Para recrutar e reter talento “temos de fazer um rebranding da nossa indústria”
A afirmação é de Henrique Tiago de Castro, General Manager do Evolution Cascais-Estoril, que participou esta quinta-feira, 17 de novembro, no 33.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo para debater os desafios dos recursos humanos no setor.

Carla Nunes
Vila Galé inaugura hotel em Ponte de Lima
Vila Galé anuncia abertura de três hotéis em Cuba
Grupo StayUpon nomeia Mónica Pereira como diretora-geral do Upon Lisbon
Monte da Bica investe 1,5M€ em novo boutique hotel, lagares e sala de provas
Carcavelos ganha novas residências com serviços de hotel em 2027
Número de hóspedes e dormidas de não residentes caem no 1.º trimestre. Proveitos sobem
Vila Vita Parc e Penha Longa Resort distinguidos com três Chaves Michelin
Vila Baleira apresenta nova unidade no Funchal
ALEP assina protocolo de cooperação com a Câmara Municipal do Porto
Grupo Albôi contrata João Carvalho para o cargo de diretor-geral
A afirmação é de Henrique Tiago de Castro, General Manager do Evolution Cascais-Estoril, que participou esta quinta-feira, 17 de novembro, no 33.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo para debater os desafios dos recursos humanos no setor.
Para o profissional, um dos principais desafios que encontra “em todas as equipas é a falta de compromisso”, com uma grande taxa de rotação de profissionais, que não hesitam em mudar de local de trabalho.
“Lembro-me de estudar cozinha e pastelaria há 15 anos, na Escola de Hotelaria de Lisboa e tinha de lutar por um bom estágio. Hoje em dia isto inverteu-se e os talentos é que escolhem as empresas”, explica.
Para Carina Oliveira, diretora executiva da Insignare, que também marcou presença no painel “Recrutar e reter talento: Missão (im)possível”, as gerações mais novas “procuram um propósito” e, mais do que decidir fazer “isto ou aquilo”, esta é a geração que quer fazer “isto e aquilo”.
Como Ricardo Costa, CEO do grupo Bernardo da Costa, afirma “esta geração tem expetativas e exigências que não estávamos habituados com as gerações anteriores”, valorizando “o impacto do seu trabalho na empresa, a diversidade de tarefas, a formação, a qualificação, a equidade e a participação nas decisões da empresa”, além de querer conhecer mundo.
No entanto, o profissional alerta que, apesar de o salário “já não ser tudo”, este “só deixa de ser importante a partir de um determinado nível”, sendo necessário “um desígnio nacional de para subir os salários”.
Já para Henrique, a estratégia para enfrentar este desafio passa por quatro pilares. Primeiro, assentar o ambiente de trabalho numa lógica de informalismo com profissionalismo, dado as novas gerações serem “bastante menos formais”: “Acho que criar um personal branding, quer para as marcas, quer para os líderes, funciona muito bem hoje”, defende.
Num segundo ponto, o profissional é da opinião que não se devem fechar as portas à imigração, tomando como base a sua própria experiência profissional em vários países. No entanto, acautela que é necessário “incluir as pessoas” no processo.
Refere ainda que é preciso fazer “uma campanha de rebranding do setor hoteleiro” para atrair profissionais, além de abraçar o digital.
“Lembro-me que onde trabalhei há dois trabalhos atrás dizíamos que não tínhamos resultados porque estávamos a apostar numa plataforma que já tinha passado de moda há cinco anos. Já estava tudo no Host, no LinkedIn e na Turijobs e nós ainda estávamos a anunciar numa plataforma que funcionou há cinco anos. Temos de ser muito mais dinâmicos. A partir do momento em que o CV entra temos de ser muito rápidos”, defende.
Numa sessão onde se falou da “sede” das novas gerações em não só encontrar o seu propósito, mas também viajar e conhecer novas realidades, Carina Oliveira exemplifica que, na Insignare, 10% dos alunos fazem projetos de Erasmus. No entanto, a instituição passou a dinamizar esses programas no segundo ano em detrimento do terceiro ano do curso, já que os alunos recebiam propostas no estrangeiro e não regressavam a Portugal.
“É importante voltar, mas também é importante que [os profissionais] tenham condições [quando regressam a Portugal]”, defende a diretora executiva da Insignare, exemplificando que muitas vezes os alunos competem diretamente com alguém que não tem formação.