AHP diz que hotelaria está descapitalizada e que apoios são “imprescindíveis”

Por a 5 de Janeiro de 2022 as 7:20
Raul Martins, presidente AHP

Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) alertou esta terça-feira, 4, para a urgência em  serem disponibilizados apoios públicos  ao setor que diz estar “completamente descapitalizado” e  com uma “tesouraria esgotada”. Na opinião da associção estes apoios “são imprescindíveis” para ultrapassar “as consequências económicas da 5ª vaga e preparam a retoma futura”.

Em comunicado, o presidente da associação aponta o dedo ao governo acusando-o de ter tomado medidas “erráticas” no final do ano que comprometeram a operação dos hotéis.

“Depois de um verão que deu sinais de retoma e dos hotéis se prepararem para o arranque, este volte-face na pandemia e as medidas restritivas anunciadas-  aliás, confusas, erráticas e de última hora – , significaram um terrível abanão nas nossas empresas. Muitos hotéis que tinham aberto para o verão e que ainda tiveram um mês de outubro razoável, quando comparado com 2020, note-se, fizeram o esforço de preparar a operação para o Natal e Passagem de Ano, entraram em despesas importantes e reativaram canais de venda e distribuição. O que se seguiu é o que sabemos:  se alguns hotéis nalgumas regiões ainda conseguiram resultados positivos, o grosso da nossa hotelaria está completamente descapitalizada, com uma tesouraria esgotada e sem possibilidades de sobreviver aos tempos que se adivinham. E mais: o primeiro trimestre de 2022 vai ser muito pior do que tínhamos previsto”, alerta Raul Martins.

O presidente questiona ainda o paradeiro da linha de apoio ao Turismo anunciada dotada de 150 milhões de euros e que, segundo o governo, deveria estar disponível no final de novembro. ” Depois dos anúncios feitos e do Banco de Fomento fazer publicidade à linha de apoio ao turismo de 150 milhões de euros, por via da qual se pretende apoiar a retoma sustentável do Turismo, nomeadamente através ​do reforço de fundo de maneio das empresas viáveis, note-se, e da dinamização dos investimentos relevantes para o setor, nada aconteceu! Na prática, onde estão os protocolos bancários? Que bancos aderiram? Quando é que de facto os empresários se podem dirigir ao seu Banco?”, pergunta.

” A incertitude é grande e os momentos que atravessamos exigem disponibilidade e concretização dos apoios públicos o quanto antes. Só assim estaremos de pé para a retoma, que esperamos  e desejamos possa acontecer no 2º semestre de 2022″, conclui.

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