Segmento Sénior pode ser trunfo para a retoma no pós-pandemia

Por a 12 de Abril de 2021 as 11:11

As estratégias para a tão desejada retoma do turismo estão a ser alinhadas pelos vários mercados internacionais que anseiam pelos aviões e hotéis cheios. Ainda sem se saber como será o futuro do turismo no pós-pandemia, há já algumas notas passíveis de tirar. Os destinos de natureza serão maioritariamente os preferenciais, em detrimento das zonas urbanas demasiado movimentadas. O ‘online’ passará a ser o meio prioritário para a reserva de viagens, transportes e alojamento e exigência dos turistas relativamente a regras de higiene e segurança será, claramente, um dos principais pontos-chave.

Com a juventude a ferver no sangue e a ânsia provocada por um ano de confinamento, espera-se que os ‘millennials’ e Geração Z sejam aqueles que vão acorrer, de imediato e em força, à rápida marcação de viagens. Contudo, vários estudos internacionais alertam para o perigo de não se cair no erro de tirar a tónica do público sénior.

À primeira-vista, poder-se-ia pensar que este é um dos segmentos que mais vai demorar a recuperar a confiança em viajar motivado pelo facto de esta faixa etária se enquadrar no grupo de risco face à COVID-19. Mas parece que não é bem assim.

“Uma correlação direta está a começar a verificar-se entre o lançamento bem-sucedido da vacina e o número de reservas confirmadas. A confiança é mais alta nos países onde uma quantidade significativa da população já foi vacinada”, explica uma análise do travelBI, do Turismo de Portugal, realizada com base em vários estudos internacionais.

A operadora internacional de autocarros britânica, National Express, revelou que em 15 dias os número de reservas por parte de pessoas com idade superior aos 65 anos disparou 185%.

“O que a vacina faz é dar certeza e confiança. Isso permite ao cliente e a nós próprios a capacidade de planear com antecedência. Muitas das pessoas com quem conversamos já tomaram a primeira dose da vacina. Eles sabem que em 12 semanas, no máximo, receberão a segunda dose. Isso dá-lhes a certeza de que podem aproveitar e aguardar tranquilamente as férias de 2021”, explica Jit Desai, gestor do produto “holidays and travel” da National Express.
Também a operadora TUI admite cenário idêntico e revela que que 50% das reservas no seu site são atualmente de pessoas com mais de 50 anos.

Na opinião dos analistas, o turista sénior reúne uma série de vantagens que outros segmentos não apresentam: estabilidade financeira e poder de compra e tempo.

“Segundo o inquérito sobre a Recuperação COVID-19 da GlobalData (dezembro de 2020), apenas 26% dos entrevistados da Geração Silenciosa (+ de 70 anos) declararam que estavam “extremamente” ou “bastante” preocupados com a sua situação financeira pessoal, em comparação com 77% dos ‘millennials’. O facto de terem menos preocupações com os gastos, a possibilidade de ficarem durante mais tempo num destino e a menor probabilidade de terem compromissos de trabalho, pode tornar esta faixa etária num segmento de mercado valioso para o pós-pandemia”, explica a análise da travelBi.

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