“Se as medidas sanitárias são absolutamente cruciais não há outra forma a não ser injetar dinheiro nas empresas”

Por a 12 de Março de 2021 as 14:48

No rescaldo do anuncio do plano de desconfinamento, anunciado esta quinta-feira, 11, que define a reabertura da restauração por fases, a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) pediu apoios robustos ao governo, sob pena de as empresas do setor sofrerem “consequências dramáticas”.

“É evidente que os empresários do setor desejariam poder reabrir mais cedo e poder funcionar porque as empresas estão numa situação muito complicada como todos nós sabemos.  Compete-nos alertar o governo para as consequências das medidas de caráter sanitário nas nossas empresas e essas consequências têm sido dramáticas”, começou por alertar a secretária-geral da associação, Ana Jacinto, em comentário à SIC Notícias.

Recusando-se a avaliar a pertinência das medidas anunciadas, do ponto de vista sanitário, a responsável pediu que fossem reforçados os apoios ao setor. “Se não temos condições para outras medidas ao nível do plano de desconfinamento teremos de equilibrar com medidas robustas de apoio económico, que são essenciais”, referiu.

Ana Jacinto disse ainda que é fulcral que estas medidas sejam “claras, objetivas e transparentes” e criticou a demora na liberação dos apoios às empresas. “As medias de apoio chegam tardiamente às empresas. Recordo que as últimas medidas foram anunciadas no dia 10 de dezembro e a maior parte delas ficaram disponibilizadas às empresas dois meses depois, Isto não é suportável, não aguentamos esta demora. Nós não aguentamos, já não temos fundo de maneio nenhum, as empresas estão completamente exauridas”, lamentou.

A secretária-geral da AHRESP pediu ainda um esclarecimento sobre as várias medidas anunciadas relativamente à reabertura dos espaços de restauração e disse ser imperativo ” perceber exatamente como é que vão ser estruturadas todas as limitações”, referindo-se ao número de pessoas que será permitido permanecer nas esplanadas e restaurantes.

“As empresas estão numa situação tão difícil que este ritmo lento e todos os impactos que também provocamos na circulação das pessoas – porque continuamos a ter a proibição de circulação entre concelhos, a questão da Páscoa – tudo isto tem um efeito enorme nas empresas e vai ser muito dificil   aguentarem-se. Só vimos uma solução, Se as medidas sanitárias são absolutamente cruciais não há outra forma a não ser injetar dinheiro nas empresas”, disse.

A responsável criticou também a  proibição da venda de take-away nos restaurantes inseridos nos centros comerciais. “Mesmo que estes tenham uma porta para a rua. Não se entende, não se consegue explicar isto nem aos empresários nem aos consumidores”, acusou.

Ana Jacinto sublinhou ainda os dados do mais recente inquérito realizado pela AHRESP, que indica que 83% das empresas de restauração tiveram, em fevereiro, quebras homólogas de mais de 60% e reforçou o cenário dramático dos bares e discotecas.

“Este encerramento já dura há demasiado tempo. Relembro que temos setores de atividade como os bares e as discotecas que estão encerrados há mais de um ano, sem faturar absolutamente nada e com encargos que caem mensalmente nas empresas”, relembrou.

 

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