AHRESP diz que empresas estão à beira da “tempestade perfeita” e exige plano de ação ao Governo

Por a 21 de Fevereiro de 2022 as 16:27

A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) considera que as empresas da hotelaria e restauração estão à beira da “tempestade perfeita”, com os sucessivos aumentos da energia, combustíveis, que têm feito disparar a inflação e já ameaçam a subida dos juros, e pede ao Governo que trace um “plano de ação” para apoiar as empresas deste setor.

“O aumento galopante dos preços dos combustíveis e da energia, o aumento dos custos das matérias-primas, sobretudo alimentares, e o possível incremento das taxas de juro são os ingredientes que vão dar origem a uma tempestade devastadora com consequências imprevisíveis para as empresas da restauração, similares e do alojamento turístico”, começa por destacar a AHRESP, indicando que estes aumentos já estão “a ter um forte impacto nos custos de produção e de distribuição, com reflexos no aumento dos custos das matérias-primas”.

De acordo com a associação, estas empresas estão já a viver num “contexto económico desfavorável”, em que a inflação vem a aumentar “sucessivamente desde julho de 2021”, tendo-se mesmo registado, em janeiro de 2022, a “maior taxa de variação no Índice de Preços ao Consumidor (3,3% a nível global e 3,7% na classe dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas)”, naquela que é a taxa “mais elevada desde fevereiro de 2012”.

A este cenário, denuncia a AHRESP, é possível que se venha a juntar ainda a subida dos juros, o que, considera a associação, “a ocorrer no curto prazo, terá um impacto arrasador” nas empresas de hotelaria e restauração, “que não terão qualquer capacidade de cumprir” com as suas obrigações.

“Todos estes “ingredientes explosivos” podem conduzir as empresas e a economia nacional para uma “tempestade perfeita”, colocando em causa a viabilidade dos negócios e o emprego”, defende a AHRESP, considerando que “após dois anos de crise pandémica e restrições ao funcionamento, é prioritário o reforço da competitividade das empresas da restauração, similares e do alojamento turístico, com especial destaque para o fortalecimento dos capitais próprios, das tesourarias e da confiança dos consumidores”.

“No momento em que poderá iniciar-se mais um período de época alta, é urgente que as nossas atividades económicas tenham condições para contribuir para o aumento riqueza nacional e do emprego, o que só pode acontecer se não houver destruição do tecido empresarial português”, acrescenta a associação, que considera “fundamental que o Governo tenha um olhar especialmente atento a esta conjuntura económica muito preocupante, e que crie um plano de ação que permita apoiar as empresas nesta fase crítica de saída de uma pandemia”.

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