80% dos trabalhadores de turismo do Algarve recebe o salário mínimo, denuncia sindicato

Por a 18 de Agosto de 2021 as 10:48

O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Algarve  vai realizar, esta quinta-feira, 19 de agosto, uma ação de denúncia pública em Faro, na Av. da República, entre o Hotel EVA e o Hotel Faro.

Em causa estão as condições salariais dos trabalhadores do setor do turismo algarvio. A estrutura sindical afirma que 80% da mão-de-obra do turismo recebe, atualmente, o salário mínimo nacional e acusa as associações patronais de se oporem a uma revisão salarial.

“Há vários anos que as associações patronais do sector do turismo da região do Algarve vêm recusando a melhoria dos salários e das condições de trabalho. Desde 2007 a AIHSA – Associação dos Industriais da Hotelaria e Similares do Algarve aceitou rever o Contrato Colectivo de Trabalho do sector somente três vezes, nos anos 2009, 2017 e 2018, isto é, em treze anos os salários ficaram congelados dez anos”, refere em comunicado.

“Em 2019 foi enviada à AHETA – Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve uma proposta para um novo Contrato Colectivo de Trabalho com o objectivo de melhorar as condições de trabalho e de vida de milhares de trabalhadores a prestar trabalho nas empresas associadas nesta associação patronal, mas até ao momento a mesma continua a recusar a assinatura de um acordo que melhore os salários e mantenha os direitos”, acrescenta a estrutura sindical.

O sindicato que representa os trabalhadores deste setor do Algarve alerta que, a par dos baixos salários também as condições laborais se têm vindo a degradar.

Devido ao bloqueio permanente que o patronato tem vindo a fazer à negociação coletiva cerca de 80% dos trabalhadores deste sector recebem actualmente o Salário Mínimo Nacional, sendo que as condições de trabalho também se degradaram enormemente, nomeadamente, com a imposição de longas jornadas de trabalho e horários cada vez mais desregulados, ao mesmo tempo que os direitos dos trabalhadores em vigor não são respeitados na grande maioria das empresas”, conclui.

 

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