A Lisbon Food Affair, uma feira profissional dedicada ao setor alimentar em Portugal, regressa para a sua 3ª edição de 10 a 12 de fevereiro deste ano. Desta vez, o foco vai para a produção nacional, com os municípios expositores presentes na feira a atribuírem um maior destaque a este tipo de produto.
“No ano passado tivemos um feedback muito positivo, principalmente por parte das cooperativas internacionais, relativamente à excelência do produto português. [Por isso], este ano, estivemos junto dos municípios para fazê-los entender que era importante trazer os produtos locais, com aquilo que é a excelência do nosso produto e de todos os produtos endógenos do nosso território”, explica Marina Calheiros, gestora coordenadora do evento.
Para a edição deste ano, a organização espera cerca de 200 expositores, que representarão aproximadamente 500 marcas. Os segmentos de carnes, azeites, vinhos e laticínios serão algumas das áreas expositoras presentes, a par do canal Horeca, com um conjunto de equipamentos em exposição.
Já quanto ao número de visitantes, a expectativa é a de que iguale os valores das edições anteriores, com uma média de 8.000 participantes. Contudo, como ressalva Marina Calheiros, a preocupação da organização passa pela qualidade, ao invés da quantidade.
“A nossa maior preocupação não é tanto a quantidade, é a qualidade. Estamos empenhados em fazer um trabalho diferente este ano, para qualificar melhor os nossos visitantes, de forma a que sejam o comprador certo para o cliente certo”, afirma a gestora coordenadora da Lisbon Food Affair.
Internacionalização
Há dois anos consecutivos que a feira tem como principais pilares a inovação, a sustentabilidade e a internacionalização. Neste último ponto, e no que diz respeito a empresas expositoras, Marina Calheiros assegura que para esta nova edição, 275 dos expositores são internacionais, como é o caso de Espanha, com “participações agrupadas” – onde se insere a Junta da Galiza e a Extremadura –, França, África do Sul, Bulgária, Holanda, Itália, Peru, Japão e Senegal.
Já no concerne aos Hosted Buyers do evento, a organização antecipa que os mercados se assemelhem aos dos últimos anos, com participações de países como Alemanha, Angola, Arábia Saudita, Argentina, Bélgica, Brasil, Canadá, China, Chipe, Colômbia, Espanha, Emirados, Equador, França, a Grécia, o Hong Kong, a Índia, a Irlanda, a Itália, a Lituânia, Marrocos, México, Oman, Países Baixos, Polónia, Reino Unido, Roménia, Turquia, Estados Unidos da América e Uruguai.
Sobre esta vertente, Marina Calheiros recorda que no ano passado o programa de Hosted Buyers da Lisbon Food Affair contou com mais de 500 reuniões business to business (B2B), das quais resultaram oportunidades de negócio que superam os 20 milhões de euros.
O canal HORECA
Com o evento dividido em três grandes áreas – Food and Beverage (F&B), Horeca e Technology – o canal Horeca representa 24% da área de exposição, com o F&B a ocupar 50% desta área e o segmento de Technology 8%.
Além da parte de exposição, e à semelhança dos anos anteriores, a feira contará com programação paralela, com sessões onde serão debatidos “temas que estão na ordem do dia, da indústria alimentar, mas também para a restauração e para a distribuição”, como explica Marina Calheiros.
Temas como a transição digital e a segurança alimentar na cadeia de abastecimento, bem como a “problemática do emprego na restauração”, serão alguns dos temas ligados à restauração debatidos este ano. Da lista de temas consta ainda como usar os dados da inteligência artificial para otimizar operações e como prever padrões de consumo e personalizar ofertas, “ajudando assim a eficiência e a rentabilidade dos restaurantes”, como refere a gestora coordenadora do evento. Também as novas regras que impactam a restauração, indicadas pela União Europeia, serão alvo de debate no evento.
“Tendo em conta a programação, estamos à espera de muito mais visitantes do canal HORECA, porque trabalhamos exatamente em temas que são do seu interesse”, afirma Marina Calheiros.
Quando questionada sobre o futuro da Lisbon Food Affair e a sua aceitação pelo setor, Marina Calheiros acredita que o certame irá consolidar-se até se tornar no principal Marketplace da indústria em Portugal.
“Consideramos que esta feira vai consolidar a pouco e pouco, e acreditamos que será o principal marketplace do setor em Portugal. Tem um caminho a fazer, como todas as feiras quando nascem, mas neste momento já é aquela que tem mais expositores. Esta é a única feira em Portugal que tem estas duas vertentes: a vertente de comprador nacional e de comprador internacional, dos mercados considerados estratégicos pelas empresas. E é assim que se vai posicionar”, termina.