Hotelaria em Portugal: Qual o estado da nação?
Leia a opinião de Karina Simões, Head of Hotel Advisory na JLL.

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Com base nas perspetivas positivas fruto da evolução da pandemia e, consequentemente, da reabertura das viagens internacionais, os KPI’s de hotelaria deverão voltar no curto prazo aos níveis pré-pandemia, e continuar o forte desempenho alcançado em 2019.
Espera-se que o investimento hoteleiro em Portugal recupere em 2022. Existe um apetite contínuo por parte dos investidores institucionais, tanto internacionais como domésticos, na aquisição de ativos hoteleiros em Portugal.
Em termos de sustentabilidade, um dos principais impulsionadores do setor hoteleiro, será crucial a colaboração entre proprietários e operadores hoteleiros de forma a reduzir as emissões de carbono, sendo o investimento no setor um catalisador para impulsionar esta mudança.
Do ponto de vista do investidor, o setor hoteleiro a nível internacional está a assistir a um declínio do investimento nos ativos com baixas classificações energéticas, ou em não conformidade com a legislação em vigor. Esta tendência será acelerada à medida que mais investidores estabelecem os seus próprios compromissos e as regulamentações do setor se tornam mais rígidas. Deste modo, ativos sem certificação de sustentabilidade serão menos elegíveis e terão um ‘brown discount’, enquanto os outros receberão um ‘green premium’.
O aumento dos custos de construção, da taxa de inflação e dificuldade na contratação são aspetos que neste momento ensombram o setor da hotelaria. O conflito na Ucrânia não tem tido um impacto tão negativo quanto inicialmente perspetivado, pois ao nível do investimento somos considerados um destino seguro, e ao nível operacional, devido ao afastamento físico do país, seremos uma opção de férias para aqueles que delas estão sedentos.
Decorrente da alteração ao enquadramento legal relativo aos vistos gold em Portugal, os hotéis-apartamento e apartamentos turísticos tornaram-se o foco de atenção dos investidores. Uma vez que agora apenas os produtos turísticos se podem qualificar para a obtenção de um visto gold em contexto urbano – Lisboa e Porto –, esta começa a ser uma das tipologias de alojamento mais analisadas e cuja expansão se perspetiva vir a ser interessante no curto prazo.
Outro tipo de produto que tem vindo a registar um aumento do interesse por parte de investidores é o do segmento de luxo. Apesar de termos cerca de 55% da oferta hoteleira concentrada em unidades de quatro e cinco estrelas, o segmento de luxo é um dos segmentos que acreditamos ter espaço para crescer em Lisboa – a dificuldade passa por encontrar ativos com características que permitam não só o desenvolvimento de um layout exclusivo e diferenciado, mas com uma dimensão interessante.
O ano de 2021 foi marcado por uma recuperação quando comparado com 2020, perspetivando-se que 2022 seja de viragem neste período de desafios significativos que a hotelaria tem vindo a enfrentar.
Karina Simões
Head of Hotel Advisory na JLL
*Publicado na edição de junho da Publituris Hotelaria