Yield management nos recursos humanos

Por a 30 de Março de 2020 as 11:26

Yield management pode descrever-se como uma estratégia de preço variável, baseada na compreensão, antecipação e influência do comportamento do consumidor, a fim de maximizar a receita ou os lucros de um recurso fixo e com tempo limitado.

Olho para o yield management no contexto de RH alinhado com a estratégia de negócio, como um dos pilares da cultura de liderança ágil e adaptável, baseada na compreensão, antecipação e influência do comportamento dos colaboradores, a fim de maximizar a performance individual e coletiva com tempo limitado.

A perspetiva do tempo limitado pode parecer estranha, mas a aptidão para nos ajustarmos vai requerer capacidades que até hoje eram consideradas de menor importância. O tempo tem cada vez mais relevância. Se até agora era com muito tempo e experiência que nos tornávamos especialistas e competentes em algo, agora não temos o luxo de ter tempo. Vivemos na época da especialidade NOW-ist.
Tendo em conta o ritmo dos negócios e da mudança, já não é possível para as empresas acompanharem o desenvolvimento das competências. O ‘direct client engagement’ precisa do direct employee engagement!

“It’s chaotic, it’s hard to control. It’s not bad, it’s just very different ” JoiTo, empresário japonês.
As competências mudam mas no entanto as capacidades humanas perduram.

Nascemos com capacidades inatas como a curiosidade, criatividade e empatia e refinamos ao longo do tempo as capacidades desenvolvidas, tais como o pensamento adaptável, pensamento crítico, ‘teaming’, inteligência social e emocional. Existem muitas outras capacidades humanas, mas estas são atualmente as mais relevantes no desenho das estratégias de RH. Precisamos de as cultivar, experienciar e é o ambiente onde as colocamos em prática que define a forma como as desenvolvemos e usamos.
“Now, more than ever, a mentally healthy workplace matters”, Mental Health Commision of Canada.

O talento fica mais tempo quando os ambientes são saudáveis e as equipas são eficazes.
Como refere Patrick Lencioni “Not finance. Not strategy. Not technology. It is teamwork that remains the ultimate competitive advantage, both because it is so powerful and so rare”.

Para dar frutos, qualquer estratégia de RH deve ser apoiada no compromisso da liderança em adotar uma nova abordagem para o desafio da gestão dos talentos e das equipas. Preencher gaps para dar resposta às necessidades do marketplace é dar prioridade à criação de um ambiente que desenvolva e cultive as principais capacidades das pessoas.

Esta abordagem exige coragem, desde logo porque exige que os líderes acreditem que as capacidades humanas tornam os colaboradores mais competentes, gerando mais valor no negócio. Chamo à coragem a emoção da mudança.

Aos líderes é, também, exigida a coragem de lidar com vulnerabilidade como ser humano e ampliar as suas capacidades no agora. O ‘real play’ substitui o ‘role play’.

A humanidade torna-se a vantagem competitiva.

*A opinião de Cristina Madeira, Specialist on Human Capital Development e ICF Certified Executive Coach & Team Coach.

Deixe aqui o seu comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *