de reservar 600 metros quadrados para a bienal, de dois em dois anos, o diretor do CAPC, Carlos Antunes, sempre foi crítico dessa opção e chegou a admitir que o fim da utilização do mosteiro pela arte contemporânea poderá ditar o próprio fim da Anozero.

Na inauguração da bienal deste ano, o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, avançou com a possibilidade de o antigo Hospital Pediátrico poder vir a ser o espaço central da bienal.

LUSA

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