Atividade turística ultrapassa níveis de abril de 2019
No quarto mês de 2022, o setor do turismo ultrapassou os números do mês homólogo em 2019, atingindo mais de seis milhões de dormidas, com os mercados externos a totalizarem 4,1 milhões, o maior valor desde o início a pandemia.
Victor Jorge
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No quarto mês de 2022, o setor do turismo ultrapassou os números do mês homólogo em 2019, atingindo mais de seis milhões de dormidas, com os mercados externos a totalizarem 4,1 milhões, o maior valor desde o início a pandemia.
O número de hóspedes e dormidas ultrapassaram, em abril de 2022, os valores do mesmo mês de 2019, indicando o Instituto Nacional de Estatística (INE) crescimentos de 1,6% e 1,1% no número de hóspedes e dormidas, respetivamente. É a primeira vez, desde o início da pandemia, que se registam crescimentos face ao período homólogo anterior à pandemia.
Desde o início da pandemia, apenas em agosto de 2021, quando se registaram 7,5 milhões de dormidas, se observaram valores de dormidas superiores aos registados em abril de 2022.
O alojamento turístico registou, em abril do presente ano, 2,4 milhões de hóspedes e 6 milhões de dormidas, correspondendo a aumentos de 424,6% e 548,4%, respetivamente (+462,6% e +540,6% em março, pela mesma ordem), face a mês homólogo de 2021.
No quarto mês de 2022, o mercado interno contribuiu com 1,9 milhões de dormidas e os mercados externos totalizaram 4,1 milhões, o maior valor desde o início a pandemia. Face a abril de 2019, os dados do INE indicam que o mercado interno cresceu 15% e os mercados externos diminuíram 4,4%.
As dormidas na hotelaria (83,1% do total) aumentaram 628,9% (+0,9% face a abril de 2019), enquanto as dormidas nos estabelecimentos de alojamento local (peso de 13,4% do total) cresceram 349,4% (-3,9%, comparando com abril de 2019) e as de turismo no espaço rural e de habitação (quota de 3,5%) aumentaram 234,7% (+32,7% face a abril de 2019).
De referir que, em abril, 22,9% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes (32,6% em março; 50,4% em abril de 2021 e 88,5% em abril de 2020).
No conjunto dos primeiros quatro meses de 2022, as dormidas aumentaram 449,2% (+181% nos residentes e +1.022,1% nos não residentes). Comparando com o mesmo período de 2019, as dormidas decresceram 11,9%, como consequência da diminuição dos não residentes (-18,4%), dado que as de residentes registaram um aumento (+3,4%).
Mercado britânico continua a liderar
Os dados do INE revelam que a totalidade dos 17 principais mercados emissores registou “aumentos expressivos” em abril, tendo representado 88% das dormidas de não residentes nos estabelecimentos de alojamento turístico neste mês.
O mercado britânico cresceu 5,4% face a abril de 2019, totalizando mais de 814 mil turistas, comparados com os 803 mil de há três anos.
As dormidas de hóspedes alemães, com 519 mil turistas diminuíram 5,1% em abril face ao mesmo mês de 2019, com 547 mil turistas, enquanto o mercado espanhol aumentou 0,9% face a abril de 2019, passando de 497 mil para 502 no quarto mês deste ano.
Comparando com abril de 2019, os maiores crescimentos foram registados nos mercados checo (+78,5%), romeno (+58,6%), norte americano (+22,5%), irlandês (+18,9%) e polaco (+16,3%). As maiores diminuições foram registadas nos mercados sueco (-30,9%), brasileiro (-20%) e francês (-15%).
Todas as regiões em alta
No que diz respeito às regiões, todas registaram aumentos nas dormidas. O Algarve concentrou 27,1% das dormidas, seguindo-se a Lisboa (26,5%), o Norte (16,7%) e a Madeira (12,1%).
Comparando com abril de 2019, registaram-se aumentos na Madeira (+19,9%), Alentejo (+16,7%), Norte (+10,0%) e Centro (+2,5%). O maior decréscimo foi observado no Algarve (-8,9%).
Relativamente às dormidas de residentes, registaram-se aumentos em todas as regiões, com exceção do Algarve (-5,6%). Os maiores aumentos verificaram-se na Madeira (+88,8%), Alentejo (+20,7%), Norte (+19,4%) e Centro (+18,4%). As dormidas de não residentes registaram aumentos na Madeira (+11,0%), Alentejo (+9,2%) e Norte (+4,0%). As maiores diminuições observaram-se no Centro (-16,8%) e Açores (-16,4%).