Despedimentos: mais de 30% da hotelaria e restauração já cortou nas equipas

Por a 10 de Março de 2021 as 9:58

Tem sido uma das consequências inevitáveis da pandemia. Com as atividade da restauração e da hotelaria praticamente estagnadas há um ano, mais de 30% das empresas, em ambos os setores, já avançou com despedimentos.

A conclusão é de um inquérito promovido pela Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), durante o mês de fevereiro, a 964 empresários. A associação adianta que no alojamento, 30% das empresas já efetuaram despedimentos desde o início da pandemia. Destas, 36% reduziram em mais de 50% os postos de trabalho a seu cargo e 5% assume que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do mês de março.

Na franja da restauração o cenário é idêntico com 38% das empresas a despedir. Destas, 19% reduziram em mais de 50% os postos de trabalho a seu cargo e 11% das empresas assumem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do mês de março.

“Os dados mais recentes do inquérito mensal da AHRESP, relativo ao mês de fevereiro, continuam a indicar fortes quebras de faturação, pondo em risco a sobrevivência dos negócios e a manutenção dos postos de trabalho. Para que tal não aconteça, devem ser rapidamente reforçados os apoios financeiros às tesourarias, bem como a clarificação dos mecanismos de capitalização. (…) É urgente que novos apoios cheguem às empresas, de forma ampla e imediata”, pede a associação.

Quebras na faturação continuam em fevereiro
Restaurantes a operar apenas em take-away e delivery e hotéis vazios. Este continua a ser o quotidiano imposto pelas medidas do Estado de Emergência para fazer face às números da pandemia. Entretanto, as tesourarias das empresas do setor continuam despidas.

O mês de fevereiro não trouxe novidades e perpetuou as quebras que se têm sentido há longos meses. No alojamento, 56% dos inquiridos não registou qualquer ocupação e 27% indicou uma ocupação até 10%. Para o mês de março, 53% das empresas estimam uma taxa de ocupação zero, e 24% das empresas perspetivam uma ocupação máxima de 10%. “Para as empresas inquiridas, a quebra de faturação do mês de fevereiro foi devastadora: 57% das empresas registaram perdas acima dos 90%”, aponta a AHRESP.

A associação alerta ainda para o facto de 16% das empresas quererem avançar para insolvência por não conseguirem suportar todos os normais encargos da sua atividade.

Já na restauração e similares, as quebras de faturação no mês passado situaram-se acima dos 60%. “Como consequência da forte redução de faturação, 18% das empresas não conseguiram efetuar o pagamento dos salários em fevereiro e 14% só o fez parcialmente”, adianta o inquérito.

A AHRESP pede ainda ”com urgência” que sejam conhecido “as condições que serão apresentadas no Plano de Desconfinamento, permitindo às empresas a organização e preparação atempada da retoma das suas atividades, em completa segurança”.

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