INE: Hóspedes e dormidas superaram 2019 e atingem novos máximos históricos, com exceção do Algarve

Por a 31 de Janeiro de 2024 as 17:14

No ano passado, os estabelecimentos de alojamento turístico nacionais registaram 30,0 milhões de hóspedes e 77,2 milhões de dormidas, ultrapassando em 13,3% e 10,7%, respetivamente, os resultados de 2022, bem como em 10,7% e 10,0% os de 2019, avança o Instituto Nacional de Estatística (INE), que diz que todas as regiões nacionais atingiram máximos históricos no ano passado, à exceção do Algarve.

Os dados das Estatísticas Rápidas do INE, que foram divulgados esta quarta-feira, 31 de dezembro, mostram que, no conjunto do ano de 2023, as dormidas de residentes aumentaram 2,1% e as de não residentes 14,9%, atingindo 23,4 milhões e 53,8 milhões, respetivamente.

Numa comparação com os resultados de 2019, o último ano antes da pandemia e que tinha trazido vários recordes ao turismo nacional, as dormidas registaram crescimentos de 10,0%, subindo 10,7% nos residentes e 9,6% nos não residentes.

Por mercados, o mercado britânico afirmou-se como o principal, indica o INE, que diz que este mercado cresceu 9,4% no ano passado e representou 18,4% do total de dormidas de não residentes. Já a segunda posição foi para o mercado alemão, que representou 11,3% do total e cresceu 12,9%, e a terceira para o espanhol, com uma representação de 10,1% do total e um crescimento de 7,7%.

O INE destaca também os crescimentos dos mercados canadiano (+56,9%), norte-americano (+32,9%), italiano (+20,8%) e austríaco (+19,3%).

Por regiões nacionais, o INE diz que “todas as regiões apresentaram aumentos nas dormidas” mas o destaque foi para as subidas apresentadas pelo Norte (+14,9%), AM Lisboa (+12,6%) e Centro (+11,9%).

Numa comparação com 2019, acrescenta a entidade de estatísticas nacional, “o Algarve foi a exceção, sendo a única região a não atingir os níveis pré-pandemia, com um decréscimo do número de dormidas (-2,5%)”.

Já a RA Madeira (+23,4%), Norte (+22,8%), RA Açores (+18,1%) e Alentejo (+14,8%) foram, segundo o INE, as regiões nacionais que apresentaram os maiores crescimentos nas dormidas face a 2019.

Dezembro com abrandamento nos mercados externos

Apesar dos bons resultados no conjunto do ano passado, o mês de dezembro tem uma leitura diferente, uma vez que, segundo o INE, o último mês do ano manteve o abrandamento nos mercados externos que já se tinha registado no mês anterior.

Em dezembro, os estabelecimentos de alojamento turístico nacionais somaram 1,8 milhões de hóspedes e 4,0 milhões de dormidas, correspondendo a crescimentos homólogos de 10,9% e 8,2%, bem como de 13,6% e 14,7%, respetivamente, face a dezembro de 2019.

“O crescimento dos mercados externos manteve o abrandamento iniciado no mês anterior(+7,5%, após +10,1% em novembro), tendo sido registadas 2,5 milhões de dormidas”, indica o INE, que diz que, pelo contrário, o crescimento das dormidas dos residentes “continuou em aceleração”, subindo 9,3% em dezembro, depois de já ter subido 2,7% em novembro, chegando a um total de o 1,6 milhões.

Em dezembro, os 17 principais mercados emissores de turistas para Portugal “representaram 83,2% do total de dormidas de não residentes”, avança também o INE, que destaca o mercado espanhol, que representou 15,3% do total das dormidas de não residentes em dezembro, depois de um aumento de 7,9%.

Já o mercado britânico, que representou 14,1% do total, foi o segundo principal mercado e cresceu 5,2% em dezembro, seguindo-se o alemão, cuja representação foi de 10,8%, e que apresentou um crescimento de 8,3%.

O INE refere que os “mercados polaco, irlandês, austríaco, canadiano e norte-americano também se destacaram pelos aumentos expressivos (+36,2%, +28,6%, +22,4%, +20,6% e +19,5%, respetivamente)”, enquanto, em sentido contrário, assinalam-se decréscimos nos mercados francês (-12,7%), finlandês (-12,1%), brasileiro (-4,6%) e sueco (-2,0%).

Por regiões, em dezembro o destaque foi para o Alentejo e o Centro, que apresentaram “os maiores aumentos das dormidas (+19,3% e +17,6%,
respetivamente)”, enquanto as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira “foram as únicas regiões a apresentar diminuição do número de dormidas neste mês (-5,7% e -1,0%, respetivamente)”.

Já a “AM Lisboa concentrou 31,2% das dormidas, seguida do Norte (20,3%) e do Algarve (15,1%)”, acrescenta o INE.

No último mês do ano passado, as dormidas de residentes tiveram “crescimentos mais expressivos no Alentejo (+19,1%) e no Centro (+15,8%)”, enquanto as regiões autónomas dos Açores e da Madeira voltaram a apresentar descidas, caindo 7,9% e 5,6%, respetivamente, nas dormidas dos residentes em dezembro.

No caso das dormidas dos não residentes, em dezembro, “realçaram-se os crescimentos no Centro (+22,6%) e Alentejo (+20,0%)”, acrescenta ainda o INE.

A estada média de dezembro ficou nas 2,25 noites, o que traduz uma redução de 2,5%, que já se segue a outra redução que tinha sido identificada em novembro e que chegava aos 1,3%. Segundo o INE, a estada média dos não residentes caiu mais do que nos residente, descendo 3,4% para 2,80 noites, enquanto nos residentes ficou nas 1,71 noites, depois de descer 1,1%.

No que diz respeito à estada média, o destaque de dezembro foi para Alentejo e a RA Madeira, que registaram os maiores crescimentos neste indicador, subindo 2,6% e 1,1%, respetivamente, enquanto o Algarve registou o maior decréscimo (-4,2%).

“Os valores mais elevados deste indicador continuaram a observar-se na RA Madeira (4,56 noites) e no Algarve (3,27 noites), tendo as estadias mais curtas ocorrido no Centro (1,67 noites) e no Norte (1,78 noites)”, lê-se no comunicado que acompanha os números do INE.

Em dezembro, a taxa liquida de ocupação-cama foi ainda de 32,1%, registando um aumento de 0,9 pontos percentuais, enquanto a taxa líquida de ocupação-quarto foi de 39,2%, também com uma subida de 0,9 pontos percentuais em dezembro.

As taxas de ocupação-cama mais elevadas registaram-se, em dezembro, na RA Madeira (49,3%) e na AM Lisboa (40,8%), ainda que tenha sido no Centro, Alentejo e Algarve que se registaram os maiores aumentos (+2,7 p.p., +1,8 p.p. e +1,6 p.p., respetivamente). Já na RA Açores este indicador diminuiu 2,5 pontos percentuais.

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