INE: Dormidas de residentes invertem trajetória de crescimento e descem em janeiro

Por a 4 de Março de 2024 as 12:40
hóspedes

Em janeiro, as unidades de alojamento turístico nacionais contabilizaram 1,5 milhões de hóspedes e 3,5 milhões de dormidas, valores que traduzem variações homólogas de +1,8% e -0,1%, respetivamente, com o Instituto Nacional de Estatística (INE) a destacar que as “dormidas de residentes inverteram a trajetória de crescimento dos últimos três meses e decresceram 2,6%, totalizando 1,1 milhões”.

Os dados divulgados no final da semana passada pelo INE mostram que esta foi a primeira vez desde o 2.º trimestre de 2021 que as dormidas caíram, depois de terem aumentado 8,3% no último mês de 2023.

Segundo o INE, além do decréscimo das dormidas dos residentes, também as dos “não residentes abrandaram pelo terceiro mês consecutivo”, registando um crescimento de 1,2%, correspondendo a 2,3 milhões.

“O abrandamento do crescimento dos mercados externos acentuou-se (+1,2%, após +7,5% em dezembro), tendo sido registados 2,3 milhões de dormidas. As dormidas de residentes totalizaram 1,1 milhões, contrariando a trajetória de crescimento dos últimos três meses (-2,6%; +9,6% em dezembro)”, explica o comunicado do INE que acompanha os números.

O abrandamento das dormidas dos não residentes é explicada pelo abrandamento que também se verificou nos 10 principais mercados externos emissores de turistas para Portugal, que representaram 73,1% do total de dormidas de não residentes.

O destaque, segundo o INE, foi para o mercado britânico (15,8% do total das dormidas de não residentes em janeiro), com um aumento de 6,0%, seguindo-se o mercado alemão, que foi o segundo mercado e cujas dormidas representaram 11,2% do total, depois de um crescimento de 0,3% em janeiro.

Já o mercado espanhol deu origem a 8,8% das dormidas de não residentes mas, segundo o INE, “registou o maior decréscimo (-12,2%) entre os 10 principais mercados emissores em janeiro”.

“No grupo dos 10 principais mercados emissores, destacaram-se ainda em janeiro os mercados polaco e irlandês (3,6% e 2,4% do total, respetivamente) pelos crescimentos mais expressivos, +25,2% e +17,5% face ao mesmo mês do ano anterior”, destaca ainda o INE.

A nível nacional, os maiores aumentos de dormidas registaram-se no Oeste e Vale do Tejo (+18,7%), seguindo-se o Norte (+3,7%) e o Centro (+3,3%), enquanto a Península de Setúbal (-9,7%), a RA Açores (-4,0%), a Grande Lisboa (-3,9%) e a RA Madeira (-3,1%) apresentaram os principais decréscimos.

O INE destaca ainda que as regiões que concentraram o maior número de dormidas foram a Grande Lisboa (29,3%), o Norte (18,2%), a RA Madeira (+16,8%) e o Algarve (16,4%).

No caso das dormidas dos residentes, houve, em janeiro, crescimentos no Oeste e Vale do Tejo (+11,3%), no Centro (+4,6%), no Norte (+2,5%) e no Alentejo (+2,3%), tendo decrescido nas restantes regiões, sendo que os principais decréscimos observaram-se na RA Madeira (-16,6%), na Grande Lisboa (-11,3%) e na RA Açores (-10,3%).

“Em janeiro, as dormidas de não residentes cresceram de forma mais expressiva no Oeste e Vale do Tejo (+31,9%), na RA Açores (+6,3%) e no Norte (+4,7%). Os principais decréscimos observaram-se na Península de Setúbal (-13,4%) e na Grande Lisboa (-1,5%), tendo sido mais ligeiros na RA Madeira (-0,9%) e no Centro (-0,2%)”, acrescenta o INE.

No primeiro mês de 2024, a estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico ficou nas 2,33 noites, o que representa uma diminuição de 1,9% e que se soma à queda de 2,3% que já tinha sido assinalada em dezembro, com o INE a realçar que “o Oeste e Vale do Tejo e a RA Madeira registaram os maiores crescimentos neste indicador (+2,5% e +2,3%, respetivamente), enquanto na Península de Setúbal e na Grande Lisboa se observaram os decréscimos mais expressivos (-6,3% e -3,0%, respetivamente)”.

Já os valores mais elevados da estada média continuaram a observar-se na RA Madeira (4,81 noites) e no Algarve (3,71 noites), tendo as estadias mais curtas ocorrido no Centro (1,62 noites) e no Oeste e Vale do Tejo (1,63 noites).

Segundo os dados divulgados, a estada média dos residentes foi de 1,69 noites e diminuiu 1,6%, enquanto a dos não residentes chegou às 2,88 noites, mas com um decréscimo de 3,1%.

A “estada média dos não residentes foi mais longa do que a dos residentes em todas as regiões”, assinala o INE, que diz que a RA Madeira registou “as estadias médias mais prolongadas, quer dos residentes (2,62 noites) quer dos não residentes (5,44 noites)”.

Além da RA Madeira, as estadas médias observadas no Algarve (2,34 noites dos residentes e 4,34 noites dos não residentes) e na RA Açores (2,20 noites e 3,20 noites, pela mesma ordem) “também ficaram acima das estadas médias nacionais”.

A diminuir esteve ainda a taxa líquida de ocupação-cama nos estabelecimentos de alojamento turístico, que, em janeiro, se situou nos 28,3%, diminuindo 1,3 p.p., após o crescimento de 0,9 pontos percentuais em dezembro.

O INE diz que o “mesmo sucedeu com a taxa líquida de ocupação-quarto”, que foi de 36,1% em janeiro, num decréscimo 1,3 pontos percentuais, depois de ter crescido 1,0 pontos percentuais em dezembro.

Por regiões, em janeiro, as taxas de ocupação-cama mais elevadas registaram-se na RA Madeira (51,6%) e na Grande Lisboa (35,8%), enquanto as mais baixas se verificaram no Alentejo (17,5%) e no Oeste e Vale do Tejo (18,2%).

O INE refere ainda que apenas o Oeste e Vale do Tejo registou um aumento neste indicador (+1,9 pontos percentuais), tendo decrescido nas restantes regiões, com maior expressão na Grande Lisboa (-3,9 pontos percentuais) e na Península de Setúbal (-2,9%).

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