“Acabam-se os constrangimentos da assistência, do tempo e dos oradores. O evento pode ser o que quiser”

Por a 22 de Junho de 2021 as 8:46

 Vincent Poulingue, diretor-geral do  Crowne Plaza Porto fala sobre a nova oferta de eventos 360º na unidade e explica a estratégia em cima da mesa para o futuro. O responsável está otimista na recuperação do segmento MICE e a aposta vai recair, nos meses vindouros, em “showrooms de diferentes indústrias, algumas conferências e outro tipo de reuniões de negócio”.


Qual é a oferta atual para eventos no  
Crowne Plaza Porto?
Já não temos uma resposta fechada a essa pergunta. Os nossos eventos são desenhados à medida de cada cliente, dos seus objetivos, do público que quer impactar.A nossa grande aposta atual está nos eventos 360º – sejam eles físicos, 100% digital ou híbridos. Comecemos pelos serviços: a equipa do Crowne Plaza Porto é um braço direito no planeamento, alinhamento e orçamento do evento para cada cliente. Assente numa rede de parceiros, somos capazes de colaborar com criação e produção de conteúdos, audiovisuais, livestreaming, decoração e catering, entre outros. Falando das nossas instalações, dispomos de 1000 m2 de espaços dedicados a eventos MICE, mais precisamente 11 salas de reuniões, totalmente equipadas e versáteis a diferentes tipos de plateias (agora também em casa).

Os eventos 360º foram uma consequência da pandemia?
Claramente que a pandemia foi o grande acelerador deste setor e de tantos outros. O mundo parou. Os eventos pararam. Mas o Crowne Plaza Porto tentou renovar-se na implementação de soluções híbridas para eventos. Na realidade, este é um passo lógico no que toca à indústria de eventos. Falamos da importância dos recursos digitais para encurtar distâncias e contribuir para o enriquecimento das experiências e do conhecimento humano. Trazer esta elasticidade para os eventos é uma mais valia extraordinária. Acabam-se os constrangimentos da assistência, do tempo e dos oradores. O evento pode ser o que quiser e desdobrar-se de muitas formas – com oradores ou participantes internacionais que não perdem tempo em viagem, com novas formas de apresentação de conteúdo, métodos mais simples de inscrição e assistência, entre outras vantagens.


Quais têm sido os maiores desafios relativamente ao segmento MICE na vossa operação?
A tendência geral que denotamos também noutras áreas de exploração do Crowne Plaza Porto é que as decisões atualmente são tomadas “ao minuto”. Isto é, face à incerteza de novas medidas de prevenção ao vírus e de mobilidade, há uma retração na hora de firmar planos. Por esse motivo, os eventos híbridos têm um plano b sempre por perto, para o caso de terem que ser convertidos rapidamente em eventos 100% digitais.

Aliás, um estudo realizado pela Bizzabo diz que 93% dos responsáveis de marketing planeiam investir em eventos digitais ou híbridos este ano e 68% acreditam no seu papel decisivo nas estratégias de negócio em 2021. Adicionalmente, 80% dos participantes em eventos digitais assumem que as experiências superam as expetativas.

 

Os eventos digitais/híbridos acabam por atrair um número substancialmente menor de participantes fisicamente ao hotel, o que acaba por também ter impacto na venda de restantes serviços. Como encaram este aspeto?
Sim, é verdade que essa parte também teve que ser repensada. Já não usamos a mesma lógica e “manuais” de antes. Ainda assim, há serviços que mantemos ativos com a execução de eventos digitais e híbridos, porque contamos com o alojamento das equipas de produção, oradores e alguns participantes. No entanto, isto também pode ser encarado como uma oportunidade. Agora, conseguimos albergar mais eventos em simultâneo do que antigamente e, enquanto isso, podemos trabalhar as reservas no segmento de lazer, sem canibalização de comunicação ou ocupação do hotel. Acaba por nos ser bastante vantajoso conseguir dar resposta simultânea a duas áreas tão importantes.

Quais são as vossas estratégias futuras para o mercado de eventos?
Acreditamos que este é um momento para ouvir e estar perto do cliente na tentativa de auscultar as suas necessidades para que possamos adaptar o evento, cronograma e orçamento às suas necessidades. Percebemos que a recuperação será lenta, mas que a necessidade de agir e de recuperar os pontos de contacto com diferentes stakeholders aguçam a vontade do cliente de voltar para o terreno. Onde há vontade e ambição, há soluções. Temos planeados alguns showrooms de diferentes indústrias, algumas conferências e outro tipo de reuniões de negócio. Lentamente, há sinais de grande otimismo. Outra das estratégias é manter estreitas as relações com os nossos parceiros para que juntos continuemos a par das novas tecnologias e tendências em cada serviço e a trazer para a conversa com os clientes as soluções mais indicadas.

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