Imobiliário: Foram transacionados 3 milhões de euros em hotéis em 2021

Por a 17 de Janeiro de 2022 as 11:07

No ano passado foram transacionados cerca de 3 milhões de euros em ativos hoteleiros no país, o que representa uma fatia de 15% do investimento total realizado em imobiliário de rendimento, 2,200 milhões de euros. Os dados foram avançados  pela consultora CBRE que participou em mais de 50% do volume de transações (num total global de 80) e em seis dos dez maiores negócios em Portugal.

Em termos de alocação do capital por setores, 40% foi canalizado para ativos de escritórios, 22% para imóveis residenciais de arrendamento, incluindo residências de estudantes, e 15% para hotéis. Destaque para os ativos de saúde que representaram 12% do volume de investimento, um peso recorde em Portugal.

“Apesar da pandemia e das diversas restrições e incertezas associadas, a dinâmica verificada no último ano é muito positiva. O volume de investimento foi menor do que no ano anterior, mas ainda assim o quinto melhor de sempre. Paralelamente, não só foram transacionados diversos portefólios de elevado valor, como também se registou um número significativo de transações (mais de 80), um indicador apenas superado nos anos de 2018 e 2019”, explica a consultora em comunicado.

O mercado de investimento revelou-se bastante ativo no segundo semestre do ano, depois de nos primeiros seis meses terem sido investidos pouco mais de 500 milhões de euros, devido a um novo confinamento com repercussões nas visitas aos imóveis e nas viagens e consequentemente no fecho de negócios.

Outro fator destacado pela CBRE, e revelador de que se mantém a atratividade do País como destino de investimento, é a entrada de diversos novos players internacionais, inclusivamente em transações de elevado valor. Seis das dez maiores transações verificadas em 2021 envolveram a estreia em Portugal de investidores internacionais, nomeadamente os franceses Tikehau e Icade Santé, os norte-americanos da Jamestown, da Tishman Speyer e da Sixth Street, e os espanhóis da Azora. No total, dez investidores investiram pela primeira vez no País.

À semelhança de 2020, os investidores domésticos foram responsáveis por 25% do capital investido em imobiliário de rendimento em Portugal, enquanto Estados Unidos e França foram os principais mercados de origem internacional.

“Vamos observar um peso cada vez maior de investimento em ativos com uma elevada componente de operação, tais como unidades de saúde, residências para seniores e residências de estudantes, além dos hotéis. Por outro lado, prevê-se igualmente um aumento no volume de transações de imóveis de logística, pois a escassez deste tipo de imóvel, disponível para venda, vai refletir-se num acréscimo de negócios de forward funding e forward purchase, ou seja, antes da conclusão da obra dos edifícios. Os escritórios, apesar das dúvidas relativas ao modelo futuro do trabalho, continuarão a ser uma classe de ativos com muita liquidez e interesse por parte dos investidores”, refre Nuno Nunes, Diretor da área de Investimento da CBRE Portugal.

O setor de retalho, que em anos anteriores ocupou sempre a primeira ou segunda posição (intercalado com o setor de escritórios) no ranking de volume de investimento por classe de ativos, registou uma quebra no montante investido em 2021. Ainda que tenha perdido esta relevância devido ao reduzido número de transações de centros comercias, verificou-se uma elevada procura para lojas de rua e unidades de retalho alimentar. Apesar de dominar as preferências dos investidores, também o setor logístico registou um reduzido volume de investimento devido à escassez de produto disponível para venda, uma situação que se deverá alterar em 2022.


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