Diretores de hotel pedem “coragem” ao novo Governo para resolver problemas estruturais

Por a 21 de Março de 2024 as 18:42
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O presidente da ADHP – Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal frisou esta quinta-feira, 21 de março, no XX Congresso da associação, que “é fundamental que o novo Governo tenha a coragem e reúna a convergência das forças políticas”, para resolver “problemas estruturais em prol do país”.

Na sessão de abertura do XX Congresso da ADHP, que este ano decorre de 21 a 22 de março no Centro de Congressos de Aveiro, Fernando Garrido, presidente desta associação, declarou que “num momento em que se inicia um novo ciclo político, não podemos continuar a esconder-nos e a adiar a resolução dos problemas existentes no nosso setor”, tais como “o aeroporto de Lisboa, a ferrovia de alta velocidade ou reconhecimento das profissões e respetivos profissionais”.

Este foi também o momento para Fernando Garrido alertar para a a valorização das profissões, já que “a contratação dos profissionais hoteleiros continua assente sobre categorias profissionais inexistentes”.

“A valorização e reconhecimento dos recursos humanos é o chavão de todos os governos, mas pouco ou nada se avança. Continuamos com uma legislação laboral completamente desajustada aos interesses dos próprios colaboradores, com a ausência de reconhecimento e valorização das profissões, tanto para os colaboradores como para as empresas. A contratação dos profissionais hoteleiros continua assente sobre categorias profissionais inexistentes”, lembrou o presidente da ADHP.

Presidente da CTP identifica como prioridade a criação de um Ministério para o turismo

Sobre a decisão relativamente a um novo aeroporto em Lisboa, o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, lembrou na sessão de abertura deste congresso que a confederação não está esquecida das promessas feitas antes das eleições, já que “os dois principais candidatos a primeiro-ministro prometeram antes das eleições, em almoços organizados pela CTP, que a decisão do aeroporto era uma prioridade e que seria a primeira decisão a tomar”.

Desta forma, o presidente da CTP urgiu a que “se cumpra a palavra dada”, uma vez que o relatório final da Comissão Técnica Independente “está fechado e entregue”.

“Não nego que estou preocupado com a governabilidade do país, mas espero que exista uma solução o mais estável possível”, afirmou Francisco Calheiros.

Na sua intervenção, Francisco Calheiros frisou que “o país em geral e o turismo precisam de estabilidade política para que sejam tomadas várias medidas necessárias ao desenvolvimento da atividade [turística]”. Nesse sentido, elencou como principais prioridades “o novo aeroporto, uma decisão para a TAP, o investimento na ferrovia, os apoios à consolidação e internacionalização das empresas e uma reforma fiscal”.

Outra das prioridades para Francisco Calheiros passa pela criação de “um Ministério para o Turismo ou, no mínimo, uma Secretaria de Estado exclusiva para o turismo”.

“O futuro da hotelaria e turismo depende de muitas destas decisões políticas, mas requer também uma combinação entre a inovação tecnológica, a resposta às mudanças das preferências dos consumidores, assim como preocupações com a sustentabilidade e segurança”, afirmou o presidente da CTP.

A sessão de abertura do XX Congresso da ADHP contou com as intervenções de Fernando Garrido, Francisco Calheiros, Anabela Freitas, vice-presidente do Turismo do Centro, e Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro.

Este ano o congresso acolhe os alunos da Escola Superior de Hotelaria e Turismo, do Politécnico do Porto; da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril; do Instituto Superior de Lisboa e Vale do Tejo, da Universidade Lusófona; da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, do Politécnico de Leiria; da Escola Superior de Turismo e Hotelaria, do Politécnico da Guarda e das várias escolas do Turismo de Portugal.

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