Proveitos do alojamento turístico sobem mais de 20% no acumulado até novembro mas há sinais de abrandamento, alerta INE

Por a 16 de Janeiro de 2024 as 10:02
Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Algarve

Até novembro, as unidades de alojamento turístico nacionais registaram proveitos totais no valor de 5,7 mil milhões de euros e de 4,4 mil milhões de euros nos relativos a aposento, montantes que traduzem crescimentos de 20,4% e 21,6% face a igual mês do ano passado, avança o Instituto Nacional de Estatística (INE), cujos dados relativos a novembro foram divulgados esta segunda-feira, 15 de janeiro.

De acordo com o INE, os números do acumulado até novembro traduzem também subidas face a igual período de 2019, antes da chegada da pandemia da COVID-19, mostrando que, desde aí, a rentabilidade do alojamento turístico nacional cresceu 40,1% nos proveitos totais e 42,9% nos proveitos de aposento.

Entre janeiro e novembro, os maiores crescimentos nos proveitos totais e de
aposento ocorreram na RA Açores (+27,0% e +28,6%), na AM Lisboa (+25,1% e +26,5%), no Norte (+25,0% e +26,1%, respetivamente) e na RA Madeira (+24,1% e +27,1%).

Já numa comparação com igual período de 2019, os maiores aumentos nos proveitos totais e de aposento verificaram-se nas regiões autónomas (RA Açores com +61,3% e +63,2%, respetivamente, e a RA Madeira com +59,7% e +71,9%).

Ao nível dos municípios, o destaque para o crescimento no período acumulado de janeiro a novembro foi para Ourém (+33,0%; +8,7% nos residentes e +50,4% nos não residentes) e para o Porto (+22,8%; +8,5% nos residentes e +25,7% nos não residentes).

Pelo contrário, registaram-se decréscimos nos municípios de Vila Real de Santo António (-4,5%; -13,3% nos residentes e +3,2% nos não residentes) e Lagoa (-0,5%; -13,7% nos residentes e +3,0% nos não residentes).

No que diz respeito às dormidas nos principais municípios nacionais, acrescenta o INE, no acumulado de janeiro a novembro de 2023, destacaram-se os crescimentos
registados em Ourém (+33,0%; +8,7% nos residentes e +50,4% nos não residentes) e no Porto (+22,8%; +8,5% nos residentes e +25,7% nos não residentes).

Em sentido contrário, registaram-se decréscimos nos municípios de Vila Real de Santo António (-4,5%; -13,3% nos residentes e +3,2% nos não residentes) e Lagoa (-0,5%; -13,7% nos residentes e +3,0% nos não residentes).

Novembro positivo mas com sinais de abrandamento

Os dados do INE mostram que o mês de novembro foi positivo para as unidades de alojamento turístico nacionais, que receberam 1,9 milhões de hóspedes (+9,2%) e 4,6 milhões de dormidas (+7,5%), gerando 329,4 milhões de euros de proveitos totais (+13,3%) e 243,5 milhões de euros de proveitos de aposento (+13,2%).

O INE diz que, comparando com novembro de 2019, continuaram “a registar-se
aumentos mais expressivos, +43,2% nos proveitos totais e +46,8% nos relativos a aposento”.

Por regiões, em novembro, foi a AM Lisboa que mais contribuiu para a globalidade dos proveitos, representando 42,4% dos proveitos totais e 45,4% dos proveitos de aposento, seguindo-se o Norte (16,4% e 16,5%) e o Algarve (13,9% e 12,3%).

Já os maiores crescimentos ocorreram no Alentejo (+20,5% nos proveitos totais e +20,3% nos de aposento), no Norte (+18,4% e +17,3%) e na RA Madeira (+17,2% e +18,7%), enquanto as regiões autónomas (RA Madeira com +68,9% nos proveitos totais e +83,8% nos de aposento e RA Açores com +49,2% e +50,1%) se continuaram a destacar face a novembro de 2019.

O INE diz também que, em novembro, registaram-se crescimentos dos proveitos nos três segmentos de alojamento, com os proveitos totais e de aposento a subirem 13,1% e 13,0% na hotelaria, que representou e 87,8% e 86,1% no total do alojamento turístico, respetivamente.

Já os estabelecimentos de alojamento local, que registaram quotas de 9,1% e 10,9%, respetivamente, apresentaram aumentos de 15,8% nos proveitos totais e 14,5% nos proveitos de aposento, bem como de 51,7% e 51,5% face a 2019, respetivamente.

No caso do turismo no espaço rural e de habitação, que apresentou uma representatividade de e 3,1% nos proveitos totais e 3,0% nos de aposento, os aumentos chegaram aos 13,0% e 11,8%, respetivamente, enquanto numa comparação com 2019, os proveitos neste segmento aumentaram 88,0% e 83,7%, pela mesma ordem.

Apesar da generalidade dos resultados ter sido positiva, houve indicadores que apresentaram, em novembro, um abrandamento, a exemplo do ADR – Preço Médio por Quarto e do RevPar.

No caso do RevPar, este indicador atingiu, em novembro, os 43,0 euros, registando um aumento de 7,6% face a igual período de 2022 e de 33,7% em comparação com novembro de 2019.

Segundo o INE, os valores de RevPAR mais elevados foram registados na AM Lisboa (82,1 euros), na RA Madeira (57,2 euros) e no Norte (35,6 euros), enquanto os maiores crescimentos ocorreram na RA Madeira (+14,7%), no Alentejo (+12,7%) e no Algarve (+12,6%).

No entanto, o INE diz que, “em novembro, este indicador deu sinais de abrandamento em todos os segmentos”, crescendo 8,8% na hotelaria, depois de ter crescido 14,9% em outubro, bem como 4,6% no alojamento local, quando em outubro este crescimento tinha sido de 11,7%, e 0,9% no turismo no espaço rural e de habitação, que tinha registado um aumento de 14,5% em outubro.

No caso do rendimento médio por quarto ocupado (ADR) a situação é idêntica, uma vez que este indicador, que atingiu os 91,9 euros em novembro, cresceu 5,2% em relação ao mesmo mês de 2022, mas tinha crescido 10,5% em outubro.

Ainda assim, o INE destaca que, em comparação com novembro de 2019, “o ADR cresceu 30,3%”, tendo o valor mais elevado sido observado na AM Lisboa, com 127,1 euros, seguindo-se o Norte (84,6 euros), a RA Madeira (81,3 euros) e o Alentejo (78,0 euros).

Já os acréscimos mais expressivos, acrescenta o INE, verificaram-se nas regiões autónomas, com uma subida de 11,0% na RA Madeira e de 7,4% na RA Açores, seguindo-se o Norte (+7,3%).

Em novembro, o ADR cresceu 4,8% na hotelaria, depois de ter apresentado um crescimento de 11,1% em outubro, e 9,0% no alojamento local (+8,6% em
outubro), atingindo 93,8 euros e 77,6 euros, respetivamente. Já no turismo no espaço rural e de habitação, o ADR cresceu 1,8% (+7,3% em outubro), atingindo 102,1 euros.

Em novembro, as unidades de alojamento turístico nacionais somaram ainda 4,6 milhões de dormidas, o que corresponde a uma subida de 7,5%, sendo que, destas dormidas, 74,8% concentraram-se nos 23 principais municípios do país.

O município de Lisboa concentrou 24,8% do total de dormidas em novembro (13,5% do total de dormidas de residentes e 29,5% de não residentes), atingindo 1,1 milhões (+4,0%; -0,7% nos residentes e +5,0% nos não residentes).

Já no Funchal, registaram-se 480,5 mil dormidas (quota de 10,5%), o que se traduziu num crescimento de 6,0% (-9,0% nos residentes e +8,3% nos não residentes), enquanto, no Porto, registaram-se 383,9 mil dormidas (8,4% do total), representando um acréscimo de 12,3% face a novembro de 2022 (+5,2% nos residentes e +14,1% nos não residentes).

No Algarve, o destaque foi para Albufeira, que teve um peso de 6,0% nas dormidas, registando 272,1 mil dormidas em novembro de 2023, voltando “a ficar aquém dos níveis de 2019 (-6,0%), depois de em outubro ter superado este nível pela primeira vez desde o início da pandemia (+1,5% face a outubro de 2019)”, explica o INE, sublinhando que, face a novembro de 2022, as dormidas neste município cresceram 20,8% (-5,8% nos residentes e +26.4% nos não residentes).

Face a novembro de 2019, os maiores crescimentos registaram-se em Vila de Bispo (+63,0%), Lagos (+48,4%), Funchal (+32,4%) e Faro (+31,7%), enquanto, em sentido contrário, os maiores decréscimos ocorreram em Braga (-11,4%), Coimbra (-11,3%), Lagoa (-7,8%) e Vila Real de Santo António (-7,0%).

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