30% dos hotéis vão permanecer encerrados este ano

Por a 3 de Março de 2021 as 13:14

De portas fechadas. É assim que 30% dos estabelecimentos hoteleiros deverá permanecer ao longo de todo o ano de 2021. Depois de serem forçados a encerrar, devido aos constrangimentos provocados no âmbito da pandemia, esta fatia da praça hoteleira diz não ter perspetivas de reabrir em 2021, revela a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), no âmbito de um inquérito realizado aos seus mais de 500 associados, “Balanço 2020 & Perspetivas 2021”, realizado entre 04 e 28 de fevereiro, e apresentado esta quarta-feira, dia 3.

Sobre aquelas que serão as perspetivas de reabertura, abril é o mês que marca o início da operação para 35% dos hotéis mas é em junho que a maioria, 65%, admite  voltar a abrir portas.

Nos dois primeiros meses do ano, 64,12% da praça hoteleira nacional manteve-se encerrada, com o Algarve a liderar o ranking nacional com um maior número hotéis fechados: 80%.

“No mês de março percebemos que entre 10% a 15% dos estabelecimentos hoteleiros pretende abrir;  há um salto grande para o mês de abril e, depois, o que vamos verificando é uma subida até ao mês de junho, onde já temos 65% dos estabelecimentos hoteleiros abertos. Mas, e isto é que é muito perturbador, cerca de 30% dos inquiridos não vão reabrir até ao final do ano, ou não têm perspetivas para reabrir ou não sabem se vão reabrir”, analisa a vice-presidente executiva da AHP, Cristina Siza Vieira que destaca a situação “muito preocupante da região de Lisboa” que estima uma abertura, no máximo, de 60% da sua oferta hoteleira.

“Vai ser um ano muito muito tímido em termos de aberturas. Vai ser um ano muito pobre em termos de ofertas de alojamento porque, naturalmente, vai haver muito pouca procura”, lamenta a também CEO da associação que representa os hoteleiros.

Reservas em baixa
Ainda é cedo para apostas e o cenário incerto dos próximos tempos reflete-se nas reservas que os hotéis têm para os meses vindouros. Para os meses de agosto e setembro, apenas 24% e 25% dos inquiridos, respetivamente, têm reservas marcadas.

“As reservas são de uma timidez confrangedora.  Temos aqui um trabalho enorme para perceber o que é que falta para consolidar estas reservas”, refere Cristina Siza Vieira que alerta para o facto de estas reservas serem reembolsáveis, o que provoca uma maior instabilidade sobre o futuro da operação hoteleira.

Dentro do que já é possível apurar, e sem surpresas, é o mercado nacional quem está já a dar um passo em frente na intenção de marcar alojamento, seguindo-se o espanhol e o inglês.

Com surpresa, a AHP refere que o anúncio da vacinação contra a COVID-19 não impactou as reservas dos inquiridos.
“Pensámos o anúncio das vacinas tivesse feito bulir o medidor das reservas mas não foi assim. Não houve impacto relativamente ao anúncio da vacina que já estava descoberta e não houve impacto nas reservas. As pessoas não se entusiasmaram ainda muito, há muitas incógnitas neste futuro”, explica.

Sobre as perspetivas de retoma, a maioria dos estabelecimentos hoteleiros (30%) aponta o segundo semestre de 2022 como o período mais viável seguindo-se o primeiro semestre de 2023 para 18% dos inquiridos.

 

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