Hotelaria

Da vinha às termas: Ocram tem 3 novos hotéis na manga e prepara ‘rebranding’

Um hotel vínico, um cinco estrelas num monumento nacional em Amares e uma unidade nas Termas de Melgaço são os próximos hotéis da empresa de exploração hoteleira.

Rute Simão
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Da vinha às termas: Ocram tem 3 novos hotéis na manga e prepara ‘rebranding’

Um hotel vínico, um cinco estrelas num monumento nacional em Amares e uma unidade nas Termas de Melgaço são os próximos hotéis da empresa de exploração hoteleira.

Rute Simão

Um hotel vínico, um cinco estrelas num monumento nacional em Amares e uma unidade nas Termas de Melgaço são os próximos hotéis da empresa de exploração hoteleira.

O portefólio da Ocram Hotel Management vai continuar a crescer a Norte do país. A empresa tem três novos projetos em desenvolvimento, um dos quais abre portas já no próximo ano.

O The Vinea Collection Hotel by Piamonte Hotels, cuja inauguração está agendada para maio de 2022, está a nascer em Monção e resulta da reconversão de um imóvel centenário com uma quinta tradicionalmente produtora de vinhos.

A Ocram adquiriu o ativo em agosto de 2020 num investimento de seis milhões de euros, que conta com os apoios do Compete 2020. O cinco estrelas terá uma oferta de 70 unidades de alojamento, Spa, uma piscina infinita com vista para a Serra do Gerês, restaurante e bar.

A casa senhorial do século XVII está cercada por 16 hectares de vinha que serão aproveitados pela empresa para a produção de vinhos. O primeiro lote de Alvarinho será lançado dentro de dois anos.

Em andamento está também a já anunciada reconversão do complexo termal de Melgaço e do antigo Hotel do Peso. A Ocram ficará responsável pela exploração do projeto com 60 quartos que deverá abrir portas em 2024. O orçamento para a reconversão está definido em de 7 milhões de euros e é da responsabilidade de investidores franceses.

Da lista de novidades consta ainda um cinco estrelas em Amares, no distrito de Braga. A Ocram ganhou a concessão e a exploração do Mosteiro de Santo André de Rendufe, durante um período de 50 anos, no âmbito do programa Revive.

Aquele que foi um dos principais centros beneditinos portugueses entre os séculos XII e XIV dará lugar a um hotel cinco estrelas com 75 quartos num investimento de aproximadamente cinco milhões de euros.
A abertura de portas deverá ser concretizada dentro de um prazo de cinco anos. A Ocram assume que este é um projeto “bastante interessante, com uma localização prime e que irá permitir a criação de uma oferta hoteleira bastante completa na região”. Contudo, é preciso que o financiamento seja aprovado para dar seguimento ao projeto, alerta a empresa de exploração hoteleira.

“O monumento tem estado parado numa situação decrépita e nós vamos tentar unir as pontas soltas. Desenvolvemos o projeto, investimos, prevemos orçamentos e, se depois não tivermos a aprovação do financiamento – o que está a acontecer muitas vezes no Revive – é preciso um reforço da posição do Turismo de Portugal. É de todo o nosso interesse desenvolver o projeto mas também ter a aprovação do financiamento que está associado ao programa Revive e não outro financiamento qualquer”, sublinha Marco Rodrigues Dias, managing partner da Ocram, que atesta que sem financiamento não haverá hotel.

“Era muito bonito se conseguíssemos erguer este monumento nacional. Obviamente que isto está condicionado. O financiamento do Revive é interessante. Tem uma maturidade longa, uma garantia do Estado até 80% e considero que um monumento nacional deve ter esta percentagem. Se não conseguirmos ligar as pontas soltas não há projeto.”, garante o responsável.

Em cima da mesa, a Ocram tinha também anunciada a exploração de um novo hotel em Vila Nova de Gaia, com 60 quartos, no próximo ano. A pandemia acabou por ditar a paragem das obras e o projeto fica, para já, em ‘stand by’. “O Hotel de Gaia parou. Tínhamos um contrato de exploração e o proprietário decidiu não continuar a obra do hotel por causa da pandemia e da falta de liquidez. A obra já estava atrasada devido a contingências financeiras dele e ele acabou por decidir não continuar. É uma pena. Discordo totalmente desta decisão, porque a obra está já a 60% e este é um momento em que nunca se deve parar uma obra. É uma pena enorme”, lamenta.

Rebranding
Se o período da pandemia trouxe desafios, também permitiu concretizar oportunidades e a Ocram aproveitou para arrumar a casa e preparar um ‘rebranding’. Até ao final do ano a empresa assumirá a denominação de Ocram Investiment Group (OIG). “Em 2019 tivemos bons resultados do ponto de vista da exploração hoteleira. Veio a pandemia que também foi importante para repensarmos e reestruturarmos a própria empresa. Passámos por uma reorganização societária forte. Neste momento, temos uma holding que detém um conjunto de empresas e que são empresas exploradoras e proprietárias. Isso permite-nos estar agora disponíveis para a abertura de capital que era um dos nossos objetivos. O ano de 2019/2020 foi muito passado para fazer um trabalho de fundo de ‘backoffice’ longe dos holofotes mas que nos permite, agora, ter uma estrutura qualificada para receber investimento privado, estrangeiro ou nacional, que é canalizado para os hotéis”, refere o managing partner.

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Marco Rodrigues Dias explica que a Ocram está focada exclusivamente na exploração ou aquisição de ativos hoteleiros e que não presta outro tipo de serviços de consultoria. O objetivo é o de se assumir como uma marca hoteleira. A Piamonte Hotels é a insígnia sob a qual a estratégia recai, com uma aposta na expansão do portefólio que vise unidades de lazer com características específicas.

“Neste momento só analisamos hotéis com um mínimo de 40 quartos, 4 estrelas, e cujo edifício principal respeite a traça tradicional portuguesa, que tenha história. Isto é nicho, mas é um nicho no qual estamos confortáveis porque temos uma equipa altamente competente que consegue pegar neste tipo de ativos e lançá-los para o mercado. O Ribeira Collection Hotel [em Arcos de Valdevez] foi a consolidação disto; era um hotel que estava muito mal e percebemos que sabemos trabalhar dentro deste nicho e por isso vamos focar muito a nossa operação aqui”, assegura.

Crescimento sustentável no interior do país
Para já, há muito trabalho em mãos para os próximos anos mas a Ocram não exclui, entretanto, olhar para outros projetos desde que estes permitam aquele que é um crescimento sustentável do portefólio da gestora.

“A hotelaria é um mercado de capital intensivo. Não é possível escalar em hotelaria sem investimento e temos de olhar os investimentos de forma mais estratégica. Não conseguimos recuperar o investimento num hotel em 10 ou 12 anos. Os investimentos em hotéis recuperam-se em 20/25 anos, em zonas com uma boa capacidade de resposta. Obviamente que Porto e Lisboa estão fora disto porque são mercados tão próprios, com uma afluência tão grande e com preços médios tão elevados que estão um pouco fora disto. Estamos sempre abertos a novos investimentos mas dentro de um contexto de sustentabilidade”, assume Marco Rodrigues Dias que, embora não exclua a possibilidade de analisar outro tipo de ativos admite que o objetivo é continuar a afinar a estratégia no mesmo caminho.

“Nos negócios temos de estar sempre abertos a estudar. Não retiro nenhum interesse a unidades corporativas em grandes cidades, por exemplo. Temos de ser sinceros: quem me dera ter um hotel em Lisboa ou no Porto. Mas o mercado nestas cidades tem um comportamento muito próprio e que está acima das nossas possibilidades por agora. Nós sabemos trabalhar melhor em contextos de lazer. É um mercado no qual temos experiência e por isso é uma área na qual a nossa estrutura se sente bem. Obviamente que os hotéis corporativos nos interessam, se vierem estudamos. Mas não estamos ativamente à procura desse tipo de unidades de negócio”, informa.

Sobre os próximos destinos de investimento, o managing partner aponta a Serra da Estrela, Bragança, Lousã ou o Ribatejo como potenciais locais de investimento.

“Temos interesse em sair mais da região norte, temos desenvolvido mais aqui porque a região Norte estava muito carenciada de bons projetos de lazer e tem um potencial extremo. Temos outros interesses, estamos ativamente a procurar no Alentejo e no interior”, diz.

“A hotelaria ficou conhecida por ter mão de obra barata e temos de mudar este paradigma”
Para o sócio fundador da Ocram um dos constrangimentos aos futuros investimentos é, inevitavelmente, a falta de mão-de-obra qualificada. Este é um aspeto de peso na hora de pensar em avançar com novos projetos. “Não há nenhum hotel neste mundo que consiga trabalhar sem pessoas, ainda por cima os hotéis de lazer que são hotéis que obrigam a prestar um serviço melhor, onde as pessoas passam mais tempo no hotel, temos de ter todos os serviços a trabalhar de forma harmoniosa e isso obriga a ter muito staff”, analisa.

O responsável, formado em economia e com mestrado em gestão hoteleira, assume que é imperativo desenhar uma estratégia para captar e reter talentos. A questão salarial é um dos pontos urgentes a mudar mas, para isso, é preciso que exista também uma redução da carga fiscal para as empresas.

“A hotelaria ficou conhecida por ter mão de obra barata e temos de mudar este paradigma e isso começa não só nas escolas mas também no choque fiscal a nível dos impostos nas empresas. Não há grupo nenhum que fique contente em pagar mal, temos constantemente aumentado os salários dos colaboradores mas temos de ter apoios significativos como a redução da TSU e a redução do IVA na restauração. Precisamos de ter um reforço de medidas para todo o setor: hotéis restaurantes, agências de viagens. Caso contrário, vamos perder todo o património que temos vindo a construir desde 2010. As pessoas vão sair da hotelaria”, alerta.

O empresário explica que parte da identidade do produto turístico nacional passa pela própria maneira de receber portuguesa e, é por isso, que a aposta em mão-de-obra estrangeira não pode ser a única solução. “Por muito que consigamos importar mã-de-obra, não é a mesma coisa. Temos de procurar cá dentro e garantir que conseguimos atrair os nossos cidadãos para esta área. A importação de mão-de-obra é boa mas tem de ser com equilíbrio. Nao concebo não ter portugueses na nossa estrutura, é a nossa identidade. Não quero pagar 700 euros a mão-de-obra estrangeira, quero pagar 1000, 1200 euros a profissionais portugueses”, acrescenta.

Marco Rodrigues Dias acredia que esta crise de recursos humanos “é muito pior” do que a anterior. “Muitos colaboradores saíram da hotelaria. Numa fábrica, por exemplo, o salario é o mesmo e com o fins de semana livres. Isto é muito a realidade aqui do Norte, há muitas fábricas e muita procura por mão-de-obra intensiva. Neste momento temos colaboradores que mesmo com salários altos preferem não trabalhar, encontraram outras fontes de rendimento até em teletrabalho”, relata, apelando a um encontro de soluções.

“Todos os parceiros, dos institucionais aos privados, têm de estudar formas de fazer com que a hotelaria seja novamente atrativa”, conclui.

*Artigo Publicado na edição 188 da revista Publituris Hotelaria

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Turismo e hospitalidade ganham nova ferramenta digital com dados estatísticos em tempo real

Com a presença do secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, o KIPT CoLab apresentou, esta segunda-feira, em Lisboa, o Bartur, uma plataforma inteligente para o turismo e hospitalidade que, em tempo real, fornece dados estatísticos, considerados estratégicos para quem gere, planeia e trabalha nestes setores, colocando a ciência e tecnologia ao serviço das pessoas, numa linguagem simples.

Os intervenientes na sessão de apresentação do Barturis, Antónia Correia, presidente do Laboratório Colaborativo (KIPT CoLab) para a área do turismo, Catarina Paiva, administradora do Turismo de Portugal, Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP, João Ferreira, Monitor Manager da ANI-Agência Nacional de Inovação, e o próprio secretário de Estado do Turismo, foram unânimes na sua intervenção sobre o valor desta nova ferramenta, uma vez que o turismo, setor que continua a ser atrativo e recomendado por empresários e trabalhadores, necessita de ser gerido com dados transformados em informação numa linguagem simples.

Nestes tempos modernos, foi destacada a relevância do conhecimento para a tomada de decisão, e o turismo e hospitalidade não fogem a isso, num primeiro passo dado pela KIPT CoLab, mas que segundo Ana Jacinto, “não está acabado, e a AHRESP não vai continuar sossegada, mas a trabalhar para encontrar plataformas complementares”, pois “precisamos de adicionar outro tipo de indicadores”, nomeadamente na área da restauração.

Já Catarina Paiva defendeu a importância dos dados para as decisões de gestão, lembrou que estes eram considerados um novo petróleo, mas hoje mais do que nunca, “vivemos a era da conexão, da partilha de informação, da necessidade de fazê-la circular”, para realçar que que as empresas que estão na linha da frente são aquelas que partilham informação e constroem pontes com elas.

Por sua vez, o secretário de Estado do Turismo lembrou a cimeira do GP 20 o ano passado no Pará (Brasil), em que foram convidados mais 20 países, entre os quais Portugal, em que a agenda esteve alavancada em três grandes questões, entre os quais a informação e edata, reconhecendo que este “é um tema incontornável e quase irreversível do ponto de vista da matriz em que assentam as nossas organizações”.

Referiu que todas as plataformas e observatórios e outros estudos que ajudem a entender melhor o turismo são bem-vindos, para realçar um clássico que diz que ‘conhecimento é sempre tradução e construção’, que reconhece estar assente à génese e filosofia de base da criação desta plataforma, porque “nos permite alavancar uma tomada de decisão e, muitas vezes por força por força de inação e de falta de tomada de decisão, que muitos dos nossos processos e dos nossos problemas acabam por não se resolver”.

Pedro Machado realçou ainda, durante a sessão do Barturis, apresentado em pormenor por Guilherme Portada, diretor de marketing, e Bernardo Generoso, Web Devepoper da Barturs, que a tomada de decisão pressupõe “conhecimento, e muito em concreto, estatístico, para podermos tomar as melhores opções”.

Se é importante a capacidade de decisão, segundo Pedro Machado, também o é a capacidade de escolha, bem como a necessidade de quebrar mitos, e tudo isso “se refuta com dados, com informação, e quem não tem dados não tem informação”, para recordar que esta indústria é muito recente em Portugal, por isso, há um longo caminho a percorrer. “Sabemos que é poderosa, e hoje está numa fase em matérias como coesão, correção de assimetrias, mas há muitas coisas que precisamos ainda de trabalhar”, concluindo que o objetivo final é que esta nova plataforma nos permita “ganhar valor”.

Sobre o autorCarolina Morgado

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WOTELS apresenta nova unidade em Águeda

O futuro WOT Pateira, com 57 quartos, resultará da remodelação do antigo Hotel Estalagem da Pateira, localizado na margem da Pateira de Fermentelos, no concelho de Águeda.

Após integrar duas unidades no Algarve e no Alentejo ao portefólio – a Aldeia da Pedralva e o Hotel Horta da Moura – o grupo WOTELS passa a contar com mais uma unidade, desta vez no antigo Hotel Estalagem da Pateira.

Situado na margem da Pateira de Fermentelos, conhecida como a “lagoa adormecida”, no concelho de Águeda, o futuro WOT Pateira será alvo de uma “profunda transformação” nos próximos dois anos, de acordo com o grupo.

Em comunicado é referido que “a nova unidade contará com espaços modernizados, novos serviços e uma integração cuidada com o meio envolvente”. É também indicado que “mais do que requalificar um edifício, a Wotels propõe-se a revitalizar um destino, preservando o seu legado e respeitando a paisagem”.

No website do Hotel Estalagem da Pateira é referido que o edifício conta com 50 quartos duplos, quatro suites e três quartos individuais, sendo que nove destes quartos são adaptáveis a pessoas com mobilidade condicionada. Das valências da unidade fazem parte uma piscina interior, sauna, duas piscinas exteriores e um restaurante.

Atualmente, o grupo WOTELS conta com 16 unidades de alojamento espalhadas de norte a sul do país.

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Vila Galé estabelece protocolo com Brumadinho para desenvolver hotel junto a Inhotim

Prevê-se que as obras para o futuro hotel de 308 quartos comecem em 2026 e que o edifício seja inaugurado em 2027.

Carla Nunes

O grupo Vila Galé anunciou este sábado, 24 de maio, o estabelecimento de um protocolo com Brumadinho, no Brasil, para o desenvolvimento de um hotel próximo a Inhotim.

O anúncio foi feito durante a conferência de imprensa relativa à inauguração do Vila Galé Collection Ouro Preto, o 12.º hotel do grupo no Brasil, na qual estiveram presentes o Secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas José de Oliveira e o Governador de Minas Gerais, Romeu Zema.

O futuro hotel situado junto ao Instituto do Inhotim, em Brumadinho, no Brasil, contará com um investimento de 130 milhões de reais (cerca de 20 milhões de euros) e um total de 308 quartos, num terreno cedido pelo município.

A previsão é a de que a futura unidade gere cerca de 300 empregos diretos no município de Brumadinho, antecipando-se que as obras de construção comecem em 2026 e o edifício seja inaugurado em 2027.

*A Publituris Hotelaria viajou até Ouro Preto, em Minas Gerais, Brasil, a convite do grupo Vila Galé e da TAP Air Portugal.

Sobre o autorCarla Nunes

Carla Nunes

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Jorge Rebelo de Almeida frisa potencial turístico do Brasil na inauguração do 12.º hotel Vila Galé no país

O grupo Vila Galé inaugurou este sábado, 24 de maio, o seu 12.º hotel no Brasil, desta vez em Cachoeira do Campo, próximo de Ouro Preto, em Minas Gerais. Situado no edifício que albergou o primeiro regimento de cavalaria de Portugal no Brasil e o antigo colégio Dom Bosco, o hotel que terá 311 quartos foi alvo de um investimento de 180 milhões de reais (aproximadamente 28 milhões de euros).

Carla Nunes

A 24 de maio, o grupo Vila Galé inaugurou oficialmente a unidade hoteleira que tem vindo a desenvolver em Cachoeira do Campo, nas proximidades de Ouro Preto, no estado brasileiro de Minas Gerais. Desta forma, o Vila Galé Collection Ouro Preto abre agora portas no edifício que funcionou como o primeiro regimento de cavalaria de Portugal no Brasil e que, posteriormente, albergou o colégio Dom Bosco.

Após investir 180 milhões de reais neste projeto (cerca de 28 milhões de euros), Jorge Rebelo de Almeida, fundador e presidente do grupo Vila Galé, assegura que “não fazemos nada por sacrifício, dá muito prazer fazer projetos, [e] esse prazer é redobrado quando trazemos de volta à vida um edifício histórico”.

“Costumo dizer que uma cidade que não recupera o seu património histórico é uma cidade sem alma. Evidente que às vezes há algumas entidades que são um bocadinho complicadas e dificultam a vida, mas nem foi o caso aqui. Tivemos uma ajuda preciosa quer do Governo do Estado, quer da prefeitura”, afirma Jorge Rebelo de Almeida, que inaugura assim o 12.º hotel do grupo no Brasil.

Se o valor do projeto inicialmente comunicado foi de 80 milhões de reais (cerca de 12,5 milhões de euros), a atualização no número de investimento foi justificada por Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador no Vila Galé, com o facto de terem identificado a possibilidade de captar mais públicos, passando assim do projeto original de um hotel de 60 a 70 quartos, cingido apenas ao edifício histórico, para uma unidade com 311 quartos, com o acrescento de duas alas com unidades de alojamento.

“À medida que fomos tendo conhecimento da região e do seu potencial identificámos que para além deste edifício havia a possibilidade de desenvolver quer a parte do turismo equestre, com o desenvolvimento de um haras, quer a aposta que temos vindo a fazer no turismo de eventos, negócios e congressos, com um centro de congressos para cerca de 1.000 pessoas”, explica Gonçalo Rebelo de Almeida, justificando que o valor não consistiu numa “derrapagem de valores”, mas sim numa “mudança total de conceito de hotel”.

O potencial turístico do Brasil

Sobre a aposta neste país, o presidente do Vila Galé apontou em conferência de imprensa que “o potencial de desenvolvimento e crescimento é tremendo no Brasil, e o turismo pode dar esse contributo”. Contudo, é preciso “fazer o trabalho de casa”.

“O turismo não precisa de nada de muito específico, precisa de limpeza, segurança, educação – tudo coisas que são importantes para quem cá vive, e se isso tiver bom resultado, os turistas vão adorar”, refere Jorge Rebelo de Almeida, que apontou também para a necessidade de melhorar a captação de voos, embaratecer o transporte aéreo e ir buscar turistas lá fora.

“O Brasil tem uma vantagem adicional em relação a outros países, porque tem um mercado interno enorme. [Contudo], Portugal, que é do tamanho do estado de Santa Catarina, recebe 25 milhões de turistas, e o Brasil recebe 6,5 milhões de turistas. Não faz sentido”, afirma.

Também presente na cerimónia, o Governador de Minas Gerais, Romeu Zema, frisou que a prioridade do seu mandato “é a atração de investimento privado”, indicando que até hoje o Estado de Minas atraiu 478 biliões de reais neste tipo de investimento: “Não existe ramo mal vindo aqui, e o turismo é o mais bem-vindo, porque quando faz um investimento está a divulgar o estado”, afirma.

Futuros projetos

Os próximos projetos hoteleiros do grupo Vila Galé para o Brasil incluem um hotel em Belém do Pará, duas unidades hoteleiras no Maranhão no centro histórico – o Vila Galé Collection São Luís e o Vila Galé Collection Maranhão – e dois hotéis em Alagoas, o Vila Galé Coruripe Alagoas e um hotel NEP Kids, para crianças, inserido na mesma propriedade.

O grupo vai ainda avançar com um resort em Mangue Seco, além de ter anunciado na inauguração de sábado em Ouro Preto o estabelecimento de um protocolo com Brumadinho para o desenvolvimento de um hotel em Inhotim.

Em Portugal, o grupo tem em vista a abertura de unidades hoteleiras no Paço Real de Caxias, situado em Oeiras, em Penacova e em Miranda do Douro. Acresce a abertura do Vila Galé Collection Tejo na Golegã, na Quinta da Cardiga.

Sobre o Vila Galé Collection Ouro Preto

O Vila Galé Collection Ouro Preto contará com um total de 311 quartos, dos quais 95 localizados no edifício principal e 216 em duas alas de construção recente. As valências do hotel incluem o Satsanga Spa & Wellness, uma área de eventos para cerca de 900 pessoas, um haras – área dedicada à criação e reprodução de cavalos – e 15 hectares de plantação de vinha e olival. O hotel reúne ainda três restaurantes – Inevitável, Versátil e Massa Fina – biblioteca, um museu dedicado à história da polícia militar e do colégio Dom Bosco e o clube NEP, para crianças.

*A Publituris Hotelaria viajou até Ouro Preto, em Minas Gerais, Brasil, a convite do grupo Vila Galé e da TAP Air Portugal.

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Paulo Galiado assume direção-geral do Évora Hotel

Antes de assumir funções no Évora Hotel, Paulo Galiado passou pela direção-geral do Spatia Comporta. Com um percurso fortemente marcado por experiências internacionais, o profissional assumiu cargos de gestão em grupos como o Four Points by Sheraton, Anantara Hotels & Resorts e Hilton.

Após a saída de Miguel Melo Breyner da direção-geral do Évora Hotel, o cargo passou a ser ocupado por Paulo Galiado, que assumiu funções como diretor-geral no passado mês de abril.

Formado em Economia pelo ISCTE e em Cozinha e Produção Alimentar pela ESHTE, Paulo Galiado desenvolveu um percurso profissional marcado por experiências internacionais em unidades de luxo e grandes operações hoteleiras.

No currículo soma passagens por destinos como República Dominicana, Espanha, Reino Unido, Angola, Dubai e Qatar, onde assumiu cargos de gestão em grupos como o Four Points by Sheraton, Anantara Hotels & Resorts e Hilton.

Entre os marcos da sua carreira destacam-se a gestão do Banana Island Resort by Anantara, no Qatar, e a abertura do primeiro LXR by Hilton no mesmo país. Em Portugal, passou recentemente pela direção geral do Spatia Comporta, antes de assumir a liderança do Évora Hotel.

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Locke de Santa Joana apresenta suite exclusiva após parceria com a Anthropologie

A suite do Locke de Santa Joana abrangida por esta parceria é decorada com uma curadoria de peças Anthropologie, tendo a particularidade de permitir aos hóspedes adquirir as peças do quarto. O hotel aceita reservas para esta unidade de alojamento de 19 de maio a 30 de setembro.

O grupo Locke estabeleceu uma parceria com a Anthropologie, marca internacional de objetos de lifestyle e decoração, da qual resultou a suite Locke x Anthropologie, no hotel Locke de Santa Joana, em Lisboa.

A suite, decorada com uma curadoria de peças Anthropologie, tem a particularidade de permitir aos hóspedes adquirir as peças do quarto, que se encontram disponíveis para venda através do website da Anthropologie.

Com uma decoração de inspiração mediterrânea, a suite com um quarto e terraço destaca-se “pelas texturas ricas, tons telúricos e detalhes artesanais”, como referido em nota de imprensa.

Com 31 metros quadrados de área interior e um terraço privado de 13 metros quadrados, bem como uma cama king size, pelo padrão britânico, esta suite conta com uma seleção exclusiva da Anthropologie que engloba têxteis, art prints e loiça, como pratos e copos.

Os produtos disponíveis abrangem também o espelho ‘Clara’, os castiçais em vidro com riscas ‘Eleanor’, o tapete de juta ‘Vela’ e a mesa de exterior ‘Lottie’.

“Estamos muito entusiasmados com esta parceria com a Anthropologie, que nos permitiu transformar a suite numa experiência imersiva das duas marcas. Com a mesma paixão pelo design e um público culturalmente curioso, esta colaboração foi, desde o início, algo que nos pareceu totalmente natural”, refere Carla Read, Brand Manager do Locke, em nota de imprensa.

As reservas para a suite Locke x Anthropologie podem ser realizadas através do website do grupo Locke de 19 de maio a 30 de setembro.

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Conhecidos os nomeados dos “Portugal Travel Awards 2025” do Publituris

A festa será só no dia 3 de julho, no Hotel Vila Galé Collection Elvas. Os nomeados dos “Portugal Travel Awards 2025” do Publituris são, no entanto, conhecidos hoje na edição em papel. A votação começa a 26 de maio.

São 177 os nomeados, em 22 categorias, para os “Portugal Travel Awards 2025” do Publituris que serão sujeitos a votação pelos 27 membros do júri convidado, dos assinantes do jornal e dos subscritores da newsletter diária.

As votações decorrerão entre 26 de maio e 16 de junho no site dos prémios em https://premios.publituris.pt/ onde poderá votar nos melhores nas seguintes categorias:

Melhor Companhia de Aviação
Melhor Companhia de Aviação Lowcost
Melhor Rent-a-Car
Melhor Operador Turístico
Melhor Rede de Agências de Viagens
Melhor Companhia de Cruzeiros
Melhor Cadeia Hoteleira
Melhor Hotel Cinco Estrelas
Melhor Hotel Quatro Estrelas
Melhor Hotel Resort
Melhor Boutique Hotel
Melhor Hotel de Cidade
Melhor Hotel MICE
Melhor Hotel de Praia
Melhor Turismo Rural
Melhor Enoturismo
Melhor Campo de Golfe
Melhor Parque Temático e Diversões
Melhor Empresa de Animação Turística
Melhor Marina
Melhor Destino Internacional
Melhor Região de Turismo Nacional

Os registos no site dos prémios estão abertos até às 23h59 de 23 de maio de 2025. A partir dessa data e até 16 de junho de 2025, será possível registar-se na newsletter do Publituris online, mas o registo não dará acesso à votação.

No final do dia 3 de julho haverá ainda a entrega do Prémio “Belmiro Santos”, atribuído diretamente pela redação do Publituris.

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Hotel Avani Avenida Liberdade investe 3M€ na renovação de 80 quartos

A renovação visou 80 dos 119 quartos da unidade hoteleira, cujo design de interiores é agora inspirado nas cores e arte urbana de Lisboa. Apesar de existirem planos para proceder a mais renovações no hotel, estas ainda não estão confirmadas.

Carla Nunes

A unidade hoteleira Avani Avenida Liberdade, em Lisboa, investiu três milhões de euros na renovação de 80 quartos.

O hotel de 119 unidades de alojamento passa assim a contar com uma oferta de quartos com uma “nova decoração e maior conforto”, em concordância com “a nova identidade Avani na Europa”, como Pedro Frazão, Cluster Director do Avani Avenida Liberdade e NH Collection Liberdade, referiu em entrevista à Publituris Hotelaria.

“Esta renovação procurou trazer para dentro dos quartos a cidade de Lisboa. Com uma decoração inspirada nas cores, nos padrões e na arte urbana da cidade, vários detalhes nos quartos, como o lambrim, o papel de parede e a manta, remetem para a tradicional calçada portuguesa, os típicos azulejos e as cores vibrantes da cidade”, refere o profissional.

As quatro tipologias dos quartos – Avani Room; Avani Premier; Avani Deluxe e Avani Family – mantém-se, existindo projetos para “dar seguimento a mais renovações”, que ainda não se encontram confirmadas.

O Avani Avenida Liberdade foi inaugurado na primavera de 2017, constituindo-se como o primeiro hotel da marca Avani na Europa. Atualmente, a marca conta com mais quatro unidades no continente europeu, nomeadamente o Avani Alonso Martinez, em Madrid; o Avani Rio Novo, em Veneza; o Avani
Palazzo Moscova, em Milão; e o Avani Museum Quarter, em Amesterdão.

Sobre o autorCarla Nunes

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Grupo Olivier está a recrutar em Portugal

Em causa estão várias vagas de emprego para as áreas de cozinha, sala e bar.

O grupo Olivier está a reforçar as suas equipas em território nacional com um novo processo de recrutamento, com o objetivo de acompanhar a expansão e renovação dos seus conceitos em várias regiões do país.

Com uma equipa composta por mais de 500 funcionários diretos e indiretos, o grupo com restaurantes de norte a sul do país procura novos talentos nas áreas de cozinha, sala e bar. Estão abertas posições para cozinheiros, empregados de mesa, hostess, barmen, barmaids, sushimen e sushiwomen.

“A nossa missão é oferecer experiências de restauração únicas, com qualidade e inovação, características de Olivier da Costa, em cada detalhe. Para isso, é essencial termos equipas fortes, dedicadas e alinhadas com a nossa cultura de exigência. Este reforço de talento em Portugal é um passo natural no nosso percurso de crescimento sustentado”, afirma Joel Pires, diretor comercial e de marketing do grupo Olivier.

O processo de recrutamento está aberto e os interessados devem enviar candidatura para o e-mail: recrutamento@olivier.pt.

Atualmente com 18 restaurantes em Portugal, o grupo Olivier opera em nome próprio ou em parceria com grupos como Maison Albar, Minor Hotels (Tivoli, Avani e NH, entre outros), Highgate Portugal e United Investments Portugal.

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United Hospitality Management passa a contar com Olivier Jacquet como Chief Operating Officer – Europe

O profissional conta com 35 anos de experiência no setor hoteleiro de luxo, tendo assumido cargos de liderança no Groupe Pichet e no no Louvre Hotels Group.

O profissional Oliver Jacquet assume funções como Chief Operating Officer – Europe do United Hospitality Management (UHM), numa altura em que o grupo “acelera a sua estratégia de expansão no mercado europeu”, como indicado em nota de imprensa.

Com uma carreira de mais de 35 anos no setor hoteleiro de luxo, o novo COO- Europe ficará responsável por consolidar a operação do grupo e expandir a presença estratégica da marca no mercado europeu.

O currículo de Olivier Jacquet soma passagens pelo Groupe Pichet, onde liderou o departamento de hospitalidade e supervisionou um portefólio diversificado de hotéis. Foi também responsável pelo lançamento de propriedades icónicas, como o Mondrian Bordeaux e o Radisson Blu Malo-Les-Bains.

Enquanto vice-presidente de operações no Louvre Hotels Group geriu um portefólio multimarcas, tendo assumido também o cargo de vice-presidente de Global Sales, onde supervisionou a estratégia global de vendas e distribuição deste grupo.

“A nomeação de Olivier Jacquet como COO-Europe acontece um momento estratégico para o grupo UHM. Com um percurso notável na indústria hoteleira e uma comprovada capacidade de liderança em operações de grande escala, traz-nos a excelência operacional e uma visão clara e estratégica para a expansão da marca no mercado europeu. A sua experiência em marcas icónicas e na gestão de portefólios complexos será decisiva para consolidarmos a nossa posição no mercado europeu e reforçarmos os nossos padrões de excelência em hospitalidade”, refere Carlos Leal, Chairman & Board Member da UHM.

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