JJW Hotels: Administração garante que refinanciamento permitirá pagamento de salários em breve

Por a 6 de Abril de 2021 as 10:00
Mohamed Bin Issa Al Jaber, proprietário da JJW Hotels & Resorts. FOTO: DR

O braço de ferro entre os trabalhadores e a administração da JJW Hotels & Resorts dura há mais de um ano. Depois das manifestações  realizadas em fevereiro, em frente ao Hotel Dona Filipa, em Vale do Lobo, os trabalhadores  convocaram  uma greve  de três dias, entre 16 e 18 de abril, em forma de protesto devido aos salários em atraso.

A administração do grupo detido pelo  sheik árabe  Mohamed Bin Issa Al Jaber garante que está a ser concluído um processo de refinanciamento que permitirá pagar os salários  aos mais de 300 trabalhadores em breve. “A empresa não recorreu ao ‘lay off’ e, não o tendo feito, houve uma quebra de faturação e temos atido algumas dificuldades de ‘cash flow’. Os ordenados têm vindo a ser pagos a 100%, muito com o apoio do acionista ou em grande parte com o apoio do acionista”, revela fonte da administração à Publituris Hotelaria que justifica os incumprimentos com a elevada quebra do turismo na região, provocada pela pandemia da COVID-19.

A JJW Hotels assume que por pagar estão ainda parte dos salários e subsídios de dezembro de 2020 bem como todas as remunerações mensais do ano de 2021, entre janeiro e março. O grupo hoteleiro está a ser alvo de um processo de refinanciamento que, atesta, ficará concretizado “a qualquer momento” o que permitirá à empresa proceder à liquidação dos montantes em falta com o staff de forma célere.

O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Algarve explica que a greve foi convocada devido à ausência de resposta da empresa. “A situação de salários em atraso, que já se arrasta há mais de um ano com promessas sucessivas da administração nunca cumpridas, é o que motivou os trabalhadores a tomarem esta decisão”, justifica.

Já a administração da JJW Hotels desvaloriza o protesto e garante que esta greve terá apenas a participação de 20 trabalhadores o que “demonstra que os colaboradores do grupo estão do lado da empresa e compreendem a situação e a atual conjuntura”. A mesma fonte diz que há uma dramatização por parte das estruturas sindicais envolvidas e que as datas escolhidas “não foram coincidência”, referindo-se à realização de eventos como o Grande Prémio de Moto GP, em Portimão, a 18 de abril, bem como à Prova de Qualificação Olímpica Laser, que decorre em Vilamoura entre 17 e 24 de abril.

O grupo hoteleiro acredita que estas são datas importantes para todos os empresários do Algarve e que, por isso mesmo, e depois de um ano sem faturação, importa aproveitar a operação destes dias para arrebitar as contas. Já os trabalhadores do Penina Hotel & Golf Resort colocaram-se à margem da greve convocada.

“De acordo com o plenário, realizado no dia 31 de março, entre o Sindicato,e os trabalhadores do Penina, os mesmos não foram de acordo com a greve agendada para os dias 16,17,e 18 de abril”, lê-se numa nota a que a Publituris Hotelaria teve acesso.

A JJW Hotels adianta ainda que após o processo de refinanciamento o grupo ficará de boa saúde financeira e que não há planos para despedir trabalhadores no futuro. Recorde-se que o grupo detém, atualmente, três unidades hoteleiras no Algarve: o Penina Hotel & Golfe Resort, o Dona Filipa Hotel e o Formosa Park Apartment Hotel  bem como dois campos de golfe na Quinta do Lago.

Um comentário

  1. Observador

    6 de Abril de 2021 at 18:28

    Porque não está mencionado o porque de não acederam ao lay off e que já vão mais de 3 meses de atraso no pagamento de salarios ? Será que deviam dinheiro ao estado antes da pandemia?
    Será que os colaboradores não tem pena dos clientes ou talvez estão a ser presionados a trabalhar com a ameaça da parte da empresa em ficar na insolvência?

Deixe aqui o seu comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *