Novembro: mercado interno empurra recuperação

Por a 14 de Janeiro de 2022 as 17:00

Em novembro, o setor do alojamento turístico contabilizou 1,5 milhões de hóspedes e 3,6 milhões de dormidas, valores que representam aumentos de 265,5% e 287,7% face a igual mês de 2020, mas que continuam a traduzir perdas de 17,0% e 12,4%, respetivamente, em comparação com o período pré-pandemia, num resultado que, no entanto, mostra alguma recuperação, com destaque para a Madeira, assim como para o mercado nacional, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Os dados confirmados esta sexta-feira pelo INE mostram que, em novembro, o mercado interno contribuiu com 1,3 milhões de dormidas, enquanto os mercados externos totalizaram 2,3 milhões, o que, apesar de traduzir decréscimos em ambos, mostra um melhor desempenho do mercado interno, uma vez que as dormidas dos residentes caíram 3,4% e as dos mercados externos desceram 16,6%.

Ainda assim, os mercados externos predominaram e, segundo o INE, apresentaram um peso de 64,5%, totalizando totalizaram 2,3 milhões de dormidas, num aumento de 486,0%face a igual mês de 2020, enquanto as dormidas dos residentes foram 1,3 milhões, num crescimento de 140,1% face ao ano passado.

Já no acumulado de janeiro a novembro de 2021, as unidades de alojamento turístico registaram 14,9 milhões de hóspedes e 39,9 milhões de dormidas, valores que correspondem a crescimentos de 33,0% e 36,9%, respetivamente, face a igual período de 2020.

Entre os residentes, o crescimento foi de 36,0%, enquanto o descimento das dormidas dos não residentes foi de 45,3%, ainda que, em comparação com o período pré-pandemia, se registe uma diminuição de 47,7% nas dormidas, mais uma vez com uma melhor desempenho dos residentes, onde este indicador caiu 10,8% nos residentes, enquanto nos não residentes desceu 63,3%.

O INE realça ainda que, entre janeiro e novembro de 2021, as dormidas de residentes representaram 50,7% do total, “significativamente acima da quota verificada em 2019 (29,8% do total)”.

Já nos que diz respeito a proveitos, o valor chegou aos 211,6 milhões de euros no total e 153,4 milhões de euros relativamente a aposento em novembro, o que indica descidas de 8,0% nos totais e 7,5% por aposento.

O rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se em 30,4 euros em novembro, enquanto o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu os 75,2 euros, valores que comparam com o RevPAR de 32,1 euros e ADR de 70,5 euros registados em igual mês de 2019.

No acumulado de janeiro a novembro de 2021, verificaram-se ainda aumentos de 56,4% nos proveitos totais e de 58,0% nos relativos a aposento, ainda que em comparação com o mesmo período de 2019 se tenham registado variações de -46,8% em ambos.

“Em novembro, 33,8% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes (25,3% em outubro)”, acrescenta o INE.

Por regiões, o destaque vai para a Madeira, que apresentou um crescimento (+0,8%) no número de dormidas, principalmente devido à contribuição do mercado nacional, onde as dormidas subiram 23,7%, enquanto nos não residentes houve uma descida de 2,0%.

Além da Madeira, o INE diz que, “em novembro, registaram-se aumentos das dormidas em todas as regiões”, revelando, no entanto, que a “AM Lisboa concentrou 31,4% das dormidas em novembro, seguindo-se o Algarve (18,5%), o Norte (17,6%) e a RA Madeira (14,4%)”.

Já no acumulado dos primeiros 11 meses de 2021, o INE indica que “todas as regiões apresentaram acréscimos no número de dormidas, com realce para as evoluções apresentadas pela RA Açores (+117,1%) e RA Madeira (+73,3%)”, tendo os acréscimos sido “generalizados às dormidas de residentes, com destaque para a RA Madeira (+110,4%) e RA Açores (+99,3%), e também às de não residentes (com o maior aumento na RA Açores: +157,8%)”.

Lisboa, por sua vez, concentrou cerca de um quarto das dormidas de novembro, contabilizando 862,4 mil dormidas, que representaram 24,2% do total, valores que aumentam para 4,6 milhões de dormidas (13,2% do total) no acumulado até novembro, o que se traduz  “num crescimento de 37,3%”, ainda que, face ao período pré-pandemia, se mantenham as descidas.

“Neste período, as dormidas de residentes aumentaram 43,0% e as de não residentes (74,5% do total) cresceram 35,5%. Comparando com o mesmo período de 2019, as dormidas em Lisboa registaram uma diminuição de 64,9% (-42,4% nos residentes e -69,0% nos não residentes)”, aponta o INE.

Já a taxa líquida de ocupação-cama nos estabelecimentos de alojamento turístico  situou-se nos 31,9%, num aumento de 21,3 p.p. face a outubro, mas abaixo dos 35,2% registados em 2019, enquanto a taxa líquida de ocupação-quarto foi de 40,4%, num aumento 25,7 p.p.
face ao mês anterior, mas também abaixo de novembro de 2019, quando este indicador tinha sido de 45,6%.

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