O Grande Porto, mais concretamente, Vila Nova de Gaia, viu esta quinta-feira, 29 de maio, abrir, oficialmente, um novo hotel de 5 estrelas: o Tivoli Kopke Porto Gaia Hotel.
Repartindo uma localização onde já existem outras ofertas hoteleiras de qualidade, o novo Tivoli Kopke Porto Gaia quer ver-se como “parte de um cluster que pretende atrair turistas [nacionais e internacionais] e eventos [também eles nacionais e internacionais]”, refere Francisco Viana Brito, diretor-geral do hotel pertencente ao universo do Kopke Group by Escotet Family Estates (antiga Sogevinus, e que possui marcas de vinho como a Cálem ou a Burmester), considerando esta proximidade uma “mais-valia” para a cidade e para a região.
“É deste lado que está a melhor vista para e do Grande Porto e esta proximidade que temos com a Ribeira é algo que os turistas e os nossos hóspedes valorizam”, existindo mesmo um caminho por dentro do hotel que chega diretamente à Ribeira de Gaia.
Sendo o primeiro hotel a nascer da reconversão de uma antiga cave de Vinho do Porto, onde ainda coabitam cerca de dois milhões de litros de vinho com o hotel, o projeto de construção, ou melhor, de reabilitação, teve início em 2018, sofrendo uma paragem devido à pandemia, abrindo portas no início de 2025.

Francisco Viana Brito, diretor-geral do Tivoli Kopke Porto Gaia Hotel
De resto, o hotel, com os seus 30.000 metros quadrados de área, 150 quartos, dois restaurantes – o 1638, um fine dinning numa homenagem à data de fundação da Kopke, e o Boa Vista Terrace, como o próprio nome indica, com vista sobre o Porto, tudo supervisionado pelo chef asturiano Nacho Manzano -, um Sky Bar (Kopke, naturalmente) e um bar de piscina, possui ainda diversas áreas dedicadas para eventos, onde se destacam, claramente, as caves que albergam os tais milhões litros de vinho e que proporcionam um espaço original para a organização de eventos corporativos, privados e de empresas.
Pelas contas feitas por Francisco Viana Brito, 70% do hotel foi alvo de uma reabilitação, mas onde ainda se sente o cheiro a vinho, de resto, sempre presente (o vinho) durante uma breve visita à unidade.
Para o diretor-geral do Tivoli Kopke Porto Gaia Hotel, a junção de “duas marcas icónicas [Kopke e Tivoli] fazem todo o sentido e cada uma delas traz uma contribuição histórica para o projeto. Se por um lado temos uma marca que data de 1683, do outro lado temos outra, que com os seus 92 anos, é uma referência na hotelaria de luxo em Portugal”. Ou seja, “utilizando uma linguagem vínica, é um ‘blend’ perfeito”, admite Francisco Viana Brito.

E falando em marcas, “é todo este universo de experiências, de autenticidade, de história ao serviço da hospitalidade que pretendemos transmitir a quem nos visita”, diz o responsável da unidade, ideia também alargada a outro projeto, bem mais pequeno, que o grupo possui no Douro, com a Quinta de S. Luiz com somente 11 quartos.
Quanto a quem visita este novo “resort urbano”, Francisco Viana Brito refere, o norte-americano (EUA e Canadá), espanhol, britânico e brasileiro como os principais mercados, admitindo que, mesmo do mercado português a “aceitação tem estado a surpreender”, visto que o preço médio por noite ronda os 400 euros.
No que diz respeito à estadia média, o diretor-geral do hotel aponta para “possivelmente” uma média mais alta do que aquela verificada, por exemplo, nos NH hotéis (também pertencentes ao grupo Minor) por onde passou, e que rondava as 2,3 noites, admitindo que “esta componente mais de um resort urbano pode fazer com que as pessoas fiquem mais tempo”, até, como destaca, “por todo o tipo de serviços que oferecemos, desde a vinoterapia, wellness, spa, gastronomia”.

As caves do hotel albergam algumas das “raridades” dos vinhos do Porto da Kopke
Com 14 tipologias de quartos e não possuindo, nesta fase inicial do hotel, contratos com tour operadores, Francisco Viana Brito acredita que “para o ano, com a operação já mais consolidada”, essa é uma forte probabilidade, até porque o hotel já faz parte dos Fine Hotels & Resorts da Amex, uma lista de hotéis valorizados pela American Express, bem como um “namoro” existente com a Virtuoso.
Quanto ao staff, o diretor-geral do hotel refere que a abertura foi realizada com cerca de uma centena de pessoas, de várias nacionalidades, “mas que está em crescendo para fazer face ao nível de ocupação que contamos ter”, salientando que, “tratando-se de um hotel com estas características e possuindo um chef de renome como o Nacho Manzano, houve e há uma preocupação em ter colaboradores com um especial conhecimento sobre o universo do vinho, até para ir ao encontro das expectativas de quem recebemos”.

Com o universo do Enoturismo a representar já 25% do “novo” Kopke Group by Escotet Family Estates e a querer afirmar-se como um dos grandes pilares do grupo, antevendo-se que possa chegar aos 40% no final de 2025, Francisco Viana Brito destaca que o Tivoli Kopke Porto Gaia Hotel “não é só um marco como hotel ligado ao vinho, mas também às artes”, salientando as diversas peças (desde a Joana Vasconcelos, até ao Vhils, passando por algumas reproduções de Picasso ou Dali pertencente ao espólio da Abanca, dona do Kopke Group).