“Hoje não temos dívida no Brasil”

Por a 18 de Novembro de 2016 as 15:36
José Theotónio, CEO do Grupo Pestana

À semelhança dos bons resultados turísticos de Portugal, 2016 também foi um “bom ano” para o Grupo Pestana no País, quer na Madeira, quer no Algarve, destinos de lazer, mas também nos destinos de cidade, Lisboa e Porto.

Segundo José Theotónio, CEO do Grupo Pestana: “No nosso caso, foi um crescimento saudável, porque não foi tanto um crescimento de quantidade, ou seja, crescimento de ocupação, mas um crescimento de qualidade, isto é, conseguimos vender com um preço médio superior ao do ano passado”. No caso do Algarve, o crescimento do preço médio rondou os 15 a 20%. “Isso é importante, porque havia em Portugal um gap grande em relação aos destinos concorrentes. O Algarve vende mais barato que o Sul de Espanha, a Madeira  mais barato que as Canárias e Lisboa e Porto vendem mais barato que Barcelona e Madrid”, explicou o responsável ao Publituris, à margem do 28º congresso da Associação da Hotelaria de Portugal, que termina esta sexta-feira.

Relativamente à operação fora do País, alguns destinos “correram pior do que o ano passado”. O Brasil foi um desses destinos. O grupo vendeu duas unidades: o Pestana Natal All Inclusive e o Pestana São Luís Resort Hotel, o que permitiu “pagar a dívida”, naquele país. “Hoje não temos dívida no Brasil”, refere o responsável. Além disso, fecharam duas unidades: o Pestana Bahia e o Pestana Angra dos Reis. “Fechámos estas duas unidades que não eram rentáveis e mantivemos a operação em Salvador, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. A actividade destas unidades já foi melhor do que é hoje, mas mesmo assim é positiva. Estamos à espera que o ciclo se inverta”, concluiu o CEO.
Não foi só o Brasil que correu mal, também a operação de Moçambique teve problemas. Do lado oposto, a operação em São Tomé melhorou assim como os novos hotéis do grupo na Europa, Berlim e Barcelona.

2017
O CEO do Grupo Pestana antevê um ano de 2017 positivo para Portugal, mesmo para o Algarve, onde o mercado inglês é bastante relevante. “Não penso que os ingleses vão deixar de viajar. Se houver uma desvalorização da moeda [por causa do Brexit] pode haver uma maior pressão sobre o preço. Nesse caso, não conseguiremos sustentar este aumento de preço médio que existiu este ano.”

Já sobre a concorrência de outros países da bacia do mediterrâneo, o responsável afirma que, “os principais operadores turísticos têm interesses directos em países como a Tunísia, o Egipto ou a Turquia. Por isso, no início de todas as épocas, vão tentar reactivar esses destinos”.  No entanto, “enquanto houver este clima de incerteza, o mercado não quer viajar para lá e os operadores vão ter de se virar para destinos que o mercado quer e, aí, Portugal, Espanha, Grécia e Itália têm essa oportunidade“.

*Em Ponta Delgada, a convite da AHP.

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