Opinião | Glamping: Uma nova oportunidade

Por a 11 de Agosto de 2020 as 9:32

Por Lars Schäfer, Managing Partner Glamping Advisors 
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O glamping tem se destacado bastante nos últimos anos, passando de um mercado de nicho a um mercado decididamente mais popular. Esta evolução é motivada por vários fatores do lado do consumidor, abrindo assim uma serie de novas oportunidades para o setor do turismo. Embora alguns países como o Reino Unido e os EUA tenham rapidamente adotado esta tendência, Portugal ainda apresenta inúmeras oportunidades para os operadores entrarem no mercado glamping.

Glamping, o que é?
Em termos mais simples, glamping é uma versão mais glamorosa de acampar, onde as pessoas ficam alojadas em tendas de luxo ou em outras estruturas alternativas, como geo-domos, pods, caravanas e yurts. Tradicionalmente o glamping ocorre em locais semi selvagens ou rurais, mas é visto cada vez mais em resorts, em cima de telhados de hotéis urbanos ou em festivais de música.

Porque deveríamos prestar mais atenção ao glamping?
De acordo com estudos recentes, espera-se que a receita do mercado europeu de glamping cresça a mais de 11% ao ano durante o período 2019 – 2025, com vários fatores a impulsionarem esse crescimento.
O primeiro é o crescente interesse por sustentabilidade. As pessoas procuram maneiras mais sustentáveis de viver em todos os campos das suas vidas, incluindo as suas férias. O glamping frequentemente oferece uma alternativa de baixo impacto em relação ao alojamento tradicional. O segundo é um aumento nas viagens experienciais. Muitos consumidores tendem a deixar de comprar “coisas” e, alternativamente, procuram agora adquirir “experiências”, impulsionando a procura por glamping, uma vez que o alojamento é já uma experiência por si só — o local de alojamento está incorporado na experiência assim como qualquer outro aspeto da viagem. Adicionalmente, houve também um aumento no turismo de aventura, com grande foco nas atividades ao ar livre. O glamping oferece às pessoas a possibilidade de viver essa grande aventura ao ar livre, mantendo um certo padrão de luxo.

O impacto do COVID-19
“COVID-19 is actually increasing the demand for glamping, with one popular glamping platform in the UK reporting the largest single day of online bookings since launch”.
O Covid 19 está, na realidade a provocar o aumentar da procura de glamping; uma plataforma de reservas de glamping no Reino Unido declarou ter batido recentemente o recorde de reservas num só dia desde o seu lançamento. Observa-se pois uma crescente procura por, experiências mais isoladas, com unidades separadas, ao ar livre, em oposição a edifícios de múltiplos quartos com estruturas de lazer concentradas. Além disso, com a próxima recessão, espera-se um novo interesse por “staycations”, com o glamping capaz de oferecer um nível de luxo mais acessível para as pessoas que planeiam este tipo de viagens.

O que isto significa para Portugal?
Do ponto de vista do operador hoteleiro, o glamping pode ser uma opção muito atraente, com preços médios elevados, temporadas prolongadas em comparação ao acampamento tradicional, taxas de ocupação altas e, custos de investimento e de operação mais baixos em comparação com produtos tradicionais. Adicionalmente, integrar glamping em espaços (rurais) existentes tem grandes sinergias com as operações hoteleiras atuais. No entanto, ainda existem relativamente poucos locais em Portugal, mesmo com o turismo rural a crescer 20% em relação ao ano anterior durante os últimos cinco anos. As tendências turísticas descritas acima, juntamente com o óbvio impulso do turismo de natureza, irão traduzir-se num maior número de pessoas a procurar em Portugal, o tipo de acomodação “verde” experiencial, mas com todo o conforto que o glamping oferece.

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