Proveitos do alojamento turístico de fevereiro disparam e crescem a dois dígitos acima do período pré-pandemia

Por a 14 de Abril de 2023 as 12:56
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Em fevereiro, os estabelecimentos de alojamento turístico nacional registaram proveitos totais no valor de 245,7 milhões de euros, enquanto os proveitos de aposento somaram 179,5 milhões de euros, valores que, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), continuam a bater recordes, mantendo um crescimento a dois dígitos, incluindo face ao período pré-pandemia.

Os dados divulgado pelo INE esta sexta-feira, 14 de abril, mostram que, em comparação com fevereiro de 2022, os proveitos totais dos estabelecimentos de alojamento turístico aumentaram 60,3%, enquanto os proveitos de aposento subiram 62,0%.

Os valores apurados pelo INE em fevereiro indicam mesmo uma forte subida também face a fevereiro de 2020, ainda antes da chegada da pandemia da COVID-19 a Portugal, tendo os proveitos totais registado um aumento de 26,4%, tendência que foi ainda mais evidente nos proveitos de aposento, que cresceram 30,3%.

O rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se em 36,3 euros e o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 79,3 euros, valores que também traduzem crescimentos importantes de 49,5% e 16,7% face a fevereiro de 2022, respetivamente. Em comparação com fevereiro de 2020, as subidas foram de 27,3% no RevPAR e de 22,4% no ADR.

Por regiões, foi na AM de Lisboa que se concentraram a maioria dos proveitos , já que esta região contabilizou 37,0% dos proveitos totais e 39,2% dos relativos a aposento, seguindose o Norte (16,3% e 16,5%, respetivamente), o Algarve (15,6% e 14,0%) e a RA Madeira (15,4% e 14,7%).

Já os maiores crescimentos s ocorreram na AM Lisboa (+82,5% nos proveitos totais e +84,4% nos de aposento) e na RA Madeira (+78,8% e +90,8%, respetivamente). Em comparação com fevereiro de 2020, o destaque vai para a evolução registada na RA Madeira (+41,2% e +51,0%, respetivamente), assim como na AM Lisboa (+29,9% e +36,0%, pela mesma ordem).

Os dados do INE mostram também que o “rendimento médio por quarto ocupado (ADR) cresceu em todas as regiões”, tendo os valores mais elevados sido registados registados na AM Lisboa (99,1 euros) e na RA Madeira (81,4 euros), que
corresponderam também aos acréscimos mais expressivos (+24,1% e +22,3%, respetivamente).

Já os valores de RevPAR mais elevados foram registados na AM Lisboa (58,7 euros, +69,9%) e na RA Madeira (56,4 euros, +70,4%), com o INE a indicar também que este indicador registou crescimentos de 53,7% na hotelaria, 37,3% no alojamento local e 16,1% no turismo no espaço rural e de habitação, enquanto o ADR cresceu 16,3% na hotelaria, 21,2% no alojamento local e 10,2% no turismo no espaço rural
e de habitação.

O INE diz também que, em fevereiro, “a evolução dos proveitos foi positiva nos três segmentos de alojamento”, com a hotelaria a registar aumentos de 62,2% nos proveitos totais e de 64,0% no proveitos de aposento, subidas que são também significativas face ao mesmo mês de 2020, em relação ao qual os aumentos foram de 23,3% e 26,6%, respetivamente.

Já no alojamento local, os proveitos totais aumentaram 55,9% e os de aposento subiram 57,5%, enquanto os estabelecimentos de turismo em espaço rural cresceram 29,2% nos proveitos totais e 34,0% nos de aposento. Em comparação com fevereiro de 2020, os proveitos totais e de aposento aumentaram 53,2% e 57,3% no alojamento local, tendo os do turismo no espaço rural e de habitação subido 53,8% e 57,3%, respetivamente.

No acumulado dos dois primeiros meses de 2023, os proveitos totais somam já aumentos de 75,6% face a período homólogo do ano passado, enquanto os proveitos de aposento apresentam um acréscimo de 77,9%, percentagens que descem 23,7% e 26,9%, respetivamente, em comparação com os dois primeiros meses de 2020.

Hóspedes e dormidas também sobem em fevereiro

Em fevereiro, os estabelecimentos de alojamento turístico nacionais registaram ainda 1,7 milhões de hóspedes e quatro milhões de dormidas, indicadores que também evidenciam crescimentos face a igual mês do ano passado, com o número de hóspedes a subir 33,0%, enquanto o número de dormidas ficou 38,5% acima do apurado em igual mês de 2022.

“À semelhança do que se verificou em janeiro, também em fevereiro se atingiram valores recorde de dormidas desde que há registo, com a maioria dos municípios a atingir máximos do mês de fevereiro, principalmente nas dormidas de não residentes”, lê-se no comunicado que acompanha os números divulgados pelo INE.

Por munícipios, foi em Lisboa que se concentrou a maioria das dormidas de fevereiro, com a capital a concentrar 23,8% do total de dormidas em fevereiro de 2023, incluindo 12,3% das dormidas de residentes e 29,7% das dormidas de não residentes, registando um total de 964,0 mil dormidas. Face a igual período de 2023, indica o INE, as dormidas em Lisboa aumentaram 11,4% (+4,6% nos residentes e +13,0% nos não residentes).

Já o Funchal, que representou 10,9% do total de dormidas, somando 441,5 mil dormidas, apresentou um aumento de 9,2% (+78,1% nos residentes e +1,9% nos não residentes) em comparação com fevereiro de 2020.

No caso do Porto, onde foram contabilizadas 322,3 mil dormidas em fevereiro, representando 8,0% do total, houve um aumento de 16,9% face a fevereiro de 2020 (+13,2% nos residentes e +18,0% nos não residentes).

Em sentido contrário surge Albufeira, que contabilizou 256,7 mil dormidas, representando 6,3% do total, mas onde este indicador continuou a decrescer face a
fevereiro de 2020, numa descida que chega a 21,4% no total, incluindo uma quebra de 31,1% nos residentes e de 19,3% nos não residentes.

No acumulado dos dois primeiros meses de 2023, as dormidas na generalidade dos meios de alojamento turístico somam já 8,1 milhões, enquanto o total de hóspedes ficou nos 3,3 milhões, números que correspondem a aumentos de 50,7% e 47,6%, respetivamente. Na comparação com o mesmo período de 2020, as dormidas aumentaram 5,7% (+4,2% nos residentes e +6,5% nos não residentes).

No acumulado de janeiro e fevereiro, Albufeira volta a ser o município nacional que apresenta a maior descida nas dormidas, apresentando uma quebra global de 18,8%, incluindo descidas de 27,6% nos residentes e de 16,9% nos não residentes.

Já Lisboa apresentou um crescimento de 6,4% nas dormidas dos dois primeiros meses do ano, incluindo aumentos de 1,7% nos residentes e de 7,5% nos não residentes, enquanto o Funchal cresceu 13,0% neste indicador, incluindo aumentos de 74,0% nos residentes e de 6,6% nos não residentes, e o Porto cresceu 11,3%, com aumentos de 9,7% nos residentes e de 11,7% nos não residente.

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