Opinião | “Lifestyle Hotels: Crescimento e performance”
Leia aqui a opinião de Karina Simões, Head of Hotel Advisory na JLL Portugal.
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É já uma tendência identificada o considerável crescimento dos hotéis lifestyle, com desempenho acelerado, que supera os hotéis não lifestyle em dois parâmetros-chave: aumento dos preços-médios por quarto/noite (ADR) e preço mais alto por unidade no momento da venda.
Na última década, nos Estados Unidos e no Reino Unido, os preços-médios diários (ADR) dos hotéis lifestyle, cujas marcas fazem parte integrante de grupos hoteleiros, alcançaram um prémio de 33,60 dólares em relação aos hotéis não lifestyle, o que sustenta uma receita por quarto disponível (RevPAR) que fica em média 125% acima do RevPAR de todos os outros hotéis de marca. Isso indica uma procura robusta por hotéis lifestyle, que gerarão retornos superiores sobre o investimento e margens de lucro mais fortes.
Diversas fontes de receita, especialmente dos serviços de alimentação e bebidas, levam a receitas totais mais altas, acelerando desta forma o crescimento anual. Na última década, a taxa de crescimento anual composta (CAGR) do RevPAR para hotéis lifestyle superou em 30 pontos-base a CAGR verificada na generalidade dos hotéis de marca, com tendência para um continuado crescimento. Nos últimos cinco anos, a CAGR na receita por quarto disponível para hotéis lifestyle ultrapassou a de todos os outros hotéis integrados em cadeias hoteleiras, em cerca de 50 pontos-base.
Estes KPI’s favoráveis em termos operacionais têm feito com que os hotéis lifestyle se estejam a valorizar mais rapidamente do que os hotéis não lifestyle. O preço médio por unidade (por quarto) dos hotéis lifestyle registou um crescimento anual composto (CAGR) de 3,2% nos últimos dez anos a nível global, com um prémio de 120 pontos-base em relação aos hotéis não lifestyle no mesmo segmento. Devido a esse prémio, espera-se que os hotéis lifestyle continuem a demonstrar um forte apelo para investidores, com um crescimento significativo esperado em localizações urbanas e resorts populares, além de mercados emergentes, como China, Índia e Médio Oriente.
O grupo Accor-Ennismore, que possui no seu portfolio propriedades lifestyle, lidera o segmento na zona EMEA (Europa, Médio Oriente e África). No entanto, existem também grupos privados ou familiares em países como França, Itália, Espanha e Alemanha que tiveram a capacidade de desenvolver marcas lifestyle de sucesso, ainda que com menor expressão.
Outra das vantagens deste tipo de hotéis é o facto de não dependerem de standards muito padronizados. Assim, são adequados para edifícios já existentes, nomeadamente edifícios históricos. Oferecem a oportunidade de incorporar a história local na sua identidade, aumentando a autenticidade da experiência. Dado a tendência crescente de reutilizar imóveis subutilizados na criação de espaços mistos e regenerativos, há bastante espaço para o setor de hotéis lifestyle expandir por meio da conversão de ativos como centros comerciais e prédios de escritórios.
Karina Simões
Head of Hotel Advisory na JLL Portugal
*Artigo de opinião originalmente publicado na edição 216 da Publituris Hotelaria