Proveitos do alojamento turístico crescem em 2022 e já ultrapassam período pré-pandemia
Os estabelecimentos de alojamento turístico nacionais registaram, em 2022, proveitos totais no valor de 5.003,5 milhões de euros e de 3.801,6 milhões de euros por aposento, o que traduz uma recuperação plena face ao período pré-pandemia, mostram os dados preliminares do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Inês de Matos
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Os proveitos do alojamento turístico voltaram a subir em dezembro, contribuindo para que o acumulado do ano já tenha ultrapassado o período pré-pandemia em 16,5% nos proveitos totais e 17,7% nos proveitos por aposento, correspondendo a 5.003,5 milhões de euros e 3.801,6 milhões de euros, respetivamente, segundo os dados preliminares divulgados esta terça-feira, 14 de fevereiro, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os números divulgados pelo INE indicam que, face a 2021, o crescimento foi ainda mais substancial e chegou aos 114,7% nos proveitos totais e aos 117,0% nos proveitos por aposento.
O INE sublinha que, em 2022, a evolução dos proveitos foi positiva nos três segmentos de alojamento, com a hotelaria a registar um aumento de 15,2% nos proveitos totais face a 2019, enquanto os proveitos por aposento subiram 16,4%, correspondendo 87,4% e 85,6%, respetivamente, dos proveitos registados na globalidade do alojamento turístico nacional.
Já no alojamento local os proveitos totais e por aposento aumentaram 14,5% e 15,6%, respetivamente, representando 8,7% e 10,4% do total, enquanto no turismo em espaço rural e de habitação houve ainda aumentos de 64,6% e 62,4%, correspondendo a e 3,9% e 4,0% do global.
Por regiões, foi na RA Madeira que se registaram os maiores crescimentos em termos de rentabilidade, com os proveitos totais a cresceram 29,8%, enquanto os proveitos por aposento subiram 36,6%, com o INE a indicar que, pelo contrário, foi no Centro e em Lisboa que “os proveitos totais e de aposento cresceram menos”, com aumentos de 9,3% e 14,4% na região Centro e de 11,5% e 12,8% na região da capital.
Estes resultados, diz o INE, foram possíveis porque também no total de hóspedes e dormidas houve fortes aumentos ao longo de 2022, o que levou a que no acumulado do ano passado se tenham contabilizado 26,5 milhões de hóspedes e 69,5 milhões de dormidas nos estabelecimentos de alojamento turístico nacionais, correspondendo a crescimentos de 83,5% e 86,3% face a 2021.
Apesar da subida em comparação com o ano anterior, face a 2019 ainda se regista uma quebra de 0,9% nas dormidas, que terá sido ditada pela descida de 5,0% nas dormidas dos não residentes, já que as dormidas de residentes subiram 8,6% face ao período pré-pandemia.
O INE diz ainda que, no ano passado, “as dormidas de não residentes voltaram a superar as de residentes (67,0% do total de dormidas), ainda que ligeiramente abaixo do peso que tinham em 2019 (69,9% do total)”.
As dormidas aumentaram em todas as regiões do país, com destaque para a AM Lisboa (+132,6%), que apresentou o maior crescimento, enquanto as “dormidas de não residentes mais que duplicaram em todas as regiões”, sendo que apenas o Algarve registou um decréscimo de 4,5% nas dormidas de residentes.
Face a 2019, o Funchal e o Porto superaram os níveis de 2019 nas dormidas de residentes e de não residentes, com a capital madeirense a representar 8,1% do total de dormidas em 2022 (5,7 milhões), o que traduz um acréscimo de 12,7% (+76,1% nos residentes e +5,0% nos não residentes) em comparação com 2019. Já o Porto registou 4,8 milhões de dormidas em 2022 (6,9% do total), num aumento de 4,4% face a 2019 (+8,2% nos residentes e +3,6% nos não residentes).
Apesar disso, foi em Lisboa que se localizou a maior parte das dormidas de 2022, já que o destino contabilizou 13,3 milhões de dormidas (19,1% do total), ainda assim com um decréscimo de 4,8% face a 2019.
Em Lisboa, acrescenta o INE, “as dormidas de residentes ficaram próximas dos valores de 2019 (-0,6%), enquanto as de não residentes diminuíram 5,6%”, tendo o município lisboeta concentrado 23,8% do total de dormidas de não residentes registadas no país em 2022 (24,0% em 2019).
No acumulado de 2022, os estabelecimentos de alojamento turístico nacionais apresentaram ainda uma taxa líquida de ocupação-cama de 45,6%, num aumento de 14,6 pontos percentuais, enquanto a taxa líquida de ocupação-quarto cresceu 17,2 pontos percentuais, para 54,1%, valores que, segundo o INE, ficam 47,3% e 55,3%, respetivamente, abaixo dos valores de 2019.
Já o RevPar ficou nos 56,2 euros, depois de um aumento de 72,5%, tendo crescido 74,8% na hotelaria, 81,6% no alojamento local e 18,8% no turismo no espaço rural e
de habitação.
O ADR, por sua vez, atingiu os 103,9 euros e aumentou 17,7%, com crescimentos de 16,4% na hotelaria, 31,6% no alojamento local e 7,6% no turismo no espaço rural e de habitação.
Dezembro ajudou aos bons resultados de 2022
Os resultados divulgados pelo INE mostram que também o mês de dezembro foi positivo e apresentou resultados que ajudaram ao desempenho do ano, tendo-se registado um total de 252,2 milhões de euros de proveitos totais e 176,8
milhões de euros de proveitos de aposento, valores que correspondem a aumentos de 65,4% e 64,2%, respetivamente, face a igual mês de 2021.
Em comparação com dezembro de 2019, os proveitos totais registaram uma subida de 22,9% e os proveitos por aposento cresceram 25,5%, numa tendência que, segundo o INE, já se tinha registado também em novembro, quando os crescimentos tinham sido de 25,5% e 28,8%, respetivamente.
Em dezembro, a AM Lisboa concentrou 36,4% dos proveitos totais e 39,5% dos relativos a aposento, seguindo-se, de acordo com os dados do INE, o Norte (19,1% e 18,8%, respetivamente) e a RA Madeira (15,8% e 14,7%, pela mesma ordem).
No último mês de 2022, o setor do alojamento turístico registou 1,6 milhões de hóspedes e 3,7 milhões de dormidas, números que traduzem aumentos de 44,2% e 44,6% face a 2021, respetivamente. Em comparação com 2019, os aumentos foram de 1,9% e 5,5%.
Do total de dormidas de dezembro, 1,4 milhões corresponderam a dormidas de residentes, num aumento de 28,3% face ao ano anterior, enquanto os mercados externos foram responsáveis por 2,3 milhões de dormidas, subida de 57,1% face a dezembro de 2021. Em comparação com o mesmo mês de 2019, observaram-se aumentos, quer nas dormidas de residentes (+11,4%) quer nas de não residentes (+2,1%).
Os aumentos nas dormidas de dezembro foram comuns a todas as regiões, destacando-se a AM Lisboa com o maior crescimento (+52,0%), enquanto a RA Madeira (+42,3%) e o Algarve (+41,5%) registaram os maiores aumentos nas
dormidas de residentes. Já nas dormidas de não residentes o destaque vai para o Norte (+68,4%), a AM Lisboa (+67,3%) e a RA Açores (+65,7%).
Em dezembro, taxa líquida de ocupação-cama nos estabelecimentos de alojamento turístico foi de 31,1%, o que, segundo o INE, quer dizer que ficou “ligeiramente acima do valor observado em dezembro de 2019”, que tinha sido de 31,0%, enquanto a taxa líquida de ocupação-quarto foi de 37,8%, ligeiramente abaixo dos 38,2% registados em dezembro de 2019.
As taxas de ocupação-cama mais elevadas registaram-se na RA Madeira (48,6%) e AM Lisboa (40,6%), o que correspondeu também aos maiores acréscimos neste indicador (+9,5 pontos percentuais e +11,6 pontos percentuais, respetivamente). Em relação a 2019, o INE destaca ainda o crescimento da RA Madeira (+7,0 pontos percentuais).
Já o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR)foi de 33,1 euros em dezembro, enquanto o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu os 87,4 euros, o que traduz aumentos de 53,6% e 17,2% face a dezembro de 2021,
respetivamente. Em relação a dezembro de 2019, o RevPAR aumentou 18,9% e o ADR cresceu 20,0%.
O INE diz ainda que, em dezembro, “os valores de RevPAR mais elevados foram registados na AM Lisboa (53,4 euros) e RA Madeira (49,6 euros)”.