Especial 2022 | 2022, o ano de todas as esperanças

Por a 30 de Dezembro de 2021 as 11:00

Quase dois anos depois das inesperadas limitações à movimentação turística – que ficarão para a história como os piores anos de sempre do nosso setor – a procura chegou com força, com o avanço da vacinação e a chegada do verão, tendo alguns destinos, um desempenho melhor no segundo semestre, do que no período homólogo de 2019.
A realidade, porém, mostrou-nos que estamos numa nova Era. Uma Era, determinada por novos ciclos, influenciados por variáveis, neglicenciadas até agora, como as pandemias e as medidas sanitárias, que não considerávamos plausíveis nos nossos modelos de negócio, nem nos riscos associados. Realidade, que a qualquer momento nos pode impor o regresso às máscaras e aos confinamentos.

Os desafios que o nosso turismo enfrenta – que destacamos e gostaríamos de ver ultrapassados – são muito específicos, devendo destacar os seguintes:

a) Diminuta capacidade de investimento do setor turístico, a curto e médio prazo, enfraquecido pelas avultadas perdas operacionais recentes e consequente aumento do endividamento;

b) Falta de mão de obra generalizada, resultante do desajustamento do mercado de trabalho, com impacto na retoma do setor, refletindo-se nos níveis do serviço prestado e no aumento dos custos de exploração;
c) Acentuado aumento dos custos energéticos, resultante do processo de descarbonização, em curso em toda a Europa, com impacto muito significativo na rentabilidade do nosso setor;

d) As acessibilidades, que no caso português são críticas para o crescimento do setor, nomeadamente as acessibilidades aéreas e a gestão dos slots existentes nos aeroportos nacionais. Neste contexto, assume particular importancia a decisão sobre a construção do Aeroporto de Lisboa e a clarificação do futuro da nossa companhia aérea nacional – TAP. A meta anunciada pelo governo de 27 mil milhões de euros de receitas turísticas em 2027, somente será atingível com a resolução destas situações.

e) Manutenção dos centros de decisão do setor turístico em Portugal de forma a conseguirmos a longo prazo, garantir maior criação de valor, potenciando o nosso turismo e a escala das empresas nacionais.
Acreditamos, que o ano de 2022, seja o ano da recuperação a todos os níveis, o ano da retoma e do aumento dos rendimentos, recuperando mais de 3/4 dos turistas perdidos e 80% do Valor Acrescentado Turístico.

Vamos ter um novo ano e também um novo governo. Que esperamos venha a ter uma vertente forte nos setores económicos. E, nele colocamos todas as nossas esperanças na melhoria da nossa economia e da nossa saúde pública.

Manuel Proença, presidente da Hoti Hotéis

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