“Cloud Kitchens & Hotéis: it’s a no brainer!”
Leia a opinião de Teresa Moreira, Manager na Neoturis.

Publituris Hotelaria
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As tendências gastronômicas tendem a ser mais voláteis do que as tendências de alojamento. A reinvenção da oferta e adaptação dos recursos tem exigido uma enorme criatividade por parte dos hotéis.
Num momento em que a escassez de mão de obra é um problema grave, e que o custo dos produtos e da energia reduz margens, é necessário mais uma vez repensar o modelo.
As Cloud Kitchens, também denominadas de dark kitchens ou ghost kitchens, são a forma de criar uma oferta alimentar sem um restaurante físico. Consistem em cozinhas de produção em que a aquisição dos produtos é feita digitalmente, através de plataformas/apps dedicadas. Esta é uma indústria em franco crescimento, com um valor de mercado de 30 mil milhões de euros em 2020 e um valor previsto de 62,4 mil milhões até 2026 (dados da EMR).
A adaptação do conceito das Cloud Kitchens aos hotéis parece uma evolução natural do modelo de negócio. Não passa por fazer desaparecer o serviço de alimentos e bebidas dentro do hotel, mas de procurar maximizar a própria cozinha e os seus recursos, aumentando a eficiência da sua produção. Com vários operadores a cozinhar no mesmo espaço, os hóspedes podem obter maior variedade e escolha, enquanto se aumenta a receita ao atender também aos pedidos das comunidades locais. Existem três formas de integrar as Cloud Kitchens nos hotéis:
• Colaboração com os operadores locais: através do arrendamento da cozinha a um parceiro externo que faz a exploração do espaço. Em hotéis, com pouca dedicação à área de A&B, mas com boa localização, este modelo pode ser a solução ideal para melhorar a experiência do cliente e reduzir o stress da gestão desta área.
• Criação da própria Cloud Kitchen: através do desenvolvimento de uma marca própria. Indicado para hotéis com domínio na área de A&B e que têm espaço e horários de menor rendimento na cozinha. Exige algum investimento em tecnologia, marketing e possivelmente algum acréscimo de equipamentos, mas representa uma oportunidade de aumentar a receita, amenizar a sazonalidade e ampliar o impacto da marca.
• Aluguer de uma Cloud Kitchen externa: por necessidade de aumento da produção, ou para eliminar a produção alimentar e terceirizá-la, focando a gestão e recursos no negócio principal – os quartos.
Ganhos secundários advêm da complementar utilização de uma plataforma digital (p.e. integrada na app do hotel) para a venda dos produtos da sua Cloud Kitchen: o acesso a ferramentas de análise de comportamento, que irão ser preciosas para apoiar decisões de evolução futura do produto e serviço; alternativas de marketing direto, com impacto na receita: cross-selling, upselling, preços dinâmicos ou a engenharia de menus; adoção de uma abordagem de atendimento/pagamento rápido/digital aumenta a rotação de serviço e a redução da sobrecarga de mão de obra.
A vantagem deste modelo de negócio já foi antecipada pelo Radisson Hotel Group. A transformação das cozinhas do grupo Radisson está prevista para os próximos 10 anos. O objetivo final é construir uma unidade de negócios independente de cloud kitchens combinadas com hotéis.De acordo com o Director Joseph Chalfoun, Radisson’s Director of restaurants and bars in MEA, “It’s a no-brainer, if we’re not in it, we can’t win it. We want to be in cloud kitchens”.
Teresa Moreira
Manager na Neoturis
*Publicado na edição de julho/agosto da Publituris Hotelaria