Especial 2022 | Os Desafios para 2022

Por a 28 de Dezembro de 2021 as 9:50

2022 aproxima-se. Embebido no espírito natalício, compartilho convosco os desejos/ansiedades/desafios da ADHP, para o novo ano.

Nesta altura, em que alguma comunicação social apoiada nos comentadores (que tudo sabem e que pouco acertam) e com o beneplácito de alguns políticos, voltamos a ter na ordem do dia a possibilidade de haver restrições ao número de clientes nos restaurantes e nos eventos (congressos, reuniões).

Também o teletrabalho, vai fazendo algum caminho. O meu primeiro desejo para 2022, é que se possa de uma vez por todas acertar na forma como se comunica o assunto da pandemia. Sabemos que o vírus é ainda pouco conhecido e que às vezes tem comportamentos inesperados, que a possibilidade de ajustes às medidas de proteção, podem ter que ser feitas.

Num setor com o nosso, temos a consciência da importância de ter um País com a imagem de um destino seguro, mas é fundamental, não confundir as pessoas, com medidas e noticias que são lançadas sem que tenham sido previamente estudadas.

O meu segundo desejo, passa por termos a partir do fim de janeiro, independentemente da cor partidária, um governo forte. O próximo ano trará vários desafios a nível económico, com é exemplo, o Programa de Recuperação e Resiliência, bem como a estruturação das candidaturas aos Apoios do Portugal 20/30. À medida que vamos retomando a atividade, precisamos de continuar a contar, com medidas de apoio às empresas, de forma a se recapitalizarem e fazer face a um mercado cada vez mais competitivo e profissional.

A força e coragem que gostávamos de ver num novo governo, seria a necessária, para continuar a ser um parceiro dos agentes económicos, na procura de condições para as empresas continuarem, crescer e os funcionários, melhorarem as suas condições de trabalho, em vez de assistirmos a cedências impostas que põe em causa a nossa competitividade.

Um desses exemplos, é o meu terceiro desejo. Que seja revista a agenda para o trabalho digno, que pode trazer um retrocesso no Código de Trabalho, sem beneficiar praticamente nenhuma das partes envolvidas.

O quarto desejo, é que se possa criar um grupo de trabalho, juntando o Turismo de Portugal, as Associações Empresariais, Associações Profissionais, as Escolas Superiores e as Escolas do Turismo de Portugal. Grupo de trabalho este, que deveria ficar sob a orientação da Secretaria de Estado do Turismo e da Confederação do Turismo.

O objetivo deste grupo, seria percebermos a razão que leva os jovens recém-formados a abandonarem a área passado pouco tempo depois de começarem a trabalhar. Atualmente, como é do conhecimento geral, vivemos uma situação de falta de mão de obra, apesar de o número de pessoas a terem formação, nesta área, ser cada vez maior. A falta de dimensão das empresas, que impacta diretamente com as expectativas dos jovens para o seu futuro, juntando a dureza dos horários, os baixos ordenados que se pagam, a falta de dignificação que as profissões ligadas à nossa área têm, são alguns dos fatores que podem explicar o fenómeno.

Infelizmente, sinto-me no direito de dizer acerca deste assunto, que o que estamos a viver, nós ADHP, avisamos que ia acontecer, de qualquer forma esta situação não nos deixa descansados, preferíamos não ter tido razão, mas continuamos disponíveis, para ajudar a encontrar a solução que satisfaça o setor.

Termino, transmitindo a minha confiança que em 2022, possamos voltar a uma normalidade e que o nosso setor volte a demonstrar, porque é que enquanto o País está no trigésimo lugar no rating da competitividade, a nossa área, está em décimo.

A todos umas Boas Festas.

Raúl Ribeiro Ferreira, Presidente da ADHP

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