Hoteleiros portugueses lamentam aprovação da taxa turística nos Açores
A Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) lamenta a aprovação da taxa turística nos Açores, reforçando que a decisão penaliza a hotelaria e não acrescenta valor ao destino.
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A Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) lamenta a aprovação da taxa turística nos Açores, reforçando que a decisão penaliza a hotelaria e não acrescenta valor ao destino.
Em comunicado enviado à imprensa, a associação defende ser “contra a criação de taxas que agravem o preço pago pelos turistas nas suas deslocações a Portugal, seja no Continente ou nas Regiões Autónomas, e que não tragam benefício para o próprio turista e para o destino” – aliás, uma posição pública “de há muito e desde sempre assumida nesta matéria”.
Quando o projeto se encontrava em auscultação prévia, a AHP “já se tinha pronunciado contra” o mesmo. Agora, vinca ainda mais a sua posição, argumentando com “o total desfasamento da realidade que se viveu nos últimos dois anos e com a necessidade de recuperação do destino Açores e das empresas hoteleiras”. A associação refere ainda em comunicado que a medida é “redundante perante os supostos fins de proteção ambiental que alegadamente visa, já assegurados por outras vias”.
“Esta iniciativa é totalmente inoportuna. Acabámos de sair de uma pandemia, onde a Região Autónoma dos Açores (RAA) foi severamente afetada, as quebras na hotelaria foram enormes, pelo que aplicar uma taxa num momento como este é um erro. Assistimos, agora, à retoma da atividade turística com grandes incógnitas sobre o comportamento da aviação e grande concorrência entre destinos, pelo que esta decisão vai fragilizar, e muito, a RAA”, declara Bernardo Trindade, presidente da AHP.
Para além disso, a AHP critica o facto de a medida ter sido “centralizada”, defendendo que a decisão deveria “caber a cada município, sobretudo pelas assimetrias existentes e realidade própria de cada um”. Em suma, para a AHP, “aplicar uma taxa uniforme a toda a Região não faz sentido”.
A associação defende que esta deverá continuar a ser competência das autarquias, declarando em comunicado que “acompanha totalmente as críticas feitas abertamente quer pelo presidente do Governo dos Açores, quer pela Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores, seja quanto à oportunidade da iniciativa, quanto ao momento e quanto à forma como este tributo foi aprovado”.
Bernardo Trindade remete ainda para a questão do aumento global de preços e para os efeitos acrescidos que representa para o turismo.
“Para lá da pandemia, o aumento de preços é já uma realidade, muito por causa da guerra na Ucrânia, o que nos deixa ainda apreensivos, pois pode refletir-se num futuro próximo em menor poder de compra dos nossos principais destinos emissores. A AHP espera sinceramente, como já houve oportunidade de dizer, em concertação com todas as associações empresariais e profissionais dos Açores, que esta decisão venha a ser revogada, a bem do desenvolvimento turístico sustentável da Região”, termina o presidente da AHP.