Luís Castanheira Lopes: “Todas as semanas as regras estão a ser mudadas. Perdemos muitos clientes com isso”

Por a 13 de Julho de 2021 as 8:28
Luís Castanheira Lopes, presidente executivo das Pousadas de Portugal Foto: Frame it

O presidente executivo das Pousadas de Portugal critica a falta de previsibilidade das mais recentes medidas restritivas anunciadas pelo governo, no âmbito da pandemia da COVID-19. “O nosso maior desafio é enquadrarmo-nos nas medidas que têm vindo a ser tomadas. A gestão de uma empresa, e de uma Pousada em concreto, tem de ser feita com previsibilidade e com estabilidade. É evidente que, se estamos numa crise sanitária, têm de ser tomadas medidas restritivas e condicionadoras. Ninguém está contra isso. O que gostávamos era que as medidas fossem mais estáveis de maneira a dar uma previsibilidade à nossa gestão. O que não tem vindo a acontecer. Todas as semanas as regras são mudadas quer para nós, quer para os clientes”, explica Luís Castanheira Lopes à Publituris Hotelaria.

O responsável assume que a operação da rede Pousadas tem sido afetada com as decisões anunciadas, nomeadamente com a  proibição de entrar e sair da Área Metropolitana de Lisboa (AML) aos fim de semana, medida que deixou de vigorar no passado dia 9. “Tínhamos pessoas que estavam para sair de casa  e afinal havia uma cerca sanitária e já não puderam vir. Perdemos muitos clientes com isso. Agora a cerca já não existe, há outros condicionamentos de acesso. Há pessoas que se calhar já saíram de casa – temos muitos  clientes que passam sete dias em diferentes Pousadas – e estão a ser apanhados no meio do circuito com regras novas”, aponta.

A exigência da apresentação de um certificado digital ou teste negativo por parte dos clientes para acederem a alojamentos turísticos é o novo desafio que levanta dúvidas ao CEO da marca que integra o portefólio Pestana. Luís Castanheira Lopes relembra que sempre que as exigências são mudadas é preciso formar e preparar equipas o que se torna num constrangimento com o staff reduzido.  “Está a ser pedido demais aos rececionistas que vão fazer o controlo destas situações. Não sei se os hotéis estão preparados para isto. E se é possível o rececionista ter acesso aos dados das outras pessoas. Tenho algumas dúvidas jurídicas sobre a matéria. Mas cá estamos para cumprir e não nos vamos furtar ao cumprimento destas regras”, atesta.

“Não somos contra as medidas, mas devem ser ter tomadas oportunamente e atempadamente e não de reação.   Queríamos que as medidas fossem mais duradouras para que não houvesse esta alteração constante a que nos tenhamos de estar sempre a adaptar. Não temos numa unidade 20 ou 30 pessoas ao dispor, temos de passar as mensagens às equipas e na hora tem de se fazer formação. Quem, no final do dia, vai acolher o cliente é uma pessoa à qual temos de dar formação. Estas medidas tomadas em cima da hora são prejudiciais”, conclui.

*Leia a entrevista completa a Luís Castanheira Lopes na próxima edição da revista Publituris Hotelaria.

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